Brenda narrando- depois que eu apaguei, sonhei que eu estava em Brasília, que eu ainda era uma criança brincando com a Liz e com o Luiz, um sonho tão bonito que parecia real, eu senti uma dor forte na barriga que escureceu o sonho, deixou tudo escuro, eu fui me sentindo leve como uma folha ao vento, a dor eu não sinto mais, ouvi uma voz suave e delicada , dizendo volta mamãe volta, o sonho ascendeu de novo e de longe uma menininha me dava tchau e mandava beijo, eu não conseguia ver o rosto dela, mas de costa parecia muito comigo quando era pequena, o cabelo preto e longo , branquinha como a neve, ela foi desaparecendo como uma nuvem em um dia nublado que o vento vai levando , a dor na barriga voltou mais forte ainda, eu acordei puxando um suspiro como se fosse o primeiro da minha vida, o que fez meu pulmão arder, eu não sabia aonde estava , olhei em volta tudo branco, fechei oooslhos de novo, uma voz me chamou.
Médico- Brenda tudo bem, eu sou o Cezar o médico você foi atingida por uma bala por isso está aqui no hospital.
As palavras dele entraram na minha cabeça como um raio, as lágrimas escorreram pelos meus olhos, já sabendo a resposta eu coloquei a mão na barriga, eu não senti mais a minha Lívia, minha barriga estava vazia,e o meu coração cheio de dor.
Médico- não conseguimos salvar o bebê, e tivemos que fazer uma cesárea de emergência para retirar o bebê para conter a hemorragia.
Minha bonequinha não vai crescer, não vai se parecer comigo ou com o pai, não vai conhecer o irmão, eu não vou ouvir a voz dela, não vou admirar seus olhos, não vou sentir suas mãos, essa dor é insuportável, meu coração parece que está sendo esmagado, falei em meios as lágrimas.
Brenda- e o Luiz?
Médico- ele está bem , o seu filho também, eu sei que o que você está passando é muito doloroso, más eu também sei o tamanho da sua força, eu preciso que você use essa força, para ficar bem.
Que força? Aonde tinha força agora é só dor, e ainda tem a culpa que está aqui martelando a minha cabeça, eu grávida em uma boca, fui irresponsável e inconsequente.
Brenda- eu quero ver meu marido, eu quero ir embora.
Médico- eu vou tentar trazer ele aqui, mas agora você não pode ir, o seu quadro ainda é delicado.
Ascenti com a cabeça, o médico saiu da sala, passei o tempo todo chorando , minha cabeça estava doendo muito, mas a minha alma estava muito mais. A noite o médico trouxe o Luiz e nos deixou sozinhos.
Coloquei a mão na barriga e comecei a chorar.
Brenda- nossa bonequinha meu amor, a culpa é minha.
Luiz- não fala assim marrenta, você não tem culpa, você foi forte , corajosa, quando é para acontecer pode ser em qualquer lugar, agora você tem que ficar bem o Lucas está com saudades e eu também. Eu te amo minha marrenta.
Ele beijou minha testa.
Brenda- eu te amo tanto, e o morro amor o que aconteceu?
Luiz- a polícia não conseguiu tomar o morro, saíram esculachados, com mais de 15 mortos, nenhum morador ferido, do nosso lado você foi ferida e o maumau foi preso.
Brenda- Maumau preso? Que merda! Amor eu vou ficar bem eu prometo, vai embora vai ajudar a Liz a planejar um resgate foda, eu quero ver na televisão esses policias levando a pior ré da história , você é foda e ela também, não perde tempo!
Luiz- eu vou! Te amo, te amo, te amo!
Ele me deu vários beijos, me fez rir e saiu.
Liz narrando- o Luiz veio me buscar no morro do Duka , para planejarmos a maior fuga que esse país já viu, deixamos as crianças na casa dele com a dona Maria e a filha do Iago para ajudar a cuidar deles, e fomos lá para casa.
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Suave como uma bala
FanfictionLiz nasceu e cresceu na periféria Brasília, filha de um policial militar, ela tem o pai como exemplo e a profissão dele como sonho, ao contrário de Liz , Luiz seu irmão seguiu um caminho inverso, uma crime brutal fez o menino entrar para o mundo do...