Suave como uma bala

Como assim?

Clara narrando- O GT saiu e eu fui para a casa da madrinha , meu coração tá batendo rápido, meu corpo se agita ao lembrar do beijo dele e do toque, é muito bom sentir isso, más tem uma pontinha de medo dentro de mim, eu fui criada em meio a tudo de crimes, meu pai nunca escondeu quem ele é, meu padrinho e minha madrinha também não, más eu não me vejo vivendo assim, eu quero ser livre, não quero ficar presa , escondida em uma favela, quero conhecer o mundo, as pessoas, viver além do morro, as vezes eu fico com com dó da minha mãe, não poder descer o morro , frequentar um shopping, viajar com o meu pai, está presa para sempre aqui nessa favela, eu não quero viver assim. Cheguei na casa da madrinha ela tava na cozinha com a dona Maria fazendo a janta.

Clara- benção madrinha.

Dei um beijo nela, um beijo na dona Maria.

Brenda- Deus te abençoe! Que cara é essa parece que viu um pônei kkk

Clara- credo madrinha que pônei?

Brenda- não se faz de doida Clara eu te conheço, nunca te vi assim, é o vapor né ? Eu vi lá o Love no baile.

Clara- madrinha eu tô sentido uma coisa estranha por ele sabe, só penso nele, quero ficar perto dele, acredita que eu beijei um cara na praia parecia que tava beijando uma pedra, depois que beijei o GT não consigo pensar em outra coisa.

Brenda- se gosta dele vai em frente, teu pai vai achar ruim más depois passa.

Clara- más madrinha viver igual vocês ilhada nesse morro , tô fora!

Brenda- tu é igual tua mãe né, põe dificuldade em tudo, você só tem 17 anos, e já se imagina um futuro distante, más se quiser eu mando ele vazar da boca e vai deixar de ser bandido, aí você coloca um terno nele e leva ele para o asfalto.

Clara- tá de sacanagem né madrinha, e se eu gostar dele pra valer, fazer igual você é minha mãe amar tanto ele a ponto de aceitar viver reclusa do mundo.

Brenda- eu sempre me amei em primeiro lugar, se eu não quisesse viver do jeito que eu vivo eu não estaria aqui, e não é  pelo Luiz  é por mim , eu amo muito ele, más eu me amo primeiro.

Clara- não foi assim com a minha mãe, que largou um sonho para casar com meu pai .

Brenda- ela não se arrepende disso , se você perguntar um milhão de vezes se ela é feliz com o seu pai ela vai responder que faria tudo de novo, os sonhos mudam, o destino conspira para a felicidade.

Clara- eu sei que ela é feliz com meu pai, más é disso que eu tenho medo, de amar e ter que esquecer o que eu sempre quiz, quero conhecer o mundo.

Brenda- quando a gente ama o mundo inteiro fica menor e o que importa mesmo é que você seja o mundo de alguém, e eu posso viajar quando eu quiser com um passaporte de adrenalina ainda por cima.

Clara - você consegue ser o que você quiser né madrinha.

Brenda- todo mundo consegue é só não  dificultar tanto porque a vida é curta para perder tempo pensando no talvez.

O padrinho entrou na cozinha.

Clara- benção padrinho.

Luiz- Deus te abençoe ! Já levou um esculacho do teu pai?

Clara- já e também ja sei que foi você que passou o rádio, poxa padrinho podia ficar do meu lado as vezes né.

Luiz- se eu  falei para ele é porque eu estou do seu lado, porque se ele pega os dois juntos você já sabe.