XI

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Anna

Arrumo pela décima quinta vez o vestido no corpo e mexo meus dedos nervosa, eu nem sei o que estou fazendo aqui. Não deveria ter aceitado quando Lou sugeriu.

Apesar de ser divertido as luzinhas coloridas e o modo como elas passam pela minha pele, a fumaça e esse cheiro forte que eu não consigo distinguir está me deixando um pouquinho tonta e eu também estou com sono. Nunca fico acordada até tarde, meu tio diz que isso não é bom. 

August nos deixou sentadas aqui no balcão já faz algum tempo, Lou como sempre já encontrou alguns amigos e eu passei a maior parte do tempo conversando com Theo, como eu não tenho muito o que falar e também sinto um pouco de vergonha de o olhar, apenas o escuto falar sobre suas viagens e últimas férias. Já faz alguns minutos desde que a conversa se tornou uma via de mão única.

— Vão beber alguma coisa? — A moça de cabelos encaracolados pergunta atrás do balcão e Théo para de falar.

— Tem refrigerante?

Ela franze as sobrancelhas e Theo solta uma pequena risada, o olho sem entender e o mesmo se recompõe antes de olhar para a moça.

— Uma cerveja pra mim. — ele fala e olha para mim — Você não sabe bebe não é?

Assinto que não e a moça meneia a cabeça antes de se virar para pegar a bebida dele. O mesmo passa os olhos pelo meu corpo e eu procuro Lou no meio das luzes.

— Fique aqui! — ele ordena e eu assinto.

Theo me dá as costas e some no meio da multidão, a moça do balcão limpa os copos enquanto me olha intrigada e eu volto a procurar Lou na festa.

Eu não gosto de ficar sozinha, é estranho e ameaçador. 

Olho para cima vendo a passarela que fica a Cima da pista de dança e só consigo ver o terno azul escuro passando rapidamente mais como um vulto.

— Aqui. — Sinto a mão puxar a minha e baixo o olhar do teto para encontrar os olhos verdes de Theo, seguro a latinha de refri — Espero que não se importe eu bebi um pouco.

— Tudo bem.

— Não vai beber?

— Vou. — falo sorrindo e levo a latinha até a boca, sinto um gosto um pouco diferente e olho a lata com o cenho franzido. Mas deve ser por eu nunca ter provado dessa marca.

— É gostoso não é? — ele pergunta perto do meu ouvido e eu assinto.

Sinto a mão dele na minha cintura e encontro os olhos dele, o mesmo sorri para mim e se afasta assim que eu bebo mais um pouco de refrigerante. 

— Você é a Anna? — a garota loira pergunta meio apressada e eu assinto — Lou vai demorar um pouco, ela pediu para avisar que o pai dela foi embora, mas ela daqui um pouco vem.

— Obrigada.

— Posso levar você pra casa.

— A Lou já vai voltar. — falo e ele ri negando.

— Você não entendeu o que ela está fazendo? — franzo o cenho tentando entender e ele morde o lábio — Quer que eu te mostre?

Assinto ainda confusa e ele sorri pegando minha mão, minha mente estava um pouco neblinada diferente de alguns segundos atrás. Caminho de mãos dada com ele entre as pessoas dançando e seguimos pela porta que havia uma escadaria, as subimos mesmo com a pouca iluminação e eu aperto a mão de Theo para não cair.

— Lou está aqui?

— Ela está do outro lado. — Ele aponta e eu o sigo.

Caminhamos pelo grande corredor onde haviam alguns homens usando ternos e uma coisa engraçada no ouvido, os dois estavam parados em um porta como se visessem a guarda da mesma. Theo os cumprimenta e passamos direto por eles.

La famiglia Lucchese - Neithan.Onde histórias criam vida. Descubra agora