Capítulo sessenta

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É difícil explicar o incômodo que estou sentindo em relação a essa novidade que era a última coisa que estava esperando vindo dele. 

O papo de que queria um almoço em família num agradável e ensolarado tarde de domingo na verdade era para apresentar a namorada dele a mim e ao papai. Por que ele apenas não convidou ela invés de buscar um pretexto para encaixar a notícia? 

Pensei que nós dois contávamos tudo (ou quase tudo) um para o outro. Que tínhamos uma relação de confidencialidade e que ele não deveria me esconder um acontecimento tão importante assim, pelo menos eu acho… eu não lhe escondi nada em respeito ao Taeyong, menos a parte em que eu fui dormir no apartamento dele. Mas isso não seria uma coisa que ele gostaria de saber, no meu caso eu gostaria de ser informada sobre essa mulher.  

Nem deu tempo de reagir direito ou fazer mais perguntas sobre esse relacionamento relâmpago, pois a campainha tocou. Agora sim é meu namorado… esse pensamento me fez sorrir, nós finalmente demos um título ao nosso relacionamento e é a primeira vez que estou namorando alguém. Apesar de estar um pouco chateada em relação ao Jisung, ver Taeyong bonito e perfumado parado na minha porta faz meu semblante duro se suavizar e um sorriso surgir junto ao seu. 

— Acha que eu me arrumei demais? — Ele sussurrou no meu ouvido assim que eu o abracei. 

Seu coração batendo rapidamente sobre o meu peito diz que ele está um pouquinho ansioso. Nunca imaginei vê-lo assim, espero que não esteja se sentindo obrigado em dar esse passo importante ou que seja cedo demais para isso. 

— Você está muito bonito, como sempre. Está ansioso? 

Fecho a porta atrás dele pondo os meus braços sobre os seus ombros. Ignorando que temos visita além dele. Ao contrário do Jisung, eu não fui informada de nada.

— Ansioso? Que nada… só faz tempo que eu não conheço o pai de alguma namorada. 

Ele sorriu. E quando estava prestes a me beijar algo atrás de mim fez com que ele se afastasse hesitante. Olho para por cima dos meus ombros curiosa para saber o motivo.

— Não sabia que a namorada do seu irmão viria. 

— Você sabia?! 

Me afasto dele quase com o mesmo inconformismo que sinto pelo Jisung. Por que eu sempre sou a última a saber… por que ele não me contou antes que estava com alguém, o que ele pretende com tudo isso, ir embora de novo? Por que se for, eu não quero saber… que vá embora sem se despedir, eu não quero passar por tudo aquilo novamente.

— Sim, achei que você sabia também. 

Cruzo os braços sem saber para quem encarar. Deveríamos adiantar logo esse almoço, estou pressentindo que algo nada bom vai acontecer. 

— Ei, não fique chateada comigo amor, pensei que você já soubesse. 

Taeyong segura o meu queixo e minha dignidade vai para o ralo junto com a minha postura de chateação. Não consigo ficar brava com ele, por mais que eu me esforce. 

— Tudo bem, esquece isso. Vamos almoçar, eu vou chamar o meu pai. 

Incrivelmente o simples toque dele fez com que a vontade de discutir com todo mundo desaparecesse e a conformidade prescindisse. 

— Eu vou colocar a mesa. 

Avisou Jisung e eu não consegui evitar de revirar os olhos. Que vá embora… eu não me importo… É claro que eu me importo! Droga, a quem eu quero enganar. Passei dois anos imaginando a sua volta e mil possibilidades dele estar vivo ou morto. A verdade é que eu não quero que ele vá embora novamente, eu me sentia tão sozinha sem ele aqui em casa e agora tudo parece ter um pouco de cor, os fatos sobre a nossa mãe não me assombra tanto como no início, por que ele estava lá para mim, me fazendo rir e me aconselhando como um irmão que qualquer um gostaria de ter. 

Good or BadOnde histórias criam vida. Descubra agora