LXXI

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Caminho com Anna em meu colo gritando por todos os cantos por ajudar. Desço os lances de escada tomado pelo medo de Anna não acordar e assim que chego ao fim do prédio vejo Ed correr em minha direção.

— Ela apagou. — falo despertado — ela apagou... precisamos de um hospital, Ed, minha mulher... pegue um carro.

Grito por fim, mas o mesmo continua no lugar.

— Por que não se mexe? ANNA PRECISA DE MIM PORRA.

— Os homens furaram todos os pneus dos carros, senhor, e o hospital mais próximo é a trinta quilômetros daqui. — ele fala culpado e eu olho para Anna sentindo o desespero tomar conta de mim.

Não, Não, não... olho para ela e me sento no chão com ela em meu colo, passo minhas mãos pelo rosto afastando o cabelo e beijo a temporã dela. Não posso perde-la, não posso...

— Fratello, Dylan foi atrás de uma oficina próxima. — Antony chama minha atenção.

— Oficina? — falo sem o olhar — Esse lugar não tem nada além de restos de muquifos.

— Bem, senhor... — A voz femina chama minha atenção — tem algumas lojinhas por aqui ainda.

Levanto meus olhos e seguro Anna mais contra mim olhando a mulher desconhecida por mim. Loira, baixa estatura, mulher era um elfemismo, uma criança.

— Quem é você? — Questiono.

— Meu nome é Blake. — ela sorri fraco olhando para Anna como se estivesse triste — e essa é Melissa.

Ela aponta para a morena que segurava uma sacola na mão.

— O que fazem no meio do nada? — arqueio a sobrancelha.

— Buscar meu remed-...

— Minha tia mora por aqui. — a tal de Melissa responde cortando a amiga — Mas estamos voltando agora.

Não dou muito ouvidos as duas e volto minha atenção a mulher em meus braços. Tento controlar minha respiração e dizer a mim mesmo que tudo ficará bem, dizer a mim, a pessoa que sempre causou a morte que dessa vez eu conseguiria manter a pessoa que amo viva.

— Eu consegui. — Dylan aparece correndo com alguns homens ao seu lado — Eles vão arrumar.

Ele fala e os homens começam a  arrumar os carros um por um.

Assim que o primeiro ficou pronto, não houve perda de tempo. Ed entrou no banco do motorista e eu segurei Anna em meu colo durante todo o caminho. Eu conseguia sentir o cheiro do meu próprio medo no ar, era como se eu estivesse sentindo medo pela primeira vez em minha pele.

O carro estacionou em frente ao hospital e eu sai correndo em disparato. Uma grande quantidade de enfermeiras ajudou a colocar Anna em uma maca e logo a tiraram de mim. Aparelhos ao seu redor auscultando seu coração e aferindo sua pressão, tudo em movimento. Cesso meus passos assim que a porta se fecha e a levam, a tirando do meu campo de visão.

Engulo em seco sentindo um peso enorme em meu corpo e sinto a mão em meu ombro antes de me virar.

— Senhor, o senhor também precisa de cuidados. — Ed sibilou com um olhar de preocupação. Me virei encontrado o olhar assustado das enfermeiras e respirei sem vida o olhando.

— Vou ficar aqui, a esperando.

— Pode esperar por ela fazendo alguns curativos. Não quero ter que dar a notícia a primeira dama de que o senhor está morto quando ela acordar.

— Não preciso dessas coisas.

— Não seja cabeça dura, não buscarei Lua em casa para o fazer mudar de ideia.

La famiglia Lucchese - Neithan.Onde histórias criam vida. Descubra agora