Shoyo Hinata...
Me encaro no espelho mais uma vez e passo as mãos no tecido do quimono que estou vestindo, sendo esse de um tecido simples oferecido pelo hotel... dois foram enviados para nosso quarto e postos em cima da cama, quando voltamos da fonte termal, rapidamente fomos nós aprontar. Peguei o menor que é azul escuro com detalhes em azul claro, o do Kageyama era azul escuro também porém com detalhes em branco. Suspiro levemente quando abro a porta do banheiro, vejo o moreno sentado a mesa arrumando os hashis. Abro um sorriso enquanto caminho em sua direção.
- Você fica lindo de quimono- ele me encara e sorri, seus olhos parecem me analisar minuciosamente, passando por todo meu corpo até parar em meus olhos.
- Você também está de tirar o fôlego- rio baixo sentindo minhas bochechas corarem.
- Obrigado - ele indica para que eu sente no local vago na sua frente, tudo já está perfeitamente disposto, até a bandeija de sushi que pedimos a algum tempo.
- Achei melhor comermos no quarto... - assinto.
- Não vejo problema algum. É até mais íntimo - ele sorri e me entrega o par de hashi, estico minhas mãos para pegar e meus dedos passam pelo seu de raspão, e quando isso acontece uma onda de choque se espalha pelo meu corpo. O calor de seu corpo parece estar diferente do normal... como não sei dizer se é algo real ou puramente projeto da minha imaginação, ignoro esse arrepio que se instalou em meu corpo.
Após um agradecimento já me preparo para comer, colocando algumas das coisas em minha própria tigela.
- Hinata eu peguei algo na sua bolsa mais cedo, não estava achando minha almofada para perna e fui ver se estava lá por engano...
- Ah, sem problemas. Você a encontrou? - coloco um pedaço de sushi na boca e encaro o Kageyama que desvia o olhar extremamente corado.
- Achei... - sua voz sai baixa e com um tom de vergonha- Também achei uma sacola e por curiosidade eu abri ...
Nesse momento eu entendo tudo. Flashs de quando coloquei a sacola com o conteúdo íntimo na minha bolsa passam na minha cabeça nesse momento, engulo de uma só vez o que tinha na boca enquanto meu rosto esquenta violentamente.
- Foi o Nishinoya- falo atropelando uma palavra na outra. Quase como se estivesse me defendendo de uma acusação grave.
- O Nishinoya? - ele me pergunta confuso, assinto rapidamente.
- Ele me entregou aquilo naquela noite que bateu na porta quando já estava tarde... Eu só vi depois o que era, não queria deixar em casa e por isso coloquei na bolsa.
Seus lábios esboçam um meio sorriso.
- Não precisa me explicar...
- Claro que sim. Ou você vai achar que o trouxe aqui com... com... - desvio o olhar- intenções ruins.
- Então você não pensa nisso? - seu tom de voz muda drasticamente sem demonstrar nenhuma ondulação. O encaro novamente e levo mais um pouco de comida a boca, apenas para ter mais tempo para pensar enquanto mastigo.
Não parece certo dizer que o anseio, que algumas vezes verdadeiramente me vejo coberto pelo desejo de o ter intimamente ligado a mim. Como eu diria essas palavras olhando em seus olhos? Engulo em seco.
- Não... - sorrio mas o mesmo não, o vejo dar de ombros e seu olhar passa a encarar o sushi antes de levar um até a boca.
- Entendo - sai um sussurro de seus lábios.
Meu peito se aperta ao ver sua expressão. Será que ele entendeu errado o que eu disse?
- Kageyama- ele olha para mim, rapidamente vou até ele do outro lado da mesa. Um sorriso leve beija meu rosto quando conecto nossas mãos, nossos dedos entrelaçados uns nos outros, levo nossas mãos até meu peito. - Sente isso?
Ele me olha como se procurasse as palavras certas para serem ditas, apenas assentindo por fim.
- O motivo pelo qual meu coração está acelerado dessa forma... é porque estou com você. É porque eu te amo - abro um sorriso e a cada palavra meus batimentos cardíacos aceleram, apesar de eu não saber se a razão é esses olhos profundos que estão tão perigosamente perto ou a forma com que exponho meus sentimentos - Você é a pessoa especial que impera em mim, claro que vez ou outra me vejo entregue aos sentimentos ocultos, a vontade de querer te ter perto. Toda vez que você me toca, que me beija algo queima dentro de mim e... - antes que eu termine de falar sou puxado pela pessoa na minha frente, as palavras silenciadas por seus lábios fervorosos que pressionam os meus com certa força mas sem perder a ternura característica.
As mãos antes em meu peito escorregam pelo mesmo, parando em minha perna, sem se desprenderem minimamente que seja uma da outra. Os lábios se afastam do meu e nesse momento eu abro os olhos, sendo afogado pelo par em miniatura de oceanos inteiros. Ele sorri e tudo parece se iluminar ao seu redor.
- Eu também te amo... eu sei o que você quer dizer- ele leva a mão livre para o lado de meu rosto, a palma fazendo carinho em minha pele, ainda sorrindo seu corpo tomba para o meu, em um instinto abro os braços para ampará-lo, mas quando dou por mim estou sendo abraçado, a respiração quente do moreno batendo na pele nua do meu pescoço, seu calor atravessando o fino tecido do quimono. Engulo em seco e tento me manter calmo.
Ele respira profundamente, como um animal analisando sua presa e escuto um riso baixo quando seus dedos se apertam em minhas costas.
- É muito difícil manter a calma e o controle te tendo tão perto assim... meu corpo hoje estava mais quente que a própria água da fonte termal... - um silêncio breve se segue - Sempre que te beijo ou te tenho perto algo grita para que eu jamais o solte, como se eu não quisesse ter que te deixar ir.
Engulo em seco e quase não sei o que acontece com o meu corpo, levado por suas palavras eu levanto seu rosto, e menos de três segundos depois meus lábios já estavam nos seus, minha língua passa e seu corpo parece se apertar junto ao meu, no momento que nossos gostos se entrelaçam arrumo meu corpo por estarmos sentados, e me permito cair no tapete o tendo por cima de mim, rodeio meu braços em seus ombros largos, quando os dentes audaciosos puxam meu lábios, a arfada saindo dos mesmos antes que estejam juntos novamente.
O calor se alastra por todo meu corpo e minha mente fica em branco... quando nos afastamos minha vista está meio turva, a respiração pesada, encaro o brilho noturno em seu olhar e ouço minha própria voz preencher o ambiente em seguida.
- Então não me deixe ir hoje.
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Do outro lado da rede *Kagehina*
Fanfiction"E se tudo pelo qual você lutou a vida toda, simplesmente desaparecer em uma fração de segundos e quando você desperta da escuridão, a única coisa em sua mente é uma voz vibrante que grita a cada instante que você nunca mais poderá estar em uma quad...