LXX

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Olho ainda me sentindo em tempo de aguentar os cortes e golpes em meu corpo. Tudo ainda estava claro sobre a minha visão, então poderia esperar por horas para que algo fosse feito ou que eu conseguisse destravar a segunda algema de minha mão.

— Ela não vai vir, desista!

— CALADO, PORRA! — ele esbraveja — Como pode ainda estar tão bem?

Ele pisca incrédulo, mas congela assim que olha em meus olhos como se soubesse de algo.

— Eles estão aqui, não estão? — ele indagou e eu revirei os olhos — Responda!

— Estou preso bem na sua frente, sei tanto quanto você, seu animal.

O mesmo olha ao redor. Parece que toda tortura que ele fez em mim para que talvez eu chegasse a loucura, no fim alcançou apenas a ele. Lorenzo está como um lunático e sabe que o circo está se fechando, pouco a pouco posso sentir que cada andar desse muquifo está coberto pelo sangue de seus aliados e ele também sabe disso.

— Vocês estão aí? — ele fala e eu arqueio a sobrancelha. Velho maluco — SAIAM SEUS COVARDES.

Rio internamente. Covardes?

Ele que está com um segurança à cada porta desse andar e meus irmãos que são covardes... que ironia.

Nada é respodido em meios aos gritos, apenas silêncio como resposta.

— Já que não há ninguém — Ele aponta a arma em minha direção e eu o olho convicto — Diga suas últimas palavras, capo.

— Vai largar tudo assim? De mão beijada? Achei que fosse mais esperto.

— Se não vou conseguir o que quero — ele caminha em minha direção ainda com a arma apontada em meu rosto — Você também não vai viver.

Ele engatinha o dedo na arma e eu ergo o queixo o olhando fixamente. Em um instante o rosto de lorenzo se torna o de Carlos e as memórias de anos atrás se fazem presente, especificamente do dia em que o contrariei sobre tirar a vida de meu irmão. Engulo em seco me entregando a aquilo mesmo que houvesse uma chance de Antony e Dylan aparecerem.

Fecho meus olhos escolhendo não o contrariar dessa vez, já que se não fosse eu seria Antonella e Vicenzo na mira daquela arma.

Um estralo.

Uma voz ecoou por todo o cômodo.

Enrigeci em ter aquela visão em minha frente. O ar saindo dos meus pulmões por completo me fazendo engasgar.

— Não!... — Ela murmurou — Por favor...

Lorenzo se virou, um sorriso se formando em seu rosto.

Aguentei as últimas horas com facilidade, mas saber que Anna está aqui muda tudo. E ela que ele quer e eu estou preso em uma droga de cadeira sem a poder proteger. Remexo meus braços segurança as algemas quase que complemente soltas, mas ainda restavam as cordas.

— Corra! — Ordeno — Saia daqui a-...

— Fique quieto ou atiro uma bala na testa dela agora!

— Eu não... eu não vou fugir... — Sussurou ela.

— Solte ele, por favor.

Me mexo descontrolado sobre meu assento e sinto a fúria tomar conta do meu corpo. Todo meu autocontrole se esvaindo em completa ruina. Ele não a tocaria, não, não na minha frente. Esbravejo de raiva tento me soltar mais uma vez.

Sem sucesso...

Anna.

Sinto minhas pernas falhas, toda a coragem pareciam ter me deixado no momento em que aqueles olhos castanhos me tocaram. Não posso os desviar, se eu olhasse para Neithan naquele momento, meu rosto se faria em apenas lágrimas e meu corpo cederia ao chão implorando para que tudo acabasse.

La famiglia Lucchese - Neithan.Onde histórias criam vida. Descubra agora