twenty eight. about shadows

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O jantar havia sido tranquilo. Demetria parecia se divertir enquanto sua risada de sinos ecoava pela sala de jantar após uma troca de comentários ácidos entre Cassian e Amren. Os olhos esverdeados salpicados de prata cintilavam a todo momento, assim como as bochechas suavemente rosadas que se tornavam ainda mais aparentes quando a Dama dos Pesadelos erguia os lábios róseos, formando um belo sorriso que esquentava o coração de Rhys.

Demetria estava feliz. E ele podia enxergar aquele sentimento em cada ato realizado pela fêmea encantadora. Poderia enxergar a felicidade em suas feições nos momentos que soltava mais uma de suas típicas risadas de sinos por conta de algum resmungo de Amren e os olhos esverdeados se voltavam para ele. Sempre sorrindo, como se quisesse mostrá-lo o quão estava confortável ao lado da conselheira política e da emissário da Corte Noturna, o quão parecia adorar a forma que Cassian sempre parecia soltar piadas de forma aleatória apenas para vê-la rir ao ponto de seus pulmões implorarem por ar.

Era bom vê-la tão confortável entre sua família. Era bom vê-la tão distante do luto e tristeza arrebatador que havia a dominado por inteira por quase um mês inteiro.

Mas ainda assim, Rhysand se pegava vendo aquele cintilar naquelas orbes que representava as ondas profundas e densas de um mar infinito no tom esverdeado se apagar. E na maioria das vezes, Demetria mantinha sua atenção nas ruas que exalam positividade e alegria de Velaris, debruçada na grade que rodeava uma das sacadas de um dos inúmeros apartamentos que Rhys possuía pela Cidade da Luz Estelar e parecendo analisar as crianças que corriam pelas ruas, parecendo analisar um casal de machos que aproveitavam o fim da tarde para um passeio.

Ele sabia o que a deixava daquela forma e entendia, mesmo que isso o fizesse afundar em culpa por todos os anos de negligência com a própria Corte. Rhys sabia que ela pensava nas crianças que haviam morrido durante sua infância, sabia que ela pensava em Lionel e no quanto todos eles adorariam conhecer Velaris. No quão felizes eles seriam, caso o egoísmo dos Grão-Senhores da Corte Noturna não tivesse os impedido.

Entendia que a saudade que sentia da presença de Lionel era tão grande que a sufocava e lhe deixava pensativa por dias inteiros. Entendia os motivos pelos quais às vezes acordava tenso e desesperado por notícias da Dama dos Pesadelos, pois aquele laço que os ligava lhe dizia o quão instável Demetria se encontrava. Entendia que os horrores que ambos passaram durante cinquenta anos iria os assombrar por toda a vida, e mesmo que a dor já tivesse desaparecido, os traumas que ambos ganharam naquelas anos continuariam marcados em suas almas, em suas peles e principalmente em seus pesadelos.

Quando o jantar chegou ao seu fim, Cassian já estava com uma garrafa de vinho em mãos e enchia a taça entre os dedos de Demetria até a borda, soltando uma risada trovejante e de forma sutil, insinuou que a fêmea só escaparia da Casa do Vento após uma partida de xadrez com o mesmo, algo que causou mais uma risada de sinos. No fim, a lua já atingia seu pico no céu noturno e Cassian não realizou nenhum movimento que os fizesse pensar que adentraria na biblioteca em busca do tabuleiro que deixou intocável enquanto Demetria se encontrava presa com Rhysand em uma montanha, apenas continuando a se certificar que a taça da Dama sempre estivesse cheia e risadas sempre estivessem escapando de seus lábios rosados.

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