Narração
A Sra. Eui foi encaminhada para uma sala onde testemunhas, acusados e prisioneiros temporários são ouvidos por mais de uma vez por advogados, familiares, delegados e, como nesse caso, psiquiatras.
Algemada e usando uma calça de malha e camiseta branca ela sentou-se de frente ao seu novo psiquiatra, o doutor Kim Tae Pyung.
O homem próximo a meia idade já atendeu pacientes diversos com diversas doenças mentais. Aquela paciente seria só mais uma na sua ficha, porém ele precisa saber como abordá-la, entender o que a levou a quase cometer um homicídio, suas motivações, seus traumas mais profundos que não tenha coragem de dizer em voz alta na frente do espelho. Cada paciente tem um tempo determinado para se abrir e ele precisa descobrir como acessar seus pensamentos sem pressão alguma.
— Boa tarde, senhora Park. Como está? — Com sua simpatia, Tae Pyung fez sua primeira indagação, enquanto arrumava sua prancheta de madeira com algumas folhas.
— Quem é o senhor?
Retrucou Eui. Pelo menos ela disse mais palavras em segundos de diálogo com Tae Pyung, do que em todos os interrogatórios com o delegado Kim.
— Sou o doutor Kim Tae Pyung. Seu psiquiatra, a pessoa que pode ajudá-la a sair desse lugar. — Com um sorriso gentil ele contou suas intenções.
— Eu não preciso de psiquiatra, eu não sou louca. Quem precisa é aquela garota!
Sua exaltação foi inserida em seu tom de voz e a repugnância, desgosto foi bem entonado ao falar "aquela garota." Estava claro para o doutor que a Eui não gosta da sua própria filha, não só pelo que ela fez com a mesma, mas também pela maneira que a mencionou.
— Eu nunca disse isso, senhora. Também não acho que a senhora seja louca, mas por que mencionou aquela garota? Está falando da sua filha…? — Kim Tae Pyung sussurrou a última frase para que ela não se alterasse e quisesse ir embora.
— Filha do demônio, eu não sei como aquilo saiu de mim, doutor! Digo com sinceridade que é ela quem o senhor deveria visitar e não a mim.
— Hum… e qual o problema dela? Posso fazer o que a senhora me pede, mas me conte primeiro o que tem a garota.
Ele anotou algumas coisas na sua prancheta como: "possível fanatismo pelo cristianismo" "excesso de raiva" "transferência de culpa para outra pessoa".
— Não soube?! Ela me enfrentou, doutor! Como uma filha pode fazer isso com sua mãe? Levantar a voz para ela, insultá-la! Isso é inadmissível, o que eu fiz foi em minha defesa. Aquela menina estava possuída, com certeza… queria tirar minha paz.
Eui serrou os punhos em cima da mesa que separa paciente e psiquiatra. Era a primeira vez contando a alguém o seu lado do ocorrido, é um progresso para o doutor Tae Pyung.
— Claro, eu imagino… mas por que não contou ao delegado que o que fez foi em sua defesa? — O homem apoiou os cotovelos na mesa, querendo mostrar mais confiança e passar isso para ela. Apesar de saber o que houve, ele não poderia chegar apontando o dedo e a colocando no lugar de culpada como fez o delegado. Isso a afastaria dele, o que precisa é mostrar que está ao lado dela, independente do que fez.
— Doutor, eles não iriam acreditar em mim. Ela tem testemunhas a seu favor. Eu não tenho ninguém.
— Como não? Agora tem a mim… eu posso tirá-la daqui esqueceu? A senhora só precisa confiar em mim. — Tae Pyung sorriu esperando receber a confiança dela. Com certeza Eui sairia dali, mas para ir direto ao manicômio.
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Good or Bad
Подростковая литератураCriada em uma família tradicional evangélica, Hye não sabe distinguir bem o que é melhor para si mesma sem ser baseado nas coisas que sua mãe fala. Ela concluiu o ensino médio, mas agora sua nova jornada é numa universidade onde tudo irá mudar. Con...