LXV

13K 1.1K 91
                                    

Ed desceu ao meu lado sobre o carro assim que passamos pela entrada escura do prédio cinza que parecia não ter vida. Ele fica afastado a alguns bons quilômetros da cidade, mas o que é mais estranho é que aqui parece tão triste.

— Tem certeza que crianças vivem aqui? — Sussuro para Ed, ele sorri arrumando o laço em meu cabelo que quase fugia pelo vento e assente que sim.

— Só precisa de algumas reformas. Talvez peçam dinheiro para você em relação a isso. — ele fala me ajudando a subir as escadas.

— Posso dizer sim? — pergunto, mas antes que ele responda um homem de cabelos grisalhos e pele morena pelo sol aparece em nossa frente.

Ele parecia ter um pouco mais de idade que Ed, e seu sorriso era algo bem agradável.

— Senhora Lucchese. — ele suspirou aliviado — Que honra à tê-la aqui!

Sorrio para o mesmo e ele faz um pequeno aceno com a cabeça.

— Posso mostrar nosso humilde prédio? As crianças estão loucas para conhecê-la. — ele fala em expectativa — A propósito, me chamo Michael e sou o diretor responsável pelo local.

— Eu adoraria! — Sorrio para o mesmo e Ed passa os olhos pelo local antes de nos seguir.

Presto atenção pelo local enquanto Michael nos conta a história do local e como eles vivem de doações e mesadas das famílias fundadoras. Passo meus olhos pelo refeitório onde havia algumas crianças e franzo o cenho assim que encontro cabelos loiros que eu já havia visto antes, presto atenção tentando ver se era mesmo quem eu pensava ser, mas Michael me chama.

— A senhora deseja beber algo? Um café? Uma água? Um suco? — Ele pergunta e eu nego agradecidamente — A essa hora as crianças fazem o café da manhã antes de irem para a aula.

Ele fala e continua andando.

— Acho que Blake, está aqui... — Sussuro para Ed.

— Quem?

— Blake, a garotinha que nos atendeu no café. — Explico e Ed olha ao redor a procurando.

— Tem certeza? — ele pergunta e eu assinto.

Michael continua falando, mas a única coisa que conseguia fazer era procurar por ela. Nunca pensei que a veria de novo, e também não consigo pensar que aqui é um lugar muito legal de se morar.

— E a noite fazemos orações, normalmente com um grupo menor de órfãos. — Ele fala parando em nossa frente — Gostaria de dizer que só à crianças boas aqui, mas à alguns que só com muita oração para seu coração se redimir.

— Só há crianças aqui? — pergunto curiosa e ele nega.

— Bom, cuidamos de todos até que completem a maior idade e infelizmente depois disso eles partem.

— E vão para onde?

Ele não me responde, apenas arruma o terno em seu corpo. Olho para Ed e o mesmo limpa a garganta antes de apontar para o corredor próximo à nós.

— Vamos explorar o local, espero que não se importe.

— Oh, claro que não. — ele sorri — Posso mostrar a abadia que fica d-...

— Vamos sozinhos, obrigado. — Ed responde por mim.

Caminhamos em direção ao corredor onde haviam muitas janelas que davam visão para o jardim lá fora, mas não haviam flores.

— Sabe,... Sei que não está fácil e... — Ed parece pensar antes de falar mas eu o paro no mesmo momento.

— Não precisa fazer isso Ed. — Sussuro negando e o mesmo mesmo me olha confuso — Antony faz isso o tempo todo, ele fica pisando em ovos comigo e Dylan nem ao menos pronuncia a palavra "capo" ou Neithan perto de mim. Não faça isso também, você não.

La famiglia Lucchese - Neithan.Onde histórias criam vida. Descubra agora