VI

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Neithan.

- Tem certeza que é aqui, senhor? - Ed se vira para me perguntar e eu não tiro meus olhos da casa - Esse bairro nem ao menos chega a ser um bairro nobre...

- É uma dessas.

Eu pelo menos espero que seja.

- E se ela não sair de casa? Como o senhor irá descobrir? - ele pergunta meio confuso.

- Ninguém fica preso dentro de casa 24h, certo?

O mesmo fica quieto e eu agradeço mentalmente.

Ouvi Lua falar com uma das empregadas no café da manhã sobre uma garota no supermercado, a mesma citou um pequeno garotinho que me assustou por um segundo ao ela dizer que a garota era nova demais para ter tido um filho. O que de certa forma faz muito sentido ele ser tão grudado nela.

Assim que as características que Lua citou, baterão notavelmente, eu me vi em frente a uma nova oportunidade de a encontrá-la e me livre dessa curiosidade.

Saber que ela tem um filho facilita as coisas, dessa forma eu tenho a certeza que não a arruinarei assim que a levar para cama. Já que esse é o meu único propósito, essa minha pequena nova obsessão me faz pensar tanto nela que sinto meu membro doer dentro das calças, e só irá ir embora no ponto em que a tiver em meus braços fazendo o que eu quiser com o corpo dela.

Preciso prova-la uma única vez e depois nunca mais voltarei a vê-la em minha frente.

Saio dos meus devaneios e olho ao redor das casas novamente, mas essa rua parece ser mais parada do que um deserto. Meus olhos param na porta se abrindo em uma das casas e vejo o homem que esteve na sede outro dia, o mesmo parece irritado ao falar ao telefone.

Bom, pelo menos de alguma forma esse verme me será útil.

- Oito horas, Senhor. - Ed avisa assim como eu havia ordenado - Vamos para sede ou para casa.

- Casa!

Preciso tirar mais informações de Lua, o que não é nada difícil já que a velha fala pelos cotovelos. Depois, preciso tirar informações desse homem, se ela mora nesse lugar asqueroso ele certamente deve a conhecer. Não é possível uma mulher ser tão desconhecida.

Anna.

Arrumo o café da manhã na mesa enquanto meu tio sai de dentro de casa com uma cara nada boa, subo escada a cima e acordo meus irmãos para os dois comerem. Apenas preciso citar a palavra comida e ambos ja correm para o banheiro para se preparar, sorrio vendo os dois e desço novamente as escadas encontrando meu tio com um semblante irritado.

- Está tudo bem? Tia Branca está bem?

- Ela ficara mais um tempo lá. - ele fala bebendo o café - Ela acha que eu vivo para a susteta-la? Para gastar com um patrimônio que não a pertence com um tratamento que não da resultado algum?

- Ela não está melhorando? - pergunto supresa e ele solta a xícara para me olhar, os olhos dele estão ainda mais escuros que o normal e eu sinto que isso não é uma boa coisa.

- Ela está gastando o que eu tenho, apenas isso.

- Mas... - engulo em seco - Ela melhorou nos últimos meses... tia branca até foi sozinha desta vez, ela está melhorando.

- Ela. Não. Está! - ele fala entre dentes e se levanta vindo na minha direção.

- Tio...

- Eu ainda irei concertar você, Anna, pode apostar que vou. - franzo o cenho sem entender e o telefone dele toca o fazendo se afastar.

Ele pega o telefone e o olha surpreso, o mesmo coloca uma das minhas vitaminas rosa em cima da mesa e eu a levo até a boca.

- Engula! - ele ordena antes de atender a ligação.

Empurro o comprimido com um pouco de suco e o mesmo não tira os olhos de mim, bebo isso desde que comecei a morar com meus tios a cinco anos, meu tio fala que eles são essenciais para que eu não sinto dores no corpo e que segundo ele, "meu corpo não produz energia suficiente".

Lembro de ter ficado apenas uma vez sem os tomar, e nesse dia senti uma dor horrível em meu vente, como se estivessem me machucando com uma alguma coisa pontiaguda.

- Sim, sou eu mesmo. - ele fala indo até a sala - Hoje? Não, nenhum problema, posso até mesmo ir agora se precisarem.

Os dois pequenos descem as escadas e eu beijo os dois os colocando em seus respectivos lugares.

- Eu fiz panquecas com bastante doce, vocês querem? - sorrio mostrando e os dois comemoram no mesmo momento.

- Eu quero a de ursinho. - Antonella implora e eu coloco no prato dela fazendo a volta na mesa.

- E essa é para você. - entrego a vicenzo e o mesmo bate as mãozinhas.

- Anna!

- Sim? - pergunto sorrindo e encontro os olhos de tio Lorenzo, o mesmo olha para as crianças e guarda o telefome.

- Preciso sair, não saia de casa e também não também aquela sua amiga aqui. - Ele fala e eu assinto me inclinando para ajudar as crianças - Se Louise trouxer o pai dela tudo bem, mas não a quero aqui sem a supervisão de um mais velho.

- Entendi, não vou abrir a porta para ninguém.

- Boa garota. - ele se aproxima e eu sorrio vendo que fiz pelo menos alguma coisa certo.

- Posso levar eles até o gramado? Só alguns minutinhos. - imploro e ele se afasta - Por favor, essa é a única hora que ainda há sol no gramado, mais tarde estará muito frio para eles.

- Você tem cinco minutos enquanto eu me arrumo. - Sorrio contente e ele afasta a mexa de cabelo em meu rosto - Como conversamos, me respeite e eu irei lhe dar tudo o que quer. Agora, agradeça!

- Obrigada, tio.

- Perfeito. - ele fala dando as costas subindo escada a cima.

- Quem quer terminar o lanche lá fora? - Pergunto aos dois que pular da cadeira me seguindo.

Abro a porta e puxo a saia que eu usava para baixo, Lorenzo continua de mãos dadas comigo enquanto Antonella rodopiava sobre a grama, seguro o suco da mesma em mãos.

- Não quer ir se divertir também? - pergunto e o pequeno nega.

- Preciso fica aqui... quero fica aqui.

Me abaixo para abraçar o pequeno, e o mesmo começa a sorrir assim que eu o encho de beijos.

- Olha, um carrão... - ele fala fazendo eu parar e eu olho ao redor.

O carro grande parado do outro lado da rua tinha vidros muito escuros e eu não consegui enxergar se havia alguém dentro dele, esse carros não são normais nessa vizinhança. Mas eu já os vi naquele prédio que meu tio nos levou dias atrás, na verdade há muito desses lá.

É um carro lindo e bem grande, deve ser lindo por dentro.

- Entrem, agora! - Tio Lorenzo grita e eu pego os dois correndo para dentro.

Ele continua olhando na direção do carro e vira para me olhar.

- Estava se mostrando para o visitante, Anna? - ele pergunta e eu nego com a cabeça - Não tenho tempo para você agora.

Franzo o cenho sem entender e entro fechando a porta o ouvindo trancar por fora, os pequenos me olham assustados e eu penso em algo para os acalmar.

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Não sei o que é pior, Anna nas mãos do tio ou do Capo. O que vocês acham?

Acham que o Neithan vai ser diferente com ela?

Espero que vocês gostem e não esqueçam de curtir e comentar. ❤💖

La famiglia Lucchese - Neithan.Onde histórias criam vida. Descubra agora