zero. without wings

997 73 5
                                    

╔══════════════╗

╚══════════════╝

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

╚══════════════╝

EM ALGUM MOMENTO NO PASSADO

É um daqueles dias raros nas estepes illyrianas, o sol brilhava em meio ao céu azul-claro, sua luz dourada parecia tornar a paisagem ainda mais viva, as copas das árvores encontrava-se com uma coloração impressionante de verde e a madeira de seus troncos exibem um tom de marrom profundo que chegava a ser encantador, as flores florescem ao redor das pequenas cabanas feita de nada além de madeira, agarrando-se desesperadamente naquelas estruturas como se isso fossem impedi-las de se tornar cinzas e pó quando a neve voltasse a cair, trazendo aquela paisagem fria e esbranquiçada que refletia o quão cruéis os illyrianos poderiam ser e quão longe poderiam chegar para honrar o sangue guerreiro que corria em suas veias.

De braços abertos e rosto erguido na direção dos céus, parecendo uma deusa que as antigas cantigas illyrianas falavam sobre, tendo seus cabelos de um tom ébano flutuando ao redor de seus ombros, acompanhando a brisa suave do verão e pele marrom-clara parecendo ganhar um tom levemente dourado enquanto se mantinha no sol, os olhos fechados deixavam claro que seu objetivo era absorver a luz e calmaria que dias como aquele traziam.

Mirna enfim abriu os olhos, os lábios abrindo-se levemente para que um suspiro escapasse conforme virava-se, os olhos em um tom avelã que se aproximava de um verde-musgo encararam as cabanas illyrianas, as pequenas crianças que se permitiam aproveitar o dia, erguendo as asas membranosas para voar pelo céu, e as fêmeas que os fitava com um sorriso acolhedor, como se estivessem presas em lembranças dolorosas demais para que se permitam pensar no passado. A fêmea levou as mãos até os cabelos, as pontas dos dedos roçando nas orelhas redondas e esticando-se para além, se deparando com o vazio, onde deveria estar aquelas mesmas asas parecidas demais com as de um morcego que seu sangue illyriano deveria ter lhe dado. Ela estalou a língua, evitando novamente ter aquele sentimento destruidor em seu coração quando lentamente desceu o morro no qual estava, a terra gramada sendo esmagada embaixo de seus pés conforme avançava na direção da pequena cabana que estava longe o suficiente das demais, apenas o bastante para que todos soubessem quem morava ali e o quanto deveriam manter a distância.

A figura de Mirna se destoa ao passar pelas ruas, a falta de suas asas é o que atraí atenção da mesma forma que as afasta e traz os murmúrios. E não é toa. Ela sabia muito bem o que cada um diz.

Isso é um castigo, é triste que o Lorde Devlon pague por sua esposa ser uma atrevida.
Sua existência é prova da traição de Carmie.

Todos os comentários eram apenas mentiras, ela sabia disso muito bem, já que apesar das inúmeras discussões e farpas, Mirna nunca havia visto um illyriano olhar para sua esposa da forma que seu pai fazia com sua mãe. Havia um motivo pelo qual Carmie aceitou se casar com Devlon e nenhum deles possuía relação com seu título ou seu espírito guerreiro, mesmo que muitos negassem a verdade. Amor é o que os uniu e é a principal causa pela qual Carmie mantinha-se calada diante de tais comentários hediondos, sua intenção era que Devlon continuasse um Lorde sem a pequena adição da informação sobre sua esposa incontrolável.

Corte dos PesadelosOnde histórias criam vida. Descubra agora