Capítulo treze

1.2K 186 158
                                    


Minha mãe parece perceber os olhares dos meninos em mim, e virse e versa. Ela me encara e faz sinal com a cabeça para que eu preste atenção no púlpito. Faço o que me manda e presto atenção. Mesmo que eu quisesse continuar, os garotos são tão bonitos e melhor, são evangélicos, não há problema.

. . .

— Hye, te mandaram isso. — Jina me entrega um papel disfarçando. Eu me abaixo um pouco para ler. É do Taeyong. O que esse cara quer agora? 

Cartinha:

Preciso falar com você, assunto da faculdade.

Agora que me dei conta que não tinha notado sua presença aqui. Ele deve está me esperando a muito tempo para poder mandar recado. 

— Seu namorado quer te ver... — ela dá um sorriso sacana.

— Ele não é meu namorado, é meu colega. Você tem interesse nele? Por que conto, se é isso que você quer. 

— Você faria isso mesmo por mim? 

É uma ótima maneira de me livrar dela.

— E por que não? Mas agora eu tenho que sair. 

— Fala bem de mim pra ele tá. — ela arruma o cabelo. 

Peço permissão mas me avisam que tenho que voltar logo, pois já vai começar a distribuir a ceia.

Meu deus Lee, você me mete em cada uma.

Vou ao corredor dos banheiros, e torço para que ele não surja do nada e me puxe para o banheiro de novo. Tem duas irmãs aqui, que conhecem a minha mãe, se elas me virem com ele, serão as primeiras a contar. Entro no banheiro para ganhar tempo delas irem embora. O corredor fica vazio, com apenas algumas crianças. Olho para todos os lados tentando saber onde aquele louco se meteu.

— Psiu. 

Ouço um barulho e olho para dentro de uma sala, escura. E sou puxada para dentro dela. A pessoa tampa a minha boca, pois eu estava prestes a gritar com medo.

— Sou eu, não grita.

Não sei se fico mais aliviada por ser ele, ou com ainda mais medo. 

— O que você tá fazendo aqui? — Tento achar o registro de luz, mas ele atalhou-me.

— Não liga a porra da luz, quer que a gente seja descobertos?

Estamos na sala onde as mães amamentam seus filhos, ou trocam fraldas.

— Por que você escolheu esse lugar? 

— Você queria ir ao banheiro de novo? 

Conversamos entre sussurros.

— Eu não sei qual lugar é pior. — me encosto na porta.

— Por que não falou comigo no fim de semana? 

— A minha mãe não desgrudava de mim toda vez que eu ia pra sala onde fica o computador. 

Ele ri soprado, sei disso por que sinto sua respiração em mim.

— Que situação... Não sei como você aguenta.

— Já estou acostumada.

— Ok, não podemos enrolar muito aqui. Nós precisamos pensar em como vamos conseguir dinheiro para a decoração.

— Eu tenho algumas ideias...

Quando eu estava quase compartilhando as ideias que tive. 

Sinto alguém forçando a porta para entrar. 

— Empurra a porta. — ele sussurra em meu ouvido.

Eu encosto o peso do meu corpo na porta, e Taeyong põe seus braços em volta do meu corpo me ajudando a empurrar.

—  Continua, que logo desistem. — ele diz entre dentes.

Sua respiração está pesada por conta do esforço que está fazendo e eu perco as forças…

Por estar cansada, claro.

— Fica de costas pra me ajudar a empurrar.

Faço o que me disse e realmente parece que conseguimos. Sinto sua respiração quente em minha nuca e meu corpo se arrepia, como da vez que senti seu hálito perto da minha nuca na primeira vez que nos falamos.

Ouvimos choro de criança do lado de fora. A mulher provavelmente vai chamar o obreiro achando que a porta está trancada.

— Nós precisamos sair daqui logo. — digo ainda de costas.

— Porra. Nem resolvemos nada. — Ele diz rente ao meu ouvido e isso sempre me deixa arrepiada. 

Fico de frente para ele, mesmo não enxergando nada. E parece que ele está próximo demais de mim, sua respiração está se misturando com a minha. O silêncio da sala me deixa nervosa.

A qualquer momento podem voltar aqui e nos ver juntos. E não irão pensar coisa boa, estamos dentro de uma sala com as luzes apagadas. 

— Precisamos urgente sair daqui.

Meu peito sobe e desce e minha respiração está ofegante como se eu tivesse feito alguma corrida.

— Por que está ofegante? — Ele se aproxima de mim e sinto a corrente de metal de seu piercing perto da minha bochecha.

— Por conta do nervosismo. 

— Você gosta da sensação? 

Eu queria empurrá-lo para longe mas eu estou travada com meu corpo ardendo em adrenalina. Gosto do perigo, mas não podemos ficar mais aqui.

— Gosto. — sorrio fraco. 

Sinto seu nariz roçar no meu e eu congelo ainda mais. Espero que ele não ouse fazer o que estou pensando. 

— Se afasta da porta pra eu olhar.

Ufa, ele não vai fazer nada.

Ele abre uma fresta da porta e brecha. 

— Só tem algumas crianças, bora? 

— Bora.

Lee sai da sala correndo para o banheiro masculino, eu corro para perto do bebedouro depois de fechar a porta. 

Uma mulher com um bebê no colo vem com o obreiro, se tivéssemos demorado mais um pouquinho, eu estaria ferrada. Não aconteceria nada com ele, porque não é membro ou filho de uma mulher como a minha mãe.

Tomo dois copos de água, minha garganta está seca.

— Mas a porta não tá trancada irmã. 

O homem abre a porta na primeira tentativa, a mulher fica sem saber o que dizer.

— Mas quando eu vim estava. 

— Não sei, mas já estava aberto.

Dou um sorriso amarelo para eles e vou em direção a minha banca.

Mas antes Taeyong passa por mim no corredor onde tem um pequeno jardim.

— Amanhã nós tentamos de novo. — ele segura a minha cintura e diz baixo no meu ouvido, me puxando para o lado como se estivesse atrapalhando sua passagem. 

Para que tantos sussurros? Isso me deixa nervosa. 

Entro e levo uma bronca dos meus dirigentes pela demora. 

Mais uma vez eu e o Lee demoramos, minha mãe já desconfiava, agora tem quase certeza. 

Não podemos ficar nos encontrando para resolver assuntos aqui, é muito perigoso. Hoje nos safamos por muito pouco, da próxima não sei se conseguiremos.

Mesmo depois de tudo eu tomo a ceia e espero que Deus me perdoe por isso.



Good or BadOnde histórias criam vida. Descubra agora