⊱ Cidade Escavada, também conhecida como Corte dos Pesadelos, é um lugar perverso, o berço das pessoas mais desprezíveis da Corte Noturna, onde a escuridão dominava tudo. Apesar de ser um belo exemplo do inferno na terra, era a única coisa que Dem...
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Ludovik se sentiu estúpido. Ele deveria ter prestado atenção nos sinais que as sombras lhe deram sobre o perigo que espreitava por aqueles corredores. Deveria ter corrido para longe ou se escondido nas sombras quando avistou os homens que seguiam a mulher diabólica que tomou a Corte dos Pesadelos em uma noite. Mas, agora, se lamentava não ajudaria muito, principalmente quando já estava nas portas negras de detalhes dourados, com seus ombros sendo segurados fortemente pelos dois brutamontes que possuíam malícia em seus sorrisos.
- Não se preocupe, garoto.- Rosnou um deles, o que tinha os olhos dourados cruéis. As sombras sussurraram em seus ouvidos, lhe dizendo tudo que sabia sobre o homem fazendo com que Ludovik encolhe-se. O histórico de torturas, temperamento difícil e o jeito que ele havia sofrido na guerra que ocorreu muitos anos antes.
- Nossa senhora não é tão cruel quanto parece, sabe?- O outro falou, seus olhos enevoados fixos na porta. O adolescente não deixou de se surpreender ao notar que aquele homem era simplesmente cego. Um incapaz tinha sido capaz de capturá-lo antes que sequer pensasse em adentrar nas sombras. Pela Mãe, que tipo de pessoa havia tomado aquela corte e ainda comandava homens como aqueles? ─ Ela nos prometeu uma coisa bem valiosa, sabe?
Ludovik capturou seus próprios lábios com os dentes, nervoso e ansioso. Prometer algo valioso? O que diabos isso significa? Nos corredores subterrâneos daquela cidade em forma de um palácio, prometer algo é uma ótima forma de enganar tolos e os fazer virar meros cadáveres antes do dia amanhecer, mesmo que o sol nunca adentrasse completamente na Cidade Escavada.
─ Oh, sim!─ A risada estrondosa de um de carcereiros.─ Ela sempre está prometendo muitas coisas, não é, Kirk?
O cego balançou a cabeça com um sorriso nos lábios rachados, concordando. Um arrepio subiu pelo corpo de Ludovik, aquela pequena conversa estava o fazendo sentir um desejo desesperado de se soltar daqueles apertos que tinham a mesma força de uma corrente de ferro e ir se esconder nas sombras até que achasse seguro sair, o que demoraria muito, muito tempo.
Passos foram ouvidos atrás deles. Uma mulher e um homem, suas sombras rapidamente entregaram. Tenha cuidado com a mulher. Avisaram, antes de calarem fazendo Ludovik odiar ainda mais elas. Por que diabos elas sempre davam meia informação?
─ Falando mal de mim, Jolly?─ O homem de olhos dourados apenas arqueou as sombracelhas ao ouvir a voz feminina. Autoritária, mesmo que se pudesse perceber um certo humor nela.
─ Ora, minha dama, e eu já falei mal de você para meus queridos colegas?─ Ele perguntou, soltando o ombro do menino de seu aperto e virando-se para encontrar a figura feminina e masculina atrás deles.
