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Após uma semana, o Tributo havia chegado. Ao lado de Tamlin em um altar no salão principal de mármore e ouro da mansão, Feyre suportou as fileiras intermináveis de olhares, lágrimas cheias de gratidão, além das bênçãos pelo que ela fizera. Eles simplesmente não paravam de vir, emissários que representavam cada cidade e povo na Corte Primaveril traziam pagamentos na forma de ouro, joias, galinhas, colheitas ou roupas. Não importava o que fosse desde que equivalesse ao que deviam.
Em sua típica túnica azul-claro com capuz, Ianthe se encontrava nas portas, oferecendo bênçãos para os que partiam e palavras de conforto para os que perdiam a compostura diante da presença de Feyre, as belas promessas que o mundo estava melhor agora e de que o bem prevalecera sobre o mal. Lucien estava posicionado aos pés do altar, contabilizando cada quantia, armado até os dentes assim como os dez sentinelas que vagavam pelo salão.
Aquele era o salão de recepção, dissera Lucien quando se dispôs a ajudá-la a descer os degraus da escadaria no início do Tributo. E por mais que Feyre soubesse o quanto aquele cômodo se parecia com um salão de trono para ela, a ex-humana se deixou imaginar se o macho não utilizou outras palavras, pois as outras palavras, elas, bem... Feyre e Tamlin passaram muito tempo em um salão de trono. E Feyre não passara aquele tempo ao lado do macho que amava mas sim ajoelhada diante dele, se aproximando daquele altar da mesma forma que aquela feérica esguia, de pele cinzenta, o fazia naquele momento.
Ela não usava roupas. Seus longos cabelos escuros sem cor sobre os seios empinados e firmes, os olhos em uma imensidão ébano foram postos na feérica com coração humana por um momento antes de abaixar seu rosto composto por feições pontiagudas e cobriu os seios com seus dedos magros palmados. O rosto de Lucien se contraiu em reprovação, mas ele não realizou nenhum comentário quando a feérica de pele cinzenta se pôs a falar:
─ Em nome dos aspectos da água, eu o cumprimento, Grão-Senhor.─ Disse ela, sua voz não passando de um mero sussuro sibilante, os lábios carnudos revelando uma fileira de dentes afiados e irregulares.
─ Bem-vinda.─ Cumprimentou Tamlin. Depois de cinco horas, parecia tão disposto quanto aquela manhã. Feyre pensou que, depois do retorno de seus poderes, não houvesse muitas coisas capazes de cansar Tamlin.
O especto da água aproximou-se, o pé cheio de garras salpicado de cinza escorregando pelo piso. Lucien moveu-se, realizando um passo casual e rapidamente ficando entre Feyre e a feérica.
A ex-humana não deixou de trincar os dentes ao notar o movimento feito pelo emissário da primavera. Como podiam acreditar que eram capazes de os atacar em seu lar e naquelas terras quando não estavam convencidos que Hybern se encontrava pronto para uma ofensiva?
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Corte dos Pesadelos
Fanfiction⊱ Cidade Escavada, também conhecida como Corte dos Pesadelos, é um lugar perverso, o berço das pessoas mais desprezíveis da Corte Noturna, onde a escuridão dominava tudo. Apesar de ser um belo exemplo do inferno na terra, era a única coisa que Dem...