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Shoyo Hinata...

Encaro a pessoa que está na outra ponta do sofá, o mesmo vira e tomba a cabeça para o lado.
- Nem tenta parecer adorável, ainda estou bravo com você - escuto a risada do Kageyama preencher o cômodo quando ele se joga no sofá, inevitavelmente caindo em meus braços.
- Vamos ... Não fique bravo - sou envolvido por seus braços fortemente, sua cabeça pousada em meu peito, olho para baixo e não posso deixar de suspirar pesadamente.
- Você tem sorte de eu não conseguir ficar de cara feia por muito tempo - sua cabeça se aproxima mais e um selar é deixado em meu peito- Mas isso não quer dizer que você estava certo, tinha realmente necessidade de mostrar para o Asahi que conseguia pular mais alto que ele?
- Lógico... ele me desafiou.
- Porque sabia que você não tem condição de ficar pulando por aí.
- Isso foi cruel... - olho para ele, segurando seu rosto para que não desvie o olhar.
- Me desculpa, mas eu fiquei preocupado com a sua perna, você não viu o estado que ficou? O Asahi teve que te trazer nas costas.
- Mas tem seus benefícios.
- Em se machucar? - o mesmo balança a cabeça em afirmação enquanto se arruma para se sentar ao meu lado.
- Por causa disso você aceitou passar a noite aqui em casa.
- Você... - desvio o olhar corado - Seu chantagista barato - ele ri e se aproxima, me encurralando com os braços presos no sofá.
- Você estava fugindo de mim desde que voltamos.
- Fugindo? Não faz nem uma semana direito que voltamos da casa da minha mãe. E eu estou com você todos os dias.
- Mas sempre nega quando te chamo para vir em casa- me aproximo dele com os olhos cerrados, deixando nossos rostos a milímetros de distância.
- Eu vejo a intenção suja por trás de suas palavras Tobio Kageyama.
- Intenções sujas? - assinto - Como essas?
     
Não tenho tempo de reagir quando seus lábios pressionam os meus com certa força, meus dedos vão para seus braços mas perdem a força com o seu gosto se misturando ao meu, escorregando até chegar em seus pulsos por fim.
    
A outra mão passa lentamente por meu corpo, parando por um tempo em minha cintura, onde os dedos pressionam fazendo uma arfada escapar de meus lábios. Seus dentes puxam meu lábio me dando tempo para tomar um ar, antes de ser beijado novamente.
    
Quase que em um impulso natural eu o envolvo em meus braços, trazendo seu corpo para mais perto do meu, ao ponto de que posso ouvir seu coração através dos tecidos que nos envolvem. O beijo apaixonado se torna profundo e quando o ar se torna escasso demais para suportar, nos afastamos lentamente em uma respiração entrecortada. Abro os olhos apenas para ser puxado pelos oceanos que me encaram.
- Me sinto mais recuperado- ele sorri.
- Idiota - sorrio de volta o puxando para meus braços em um aperto- Promete que não vai me preocupar assim mais.
- Prometo- ele sorri ao se arrumar no sofá, quando suas pernas se arrumam, me deito pousando minha cabeça na mesma, logo os dedos do moreno passam a afagar meus cabelos - Hinata... já pensou no que pode ser da gente no futuro?
- No futuro ... Quer dizer se eu acho que ainda estaremos juntos? - ele balança a cabeça em negação.
- Não existe a possibilidade de não estarmos. O que quero dizer é que temos um longo caminho pela frente, depois que terminarmos a escola eu vou ir para uma faculdade fazer educação física e algumas outras coisas, enquanto você vai estar correndo atrás de sua carreira. Além disso tem a minha família, eu não sei como eles vão reagir ao saber de você.
    
Olho para ele e abro um meio sorriso.
- Eu não estou tão preocupado quanto a isso. Não sei... mesmo se eles não aceitarem não é como se importasse tanto, eu não vou sair do seu lado mesmo se quiserem me forçar a isso. Sei que vamos lutar juntos contra qualquer coisa que aparecer. E sobre nossos caminhos... de toda forma vamos estar juntos, mesmo que não a todo momento. O que sinto por você é maior do que eu jamais senti, não vai se apagar com o tempo ou com a distância caso ela exista, acho que pode apenas se intensificar, a saudade nos faz ansiar mais não é?
    
Ele sorri e afasta os fios do meu cabelo que estavam na minha testa, se abaixando apenas para deixar um selar.
- Tem razão. Não tem nada que possa mudar nem por um instante o amor que sinto por você - meu coração acelera com suas palavras.
- Eu te amo demais Kageyama - sussurro o fazendo sorrir largamente.
- Eu também te amo demais - fecho os olhos lentamente ainda sentindo seu carinho, meu coração batendo no ritmo anormal que carrega a assinatura do Kageyama.

    
Sinceramente eu não sei o que o futuro me reserva, se teremos um não grandes provações para serem enfrentadas, mas de uma coisa eu tenho certeza ... enquanto estivemos juntos não tem nada que não possa ser superado.
    
Jogamos lado a lado, em quadra e na vida. Mesmo que um grande bloqueio surja na minha frente, sei que ele encontrará uma forma de voar comigo por cima. Não tem nenhuma escuridão que não possa ser iluminada, nem um empecilho que pareça grande demais.
    
Acredito realmente que o amor é a força que faz a vida girar, enquanto esse sentimento permanecer imperando em meu ser, não tem formas de me perder no caminho.
    
Eu amo o Kageyama da forma que nunca pensei que amaria alguém, sei o quanto é precioso e único o que sinto, assim como também sei que é algo que deve ser cuidado constantemente para que não escape por entre meus dedos. E estou verdadeiramente disposto a dar tudo de mim para que o nosso nós se mantenha vivo.
     
Não é exagero dizer que já não posso mais imaginar um caminho sem o ter ao meu lado, pois em tudo que planejo carrego um pouco dele em meu peito, seja no hoje ou no futuro próximo ou no mais distante... a vida verdadeiramente ganha uma outra forma quando amamos alguém...

Do outro lado da rede *Kagehina*Onde histórias criam vida. Descubra agora