LVIII

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Mantenho meus olhos fechados ao passo que a palma da mão grande passeia pelo meu corpo em uma espécie de carinho. Abro os olhos e sorrio assim que vejo os dedos grossos e grandes se enredarem sobre os fios do meu cabelo.

Neithan parece entram em uma espécie de desespero assim como Vicenzo ficava sempre que prendia os pequenos dedinhos nas linhas de costura da tia Branca. Mordo o lábio tentando não rir e o mesmo para de mexer as mãos, sua visão desvia do cabelo e foca em mim com a sobrancelha arqueada.

— Acordou para rir do seu marido, florzinha? — Ele pergunta e eu contenho a risada.

— Não rindo de você... — mordo o lábio desviando o olhar — Apenas estou observando como o chefe dono de tudo e de todos conseguiu perder para um cabelo.

Anúncio e o mesmo tenta me contrariar, mas antes que ele faça, levo minha mão até a dele e puxo meus cabelos com cuidado da palma da mão dele. não sei como Neithan conseguiu transformar meu cabelo em um enorme ninho de ratos, nunca antes ele havia ficado em tão péssimo                                                                             
— Como... — ele analisa incredulamente a própia mão como se eu houvesse feito algo de outro mundo.

—Você sabe muitas coisas, mas eu também sei. — falo sorrindo ao erguer um pouco o rosto.

Neithan esboça um sorriso pequeno, mas muito bonito como todos os outros e toca a ponta dos dedos sobre o meu rosto. fecho os olhos sentindo o pequeno carinho ja que ele estava se tornando um profissional nisso.

abro os olhos assim que o carinho cessa e o mesmo parecia não estra ali. neithan estava tão pensativo que era omo se houvesse ido embora e apenas seu corpo permanecesse na cama. me aproximo um pouco e toco o rosto dele o sentindo gelado e até mesmo um pouco pálido.

— Tenho algumas reuniões hoje... — ele se afasta — Sabe as regras, não saia da propriedade e se mantenha perto da Lua.

franzo o cenho sem entender o porquê dessa mudança repentina de humor e me sento sobre os meus joelhos assim que ele se levanta da cama. neithan frisa o maxilar no mesmo instante e eu baixo o olhar o vendo com os olhos fixados em minhas coxas descobertas pela camisola de seda.  Levanto meus olhos novamente para ele e o olho confusa.

— O que deu em você? — Pergunto e ele faz negação com a cabeça antes de me dar as costas.

— Nada!

A porta do banheiro se fecha em um estrondo e eu continuo sem entender nada... 

Neithan

Desço escada à baixo em um movimento acelerado e passo por Ed que me esperava como sempre ao lado de Lua. Sigo caminho para o carro sem o esperar e o mesmo caminha em minha direção em passos rápidos.

— o mal humor está de volta. — Ouço lua sussurar para Ed antes que ele saia para fora da casa.

Adentro o carro rápidamente e vejo Ed ocupar o lugar do motorista, em questões de segundos estávamos saindo da minha propiedade e logo em frente a sede.

Faço o caminho em completo silêncio até a minha sala ainda sentindo essa angústia tomar conta de mim. Nunca pensei que estaria tão angustiado para fazer algo tão fácil como abandonar alguém.

Cinco reuniões...

Foram exatas cinco reuniões que passaram diante dos meus olhos, e durante todo esse tempo a aflição não foi embora.

Nas últimas semanas minha mente me sabota como a criança que eu era quando iniciei na máfia, mas desta vez não são facas cortando minha carne  nem ao menos correntes circulando meu corpo e mantendo meu corpo suspenso no teto de ponta cabeça, não, é algo infinitamente pior.

La famiglia Lucchese - Neithan.Onde histórias criam vida. Descubra agora