eighteen. already gone

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As ruas encontravam-se silenciosas, poucos murmúrios trocados era entre os illyrianos que tornaram-se responsáveis pela fiscalização dos portais de teletransportes, um feitiço tão antigo quanto a própria Prythian é o que Kirk explicou brevemente antes do plano ser posto em prática, seus olhos enevoados fixos nos arranhões que Cpretus deixava pelo assoalho conforme passeava, agitando-se quando provocado por Zion. Em suas costas, feéricos carregavam alguns de seus muitos pertences e desapareciam numa espécie de névoa fluante que rondava as paredes dos prédios mais próximos da avenida principal, levados diretamente para algum dos inúmeros palácios ao redor da Cidade Escavada.

Trajado com um casaco que cheirava a neve e um par de luvas feitas de couro illyriano, June continuava sentado nos degraus da mansão, fitando o movimento da rua através da porta que se mantinha aberta, aguardando pelo retorno de Zion para que pudessem enfim encontrar Ludovik em um dos palácios, o qual o Mestre-Espião iria observar até o início definitivo da guerra. Circulando o pescoço cheio de escamas pertencente a Cpretus com uma careta desgostosa, Jolly pragueja baixinho sobre o quanto a criatura havia crescido num período tão pequeno de tempo, chegando a ultrapassar até mesmo o próprio guerreiro e, em sua mente infantil, June poderia facilmente imaginar Demetria montava em Cpretus, ordenando que as três cabeças cuspissem fogo sobre Hybern com fúria.

O menino suspirou, abraçando ainda mais sua mochila. De repente, tornando-se consciente demais do que estava por vir. June continuaria nos palácios sob a proteção de inúmeros feitiços enquanto sua família estaria no campo de batalha, arriscando as próprias vidas. Ele passaria dias sem a presença daqueles que haviam o acolhido, sem ouvir as histórias de Zion sobre os guerreiros bastardos ou Ludovik esforçando-se para ensiná-lo a jogar xadrez, sem presenciar o cintilar dos olhos curiosos de Demetria. Estaria completamente sozinho, tal pensamento o atormentou. 

─ Por que temos que ir embora?─ Ele se vê questionando após um longo momento no mais completo silêncio. Franzindo levemente o cenho, Jolly aproximou-se, as botas pesadas chocando-se contra o piso de madeira num som que June aprendera a encontrar conforto. Cpretus moveu suas cabeças, uma sibilando para a outra.

Os olhos cruéis carregavam suavidade quando estendeu uma mão, acariciando os cabelos escuros do menino.

─ Precisamos proteger nosso povo.─ Fala, abaixando-se para se apoiar em um único joelho, fitando as orbes avelãs.─ E não estamos indo embora, não definitivamente. Isto é para evitar que o passado se repita.

Jolly não detalhou, mas June entendeu. Era um plano visando evitar um cenário parecido como aquele que havia sido responsável por ceifar a vida de seus pais durante a batalha contra Keir e sua tentativa de assumir o controle da Cidade Escavada mais uma vez.

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