LXIX

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Continuo sentada no sofá e Lua continua tentando me entregar esse bendito chá, mas só consigo pensar no que Lorenzo pode fazer com Neithan, e tudo isso é culpa minha. Eu o coloquei nisso...

Ja faz alguns minutos que Antony e Dylan sairam do escritório e antony estava com as mãos cobertas de sangue.  Me levanto assim que o mesmo aparece na porta com uma arma em sua mão e sinaliza para Ed.

— Não! — falo o olhando incrédula — Eu não vou ficar aqui esperando vocês voltarem.

— Você vai! — ele ordena — Ed vai cuidar de você. Ele já errou uma vez, não vai cometer mais o mesmo erro, não é?

Ele fala olhando para Ed e eu faço negação.

— Ed foi o responsável por me ajudarem. — o defendo — e eu não vou ficar, é do meu marido que estão falando. Ele está em perigo.

— Ele vai estar em muito mais perigo se souber que você está lá. Se você morrer, está tudo fodido.

— Lorenzo quer à mim. — falo fingindo não me afetar com essas palavras — Se eu for vocês terão mais chances. Por favor, você me treinou, eu sei o que fazer...

— Não podemos correr esse risco. Neithan me deixou encarregado de proteger você.

— E quem está encarregado de proteger ele? — questiono, mas ninguém responde — Ótimo, então eu vou.

Falo caminhando em direção ao lado de fora onde sabia que Dylan esperava no carro. O mesmo franzo o cenho assim que me vê e eu ignoro os xingamentos de Antony mandando que eu ficasse.

— Que porra você está fazendo? — Dylan franze o cenho.

— Você não vai! — Antony fala mais uma vez.

Abro a porta do carro e a adentro no mesmo instante.

— Isso não é negociável. — Falo colocando o cinto de segurança e fecho o vidro o fazendo sair da minha porta.

Antony adentra o carro e logo Dylan faz o mesmo, ainda me olhando incrédulo. Eles seguem caminho e eu vejo de escaneo Ed nos seguir em um outro carro.

Sinto meu corpo gelar a cada quilometro que o carro se afastava da propiedade, não por medo de algo me acontecer ou de ver meu tio em minha frente depois de tanto tempo, mas sim de que algo de ruim estivesse acontecendo com Neithan ou com meus irmãos. Eu não me perdoaria se Lorenzo estivesse fazendo com eles o que fazia comigo naquele sótão, só de imaginar em qualquer um deles cobertos de sangue me conta o coração.

Protegi minha vida toda meus irmãos, eu não poderia agora deixar que algo os acontecesse. Se suportei cada um daqueles cortes ou espancamentos em meu corpo durante todos esses anos, foi por eles e mais nada.

Afinal, se eu fugisse, não os conseguiria os levar comigo e isso não era uma opção.

Olho pela janela ainda ouvindo o que Dylan e Antony passavam entre eles e foco meus olhos sobre o lugar esquisito. Longe o suficiente da cidade para que se houvesse uma fuga fosse preciso um carro.

O bairro com algumas casa que pareciam abandonadas ha anos e diversas áreas cobertas pelas árvores que ali se alastravam, davam um ar ameaçador ao local. Tudo parecia cinza demais por aqui.

Dylan estaciona o carro em uma parte ainda mais afastada, quase que na caida de uma vala coberta de árvores. Saio do carro e Antony sai ainda mais rápido parando em minha frente.

— Não vai me impedir. — falo assim que ele fica perto demais.

— Se quer mesmo ir, então precisa de armas ou vai enfrentar no mano a mano? — ele questiona e mostra a arma.

La famiglia Lucchese - Neithan.Onde histórias criam vida. Descubra agora