Capítulo quarenta e oito

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Lee Taeyong 

O ruído branco vindo do monitor cardíaco faz meu coração bater mais rápido que o seu, por que acabo lembrando do inferno que foi ontem. 

Ouvi o estalo da porta se fechando quando eu a empurrei com a porta e como se já soubesse que era eu, Hye inclinou o rosto que antes estava exposto a luz que vem da janela, e agora está na minha direção. O sorriso dela aumentava a cada passo que eu dava e não sei por que estou indo tão devagar. Acho que quero me convencer que ela está bem. 

Não sei se é uma boa está aqui, eu não sei qual tipo de relação a gente tem. Da última vez que nos falamos ela queria um tempo e todo mundo sabe que é a mesma coisa que terminar, só que com pena. No fundo eu sabia que não duraríamos muito.  

Arrastei um banco de madeira que estava perto da parede e coloquei de frente a sua maca. Ouço o barulho chato do monitor cardíaco aumentando, sinal que ela está nervosa por me vê. Quem diria santinha, é bom saber… 

Ergui minha calça antes de me sentar e a encarei. Seu sorriso era menor mas ainda estava ali, para mim. Cocei a garganta e de mansinho toquei sua mão. Estava gelada e tentando ser o mais gentil possível, eu entrelacei meus dedos nos seus. 

— Como você está? 

Agora faz mais sentido perguntar-lá. Ontem não havia condições para que ela pudesse me responder. 

— Quem é você? — Perguntou Hye, séria.

Estranhei sua pergunta e dei um riso frouxo. Como ela não se lembra de mim e dos outros sim?

— Tá brincando né? 

— Ah… você é aquele garoto bonito de pele alva que me pegou nos braços e me tirou do chão frio da cozinha. 

A encarei por segundos, incrédulo. Não é possível que ela tenha esquecido de mim. É totalmente absurdo. 

— Como você não se lembra de mim? Justamente de mim e dos outros dois sim? — Cruzei os braços já imaginando ser uma brincadeira de mal gosto. Que ela esquecesse da família dela, menos de mim. 

— É brincadeira, bobinho. Como eu poderia esquecer de você? 

Ela segurou minha mão e eu me afastei. Com esse lance de memória não brinca, não consigo imaginar o que eu faria caso isso acontecesse. 

— Bonita piada, aprendeu com quem?

Apoiei minhas mãos no banco, de cada lado da minha coxa.

— Desculpe, eu só queria vê sua reação caso eu não lembrasse de você. Eu queria ter esquecido de tudo, seria menos doloroso lembrar quem me fez chegar aqui. Mas eu perderia boas memórias e a grande maioria delas foi com você. Então se eu pudesse escolher, eu sofreria com todas as memórias ruins, pra preservar as boas que tenho contigo. — Disse Hye sem olhar diretamente nos meus olhos e penso no grande esforço que está fazendo para dizer tudo isso. 

Gosto de vê-la se expressar, sem deixar que as coisas que quer me dizer apenas nos seus pensamentos. Ela mudou muito. 

— Tá, eu perdoo a sua gracinha. Mas me deixou preocupado, imagina ouvir de alguém que você… se importa, que ela não tem nenhuma lembrança de você? Brinque comigo, mas não com meu coração. — Prendi seu nariz entre meus dedos por alguns segundos e depois acariciei sua bochecha. Ela está branca como um papel, mas continua bonita e atrativa com seu olhar tímido e doce para mim. Apenas para mim. 

— O roqueirinho da universidade se importa com alguém? Chega a ser um privilégio. — Ironizou a nova branca de neve, enquanto descansava o rosto na palma de minha mão. 

Good or BadOnde histórias criam vida. Descubra agora