Coragem

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Liz narrando- ela começou o interrogatório, enquanto o outro inspetor  acompanhava.

Juliana-  Sabemos que seu irmão Luiz é um dos chefes da fortaleza do crime, quando foi o seu último contato com ele.

Liz - foi no batizado do meu sobrinho  antes mesmo da prova do concurso, depois  não tive mais contato , fiquei sabendo que ele foi para o Rio de Janeiro.

Juliana- certo! Você viu ele no dia da operação?

Liz - não vi.

Juliana- você pode me dizer o que aconteceu exatamente no dia da operação.

Liz - meu primeiro dia como polícial efetiva , me apresentei as 5:30 no batalhão onde o comandante, designou as instruções da operação, eu estranhei primeiro por ser meu primeiro dia, e também porque ele falou que era pra prender ou matar meu irmão e o comparsa dele, eu não exitei pois eu sei do meu irmão e sei qual a profissão que eu escolhi, em nenhum momento me neguei a ir.

Juliana- entendi e dentro da fortaleza quando vocês entraram junto com a polícia Civil.

Liz - o comandante foi pelo lado direito e mandou eu e outro soldado mais experiente pela esquerda, entramos em dois primeiros quartos e não tinha ninguém, somente algumas armas e drogas, no terceiro quarto , não  tinhamos visto ninguém, até que o companheiro entrou no banheiro e lá tinha um traficante armado apontando a arma pra ele e o soldado apontava a arma pra o bandido dando voz de prisão, eu entrei no banheiro e na hora que o soldado atirou o elemento  me puxou me colocando a sua frente como escudo ,ainda vi na hora que ele atingiu o soldado na cabeça, o soldado não atirou em mim por querer , eu fui escudo do elemento, depois não vi nada , apaguei.

Juliana- na parede próximo a janela , tinha um disparo que saiu da sua arma, você estava tentando impedir alguma fuga antes?

Liz- não tinha outra pessoa no quarto como eu disse, eu disparei no impulso quando ouvi os tiros no fundo da casa, eu estava nervosa, nunca tinha passado por isso.

Juliana - o líder da fortaleza do crime você conhece ? Maumau?

Liz - já vi algumas vezes com o meu irmão.

Juliana- você viu ele no dia da operação ?

Liz- não vi!

Juliana- não era ele ou o seu irmão no banheiro?

Liz- não! Era um traficante de estatura alta, bem moreno, com tatuagens.

Dei as características de um soldado que eu já vi na casa do Luiz.

Juliana- você sabe que as informações que você está  falando forem inverídicas você pode ser exonerada e responder criminalmente.

Liz - tenho plena ciência disso inspetora , eu jurei lutar para garantir a segurança e integridade da população e jamais faria algo para beneficiar o crime, independente de quem seja o criminoso.

Juliana- por hoje é só, se for preciso o delegado chamará você  para maiores esclarecimentos na delegacia.

Liz - tudo bem!

Eles saíram do quarto .
Que merda eu menti com força, eu deveria ter feito a coisa certa, pesou na minha consciência minhas últimas palavras, meu juramento, eu não consegui  cumprir, cobri minha cabeça com o lençol do hospital  e chorei em silêncio, por outro lado eu não poderia trair meu irmão, nem ver o amor da minha vida morrer na minha frente sem fazer nada.

Passaram -se uma semana, já estou recuperada , os inspetores não voltaram aqui no hospital, eu sei que terei que ir na DP, prestar outro depoimento, confrontar o comandante, e só Deus sabe o que vai acontecer.

Suave como uma balaOnde histórias criam vida. Descubra agora