II

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  Anna.

  Foco meus olhos no passarinho parado na minha janela e a cortina balança o fazendo fugir, me levantando e visto uma roupa confortável esperando que meu tio venha destrancar a porta. Ele começou a fazer isso a algum tempo, eu não entendo muito bem o porquê, mas segundo ele é para a minha segurança.

  Lorenzo tem se mostrado uma pessoa um pouco difícil de se conviver, eu não entendo o que exatamente eu estou fazendo de errado, mas sei que ele não gosta de mim e dos meus irmãos.

  O barulho ecoa contra a porta e logo a voz doce de Tia Branca passa pela porta, céus eu deveria pensar rápido, uma desculpa. Isso apenas uma desculpa Anna, vamos lá você não pode ser tão burra assim.

— Anna, por que sua porta está trancada, Piccolo? — Ela pergunta e eu mordo o lábio nervosa tentando pensar em algo.

— Vamos anna, pensa, pensa... — Sussuro baixinho mas minha atenção vai para a outra voz que se aproxima com o barulho da chave destrancando.

— Eu já disse para ela não se trancar. — Meu tio fala focando os olhos no meu e eu congelo — Não disse, Anna?

— Sim... — Sussuro como resposta me aproximando da cama.

— Vá indo Blanca, eu a encontro no carro.

— Quero me despedir da minha menina, Lorenzo. — ela fala tocando o braço dele e eu foco meus olhos no chão.

— Ela irá se despedir de você, mulher. Não seja tão dramática. — ele fala em um tom rude e a enxuta para fora do quarto, a porta se fecha e eu recuo um passo assim que ele avança na minha direção.

— E-eu não disse nada, eu juro, e-eu.. eu apenas fiquei quieta...

  O rosto dele me dá tanto medo, os olhos escuros como a noite e rosto coberto de raiva fazia que até meus pés se arrepiassem sempre que ele se aproximava de mim, é como se meu corpo entrasse em alerta lembrando sempre do que ele é capaz.

— Eu não quero você sozinha falando com ninguém, entendeu? — assinto que sim e ele semicerra os olhos passando pelo meu corpo — espero ter sido claro.

— O senhor foi. — sussuro e ele me pega pelo braço me levando para fora.

  Caminho com um pouco de dificuldade e ele me solta antes de descermos a escada, corro escada a baixo e abraço minha tia, eu estava com um pouco de medo das notícias que ela traria do hospital, mas eu tinha esperanças dentro de mim que tudo iria ficar bem.

  Segundo minha mãe tudo sempre fica bem.

— Vou esperar a senhora para assistirmos as flores se abrirem no quintal. — Falo a abraçando e ela sorri — Faça uma boa viagem.

— voltarei a tempo para ver as nossas doces flores se abrirem, Piccolo. — ela sorri roçando seu nariz contra o meu e eu sorrio para ela — Cuide bem dos meus pequenos, não deixe vicenso e Antonella se matarem, sabem como aqueles dois são.

— Eu prometo, tia. Vou os manter em segurança.

— Fique com Deus. — as mãos dela apertam minhas bochechas e ela fica alguns segundos me olhando como se decorasse meu rosto — Volto em alguns dias.

— Estarei aqui quando voltar.

  Ela entra no táxi e eu me despeço dela sorrindo enquanto a lágrima insistia em descer, a barra da minha saia é puxada por pequenas mãozinhas e eu sorrio olhando para baixo encontrando os pares de olhos verdes grandes me encarando.

— Podemos ir até a grande muralha? — Vicenso fala docemente e eu me abaixo para o abraçar.

— Podemos fazer o que você quiser.

La famiglia Lucchese - Neithan.Onde histórias criam vida. Descubra agora