Shoyo Hinata...
Pego algumas roupas para usar para dormir no hotel na minha gaveta de pijamas de frio... encaro a sacola que o Nishinoya me entregou ontem a noite. Eu não vou passar em casa novamente antes de ir embora amanhã, não posso deixar isso aqui ou minha mãe vai ver e pode deduzir que eu e o ... estremeço e sem pensar duas vezes jogo a sacola na bolsa antes de fechar a mesma.
- Vamos? - olho para trás e vejo o moreno encostado na porta. Assinto pegando a bolsa e colocando nas costas. Quando chego na sala vejo que minha mãe está sentada com a Natsu.
- Quando você volta Hinata? - a pequena vem correndo até parar na minha frente.
- No mais tardar em um mês eu estou de volta.
- Vai vir com o Kageyama?
- Se ele quiser... - olho de lado para ele que sorri passando a mão nos cabelos da Natsu.
- Claro que vou voltar para te ver- ela sorri largamente.
- Tem certeza que não quer que eu peço um carro para vocês irem? - assinto.
- Não precisa mãe- ando até ela e a puxo para meus braços, a apertando fortemente - Se cuida... te amo.
- Também te amo meu amor - ela me dá uns tapinhas nas costas antes de se afastar. Assim que nos separamos seu olhar crava no Kageyama, que parece não saber bem como se despedir, então apenas estende a mão.
- Obrigado por me receber na sua casa nesses dias...
- Você fala demais - ela o puxa para um abraço, o olhar surpreso do moreno logo se suaviza quando ele retribui o toque - Fico tranquila ao saber que você é a pessoa que está com meu filho.
- Agradeço a confiança.
Após mais alguns cumprimentos nos despedimos e logo eu e o Kageyama já havíamos tomado a rua que nos levaria para o ponto de ônibus. No meio do caminho sua mão se entrelaça nas minhas, o que como sempre me traz certa segurança indescritível.
- Não vejo a hora de ficar nas fontes termais- ele ri.
- Eu já fui em algumas artificiais que tinham em Tóquio, as daqui é assim?
- Tem um ambiente mais natural, é muito aconchegante... Acho que você vai gostar.
- Você estará comigo, lógico que vou gostar - abro um sorriso e o empurro levemente com os ombros.
- Você está sempre dizendo esse tipo de coisa.
- Só para você não esquecer o quanto eu gosto de você, não quero que você duvide disso por um segundo que seja.
- Não tem como eu duvidar de algo, sempre que eu olho em seus olhos eu sinto cada traço do que se passa na sua cabeça.
Aos poucos paramos de andar por ter chegado no ponto, um sorriso esboça meu rosto quando o Kageyama me puxa, colocando minha bolsa encostada em sua perna apenas para me abraçar enquanto esperamos o ônibus chegar...Tobio Kageyama...
O veículo não demorou muito para chegar no ponto, alguns minutos depois já estávamos a caminho do hotel. A paisagem mudou de forma drástica, a cidade pacífica e seu conjunto de pequenos comércios e casas ficaram para trás, e apenas árvores são vistas no caminho, a estrada quase não tem carros e é nitidamente silencioso. Tanto que a única coisa que posso ouvir é a música que sai dos fones que divido com o Hinata.
- Essa é a estrada 44? - ele assente e um meio sorriso toma seu rosto.
- Assustado? - nego.
- Claro que não... curioso apenas.
- Ah... curioso- ele aperta seus dedos nos meus - Pode me apertar se quiser - olho para ele com os olhos acusativos- Para ... Estou brincando com você- ele ri e sem querer acabo rindo também.Apenas mais uma música toca antes do ônibus chegar em seu último ponto, a qual descemos. Assim que andamos pela pequena estrada de pedrinhas cristalinas cercada de grama, somos recebidos por uma senhora com os cabelos presos em um coque, um sorriso doce está em seus lábios e uma flor delicada se encontra adornando seu penteado, que combina perfeitamente com a estampa floral de seu quimono.
- Você deve ser o Hinata- ela fala olhando para o mesmo.
- Sim... - ele se abaixa em um cumprimento formal - É um prazer conhecer.
- Você se parece muito com a Akemi - isso faz com que ele fique um pouco envergonhado- Ela ligou de manhã dizendo para separarmos um quarto para vocês dois- assinto- podem ir no balcão que a atendente os levarão até lá, tem um guia das atividades oferecidas ao lado da cama, e o horário de funcionamento das fontes termais.
- Muito obrigado senhora... - me esforço para ler o nome em sua roupa - Mei.
Recebo um aceno em resposta e logo já estamos na recepção do hotel. É um saguão relativamente grande, em cores claras e uma fragrância leve e floral cobre o ar. A mulher me atende enquanto o Hinata parece olhar tudo ao seu redor.
- O quarto de vocês é o 19, sejam bem vindos e que tenham uma ótima experiência.
- Obrigado - sorrio ao pegar a chave e chamo o Hinata. Subimos juntos para nosso quarto. Assim que abro a porta vejo que é relativamente grande.
Uma cama de casal está no meio do quarto, tem uma pequena mesa no canto no estilo clássico japonês e sem nenhum sinal de aparelhos eletrônicos além do telefone conectado a recepção.
- A cama parece confortável- ele pula na mesma ao jogar a mochila em um canto, enquanto cai me puxa junto fazendo com que eu caia ao seu lado.
Olho para ele que sorri lindamente, os pontos brilhantes em seus olhos me encaram com a profundidade de um poema antigo, tão belo que sou incapaz de desviar o olhar, meu corpo reage a medida que meus pulmões parecem ter dificuldades em encontrar o ar e meu coração já não sabe mais se manter em plena sanidade. Me aproximo dele e fecho os olhos antes de juntar nossos lábios com ternura.
Suas mãos param em meu corpo me puxando para perto, os lábios ávidos por mais. Dessa vez ele que tem a iniciativa de invadir o espaço entre meus dentes, em uma troca calma e apaixonante.
Meu corpo vibra na mesma sintonia que o seu, só o solto quando me vejo obrigado a tal pela falta de ar. O encaro e vejo os lábios avermelhados. Dou um beijo rápido.
- Vamos nos aprontar.
Ele assente e acaba sendo o primeiro a sair do quarto e fazer os preparativos no vestiário do hotel, não vou com o mesmo para que ele não fique envergonhado. Espero sentado em uma poltrona do lado de fora, apenas quando ele sai com o roupão branco enrolado em seu corpo que vou tirar as roupas e jogar uma água no corpo.
- Vou te esperar lá.
- Tudo bem... - respondo e faço o que preciso. Coloco o roupão tendo apenas ele cobrindo meu corpo.
Ando até o fundo do hotel, onde tem as fontes termais, diferentemente das que já fui, essa tem um jeito mais natural. Não tem muitas pessoas no local, apenas dois homens conversando em uma ponta, varro os olhos pelo local até ver os ombros largos... a pele clara marcada por gotas de água que beija seu corpo e escorre por seus entornos, o cabelo alaranjado pinga um pouco em suas pontas... A parte inferior está submersa, mas mesmo deturpada pelo vapor posso ver as linhas claras e belas de sua cintura fina, desço o olhar até a elevação das águas de nadegas bem formadas. Como uma preciosa jade iluminada a vida toda pela luz imortal do luar, ele se destaca em meio a tudo. Fazendo a saliva secar em meus lábios, o coração acelerar como um louco, o desejo queimar em meu corpo em um arrepio ardente, como um doente em seu leito sendo corroído pela febre, sinto como se águas ferventes passassem por minhas veias, aperto as unhas em minha pele desejando possuir aquelas curvas em meus dedos...
Nesse momento o alaranjado vira subitamente e sorri, meu peito parece que vai queimar ao ver seu belo corpo na parte da frente... O delineado esculpido por mãos divinas de seu peito...
- Vem Kageyama.
- Já...vou- ando até o local para deixar o roupão e tento pensar em muitas coisas nojentas para que esse sentimento se desprenda do meu corpo. Depois que consigo me acalmar, por fim entro nas águas.
Fecho os olhos sentindo a sensação relaxante, enquanto o faço vejo o Hinata ir de um lado para o outro, meu olhar preso em seu corpo e espero que ele não note o cintilar do meu olhar, espero que ele não escute o rugido primitivo clamando por o possuir.
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Do outro lado da rede *Kagehina*
Fanfiction"E se tudo pelo qual você lutou a vida toda, simplesmente desaparecer em uma fração de segundos e quando você desperta da escuridão, a única coisa em sua mente é uma voz vibrante que grita a cada instante que você nunca mais poderá estar em uma quad...