Minha mãe parece perceber os olhares dos meninos em mim, e virse e versa. Ela me encara e faz sinal com a cabeça para que eu preste atenção no púlpito. Faço o que me manda e presto atenção. Mesmo que eu quisesse continuar, os garotos são tão bonitos e melhor, são evangélicos, não há problema.. . .
— Hye, te mandaram isso. — Jina me entrega um papel disfarçando. Eu me abaixo um pouco para ler. É do Taeyong. O que esse cara quer agora?
Cartinha:
Preciso falar com você, assunto da faculdade.
Agora que me dei conta que não tinha notado sua presença aqui. Ele deve está me esperando a muito tempo para poder mandar recado.
— Seu namorado quer te ver... — ela dá um sorriso sacana.
— Ele não é meu namorado, é meu colega. Você tem interesse nele? Por que conto, se é isso que você quer.
— Você faria isso mesmo por mim?
É uma ótima maneira de me livrar dela.
— E por que não? Mas agora eu tenho que sair.
— Fala bem de mim pra ele tá. — ela arruma o cabelo.
Peço permissão mas me avisam que tenho que voltar logo, pois já vai começar a distribuir a ceia.
Meu deus Lee, você me mete em cada uma.
Vou ao corredor dos banheiros, e torço para que ele não surja do nada e me puxe para o banheiro de novo. Tem duas irmãs aqui, que conhecem a minha mãe, se elas me virem com ele, serão as primeiras a contar. Entro no banheiro para ganhar tempo delas irem embora. O corredor fica vazio, com apenas algumas crianças. Olho para todos os lados tentando saber onde aquele louco se meteu.
— Psiu.
Ouço um barulho e olho para dentro de uma sala, escura. E sou puxada para dentro dela. A pessoa tampa a minha boca, pois eu estava prestes a gritar com medo.
— Sou eu, não grita.
Não sei se fico mais aliviada por ser ele, ou com ainda mais medo.
— O que você tá fazendo aqui? — Tento achar o registro de luz, mas ele atalhou-me.
— Não liga a porra da luz, quer que a gente seja descobertos?
Estamos na sala onde as mães amamentam seus filhos, ou trocam fraldas.
— Por que você escolheu esse lugar?
— Você queria ir ao banheiro de novo?
Conversamos entre sussurros.
— Eu não sei qual lugar é pior. — me encosto na porta.
— Por que não falou comigo no fim de semana?
— A minha mãe não desgrudava de mim toda vez que eu ia pra sala onde fica o computador.
Ele ri soprado, sei disso por que sinto sua respiração em mim.
— Que situação... Não sei como você aguenta.
— Já estou acostumada.
— Ok, não podemos enrolar muito aqui. Nós precisamos pensar em como vamos conseguir dinheiro para a decoração.
— Eu tenho algumas ideias...
Quando eu estava quase compartilhando as ideias que tive.
Sinto alguém forçando a porta para entrar.
— Empurra a porta. — ele sussurra em meu ouvido.
Eu encosto o peso do meu corpo na porta, e Taeyong põe seus braços em volta do meu corpo me ajudando a empurrar.
— Continua, que logo desistem. — ele diz entre dentes.
Sua respiração está pesada por conta do esforço que está fazendo e eu perco as forças…
Por estar cansada, claro.
— Fica de costas pra me ajudar a empurrar.
Faço o que me disse e realmente parece que conseguimos. Sinto sua respiração quente em minha nuca e meu corpo se arrepia, como da vez que senti seu hálito perto da minha nuca na primeira vez que nos falamos.
Ouvimos choro de criança do lado de fora. A mulher provavelmente vai chamar o obreiro achando que a porta está trancada.
— Nós precisamos sair daqui logo. — digo ainda de costas.
— Porra. Nem resolvemos nada. — Ele diz rente ao meu ouvido e isso sempre me deixa arrepiada.
Fico de frente para ele, mesmo não enxergando nada. E parece que ele está próximo demais de mim, sua respiração está se misturando com a minha. O silêncio da sala me deixa nervosa.
A qualquer momento podem voltar aqui e nos ver juntos. E não irão pensar coisa boa, estamos dentro de uma sala com as luzes apagadas.
— Precisamos urgente sair daqui.
Meu peito sobe e desce e minha respiração está ofegante como se eu tivesse feito alguma corrida.
— Por que está ofegante? — Ele se aproxima de mim e sinto a corrente de metal de seu piercing perto da minha bochecha.
— Por conta do nervosismo.
— Você gosta da sensação?
Eu queria empurrá-lo para longe mas eu estou travada com meu corpo ardendo em adrenalina. Gosto do perigo, mas não podemos ficar mais aqui.
— Gosto. — sorrio fraco.
Sinto seu nariz roçar no meu e eu congelo ainda mais. Espero que ele não ouse fazer o que estou pensando.
— Se afasta da porta pra eu olhar.
Ufa, ele não vai fazer nada.
Ele abre uma fresta da porta e brecha.
— Só tem algumas crianças, bora?
— Bora.
Lee sai da sala correndo para o banheiro masculino, eu corro para perto do bebedouro depois de fechar a porta.
Uma mulher com um bebê no colo vem com o obreiro, se tivéssemos demorado mais um pouquinho, eu estaria ferrada. Não aconteceria nada com ele, porque não é membro ou filho de uma mulher como a minha mãe.
Tomo dois copos de água, minha garganta está seca.
— Mas a porta não tá trancada irmã.
O homem abre a porta na primeira tentativa, a mulher fica sem saber o que dizer.
— Mas quando eu vim estava.
— Não sei, mas já estava aberto.
Dou um sorriso amarelo para eles e vou em direção a minha banca.
Mas antes Taeyong passa por mim no corredor onde tem um pequeno jardim.
— Amanhã nós tentamos de novo. — ele segura a minha cintura e diz baixo no meu ouvido, me puxando para o lado como se estivesse atrapalhando sua passagem.
Para que tantos sussurros? Isso me deixa nervosa.
Entro e levo uma bronca dos meus dirigentes pela demora.
Mais uma vez eu e o Lee demoramos, minha mãe já desconfiava, agora tem quase certeza.
Não podemos ficar nos encontrando para resolver assuntos aqui, é muito perigoso. Hoje nos safamos por muito pouco, da próxima não sei se conseguiremos.
Mesmo depois de tudo eu tomo a ceia e espero que Deus me perdoe por isso.
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Good or Bad
Ficção AdolescenteCriada em uma família tradicional evangélica, Hye não sabe distinguir bem o que é melhor para si mesma sem ser baseado nas coisas que sua mãe fala. Ela concluiu o ensino médio, mas agora sua nova jornada é numa universidade onde tudo irá mudar. Con...