Capítulo Onze

1.2K 183 142
                                    

Em lembrar que eu coloquei minha vida em risco ontem por conta dos planos loucos do Taeyong... Para a maioria das pessoas pode ser bobagem, mas para mim que nunca havia mentido para minha mãe, ter passado por cima de suas ordens é no mínimo assustador.

Taeyong diz que vivo dentro de um casulo mas o mundo lá fora é mesmo divertido?

Não, claro que não Hye, temos que morrer para o mundo e viver para Deus. O mundo é sem dúvidas um lugar ruim e de perdição, como minha mãe sempre disse. Meu irmão foi embora jovem de casa e eu não tenho notícias dele. Foi escolha do próprio se perder para esse mundo e mamãe só é como é porque não quer que eu seja como ele.

. . .

Os universitários ainda não se acostumaram com a minha aparência, sempre que passo por um grupo de amigos ouço risadas e tenho certeza que é sobre minhas roupas, meu comportamento e meu compromisso com Cristo.

Eu já não me considerava muito bonita e com todas essas pessoas julgando minha aparência não só com o olhar põe minha autoestima no chinelo. Não queria chorar por isso, mas depois de longos anos sendo tratada dessa forma, era inevitável me sentir um lixo. Quem me visse agora me diria o quão patética eu sou. Sentada em cima do vaso com os olhos inchados de chorar. É intervalo e eu não quero ver ninguém, tenho certeza que Taeyong e Morgana riem de mim quando não estão na minha frente. Sei que antes eu dizia não me importar mas apenas dizer não está mais funcionando. Porque eu me importo, porque dói e eu não consigo engolir todos os nós que minha garganta produz.

- Você acha que aquela esquisita da Hye está saindo com o Taeyong?

Ouço atentamente uma menina falar de mim do lado de fora das cabines.

- Nunca. Taeyong pode ser diferente, mas ele não tem mal gosto. Ele é um gato mesmo com aquela aparência de bad boy que pra mim são os melhores.

Elas deram risada e foram embora.

Por que acham que eu estou saindo com ele? Nós somos obrigados a ficar juntos por causa das atividades, não há o que pensar. Eu jamais sairia com Taeyong, ele não faz meu tipo. Quero esperar um rapaz que participe ativamente da igreja, que siga as doutrinas e que seja tão puro quanto eu. Taeyong é sujo, sabe se lá o que ele já tenha feito durante sua vida até agora.

Enxugo meus olhos com as costas das mãos e saio da cabine para passar uma água no meu rosto.

- Finalmente te achei garota, eu e Taeyong estamos te procurando há um tempão. - Morgana apareceu me pegando de surpresa.

- Me procurando? Pra que? - Enxugo minhas mãos no secador de mãos.

- Ele eu não sei, mas eu não quero te deixar sozinha e parece que você também não.

- Como assim? - Pergunto desconfiada. Não queria parecer óbvia e que estava trancada em uma das cabines me afogando em lágrimas.

- Você estava chorando, não estava? - Ela se aproximou de mim acariciando o meu ombro.

- Eu... não... - engulo com veemência um bolo que começou a se formar em minha garganta.

- Seus olhos estão inchados e você não pode pôr a culpa na maquiagem porque não usa - Morgana me abraça e eu me contenho em não chorar.

Eu nunca recebi um abraço após um momento de melancolia. Sinto-me tão sortuda por ter pela primeira vez uma amiga que se importa comigo. Espero tê-la para sempre em minha vida.

- Tudo bem se não quiser me contar, mas vamos sair daqui, o Tae está lá fora esperando.

- O que esse cara quer agora hein?

Good or BadOnde histórias criam vida. Descubra agora