Anna
Ignoro por completo a presença desse homem em minha frente, assim foi o caminho inteiro. Estamos a alguns segundos de volta a cidade e eu senti um pequeno arrepio no corpo quando pensei na hipótese do meu tio estar desesperado atrás de mim, a idéia dele me encontrar e possívelmente ficar muito mais irritado do que o homem a minha frente, faz meus ossos gelarem e eu sinto minha pele arder.
O homem... Neithan, direciona o carro a uma grande casa, que mais parecia uma fortaleza. Os grandes muros cobertos de plantas dos pés as pontas, com exceção do grande portão por onde se passa o carro onde nós estamos.
Foco meus olhos nervosos sobre a mansão a qual não havia prestado atenção da outra vez que estive aqui, tudo parecia tão nublado e minha alma parecia estar fora do meu corpo. Passo meus olhos sobre as paredes de uma cor clara e grandes janelas de vidraçaria. Todas elas apresentavam pequenos adornos ao seu redor, tudo me lembrava uma mistura dos castelos das histórias que inventei para Antonella e as fortalezas as quais Vicenzo dizia que um dia iria morar.
Sinto um aperto no meu coração pensando que vou os deixar, sei que não vou sair mais desse lugar porque Neithan está disposto a tirar a única coisa que tenho. Minha vida.
O carro para entre a fonte de água antes das escarias e eu entreabro os lábios vendo o quão gigante esse lugar pode ser. É como se através dos portões verdes de vegetação houvesse uma outra cidade, um novo mundo. Ignoro a vontade repentina de olhar na direção de Neithan sentindo que ele já está me olhando, e antes que eu faça, ouço a porta bater anunciando que ele desceu do carro. Respiro fundo implorando por misericórdia e vejo a porta onde eu estou encostada ser aberta com abruptabilidade.
O sol impossibilita que eu consiga ver o rosto dele e eu agradeço por isso, já que é impossível parar de o olhar. Antes que eu possa fazer qualquer coisa, ele se abaixa um pouco na minha direção e me puxa pela cintura me fazendo descer do carro alto, mas assim que meus pés quase tocam o chão, Neithan me coloca em seu ombro fazendo eu arfar pela força e pelo ar batendo em meu rosto. Ele parece me movimentar como uma boneca, como se eu não pesasse nada.
— Não vou fugir, pode me colocar no chão... — Falo o vendo seguir escadaria à cima. É tão estranho ser carregada por alguém tão alto, é como se estivesse nas nuvens.
— Já ouvi isso muitas vezes. — Ele anuncia com a voz inexpressiva.
Baixo o olhar vendo que ele não iria me soltar e me deixo ser levada por ele. Logo passamos pela porta principal e a voz de uma senhora mais velha surge, franzo o cenho tentando lembrar de onde conheço essa voz. Mas Neithan não parece estar a fim de parar para a responder. Mau educado...
Subimos mais um lance de escadas para o segundo andar em um silêncio assustados enquanto eu ouvia vez ou outra um grunido fluir dos lábios dele. Presto atenção no corredor também da cor branca e a grande quantidade de portas que passamos até que ele chute uma porta para entrarmos, grito surpresa assim que ele me joga na cama e o olho assustada pela abruptalidade.
Neithan me olha com um olhar escuro e o cabelo dele estava bagunçado por minha culpa, olho para a área que eu havia cuidado dele e o mesmo desvia o olha para a janela antes de bufar e seguir em direção ao lado de fora do quarto.
— O-... — Não tenho tempo de dizer nada, ele simplesmente bate a porta me deixando alí — Onde estão meus irmãos...
Sinto as lágrimas surgirem novamente em meus olhos como mais cedo, mas desta vez não as prendo. Elas simplesmente escorrem inundando meu rosto, levo as mãos ao meu rosto e abraço a mim mesma em sequência sentindo o medo tomar conta de mim.
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La famiglia Lucchese - Neithan.
ActionLivro 1 da trilogia Famíglia Lucchese. NÃO ACEITO ADAPTAÇÕES DAS MINHAS HISTÓRIAS, ELAS SÃO DE TOTAL AUTORIA MINHA E QUALQUER PLÁGIO SERÁ LEVADO A MEIOS LEGAIS. Após ser o escolhido para ser o novo capo da Famíglia Lucchese a Família mais poderosa...