XXXVII

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Anna.

Neithan continua comigo em seus braços e eu me sinto aquecida, as lágrimas cessaram a alguns minutos atrás. O mesmo me segura como se não fosse me soltar nunca mais enquanto sinto a respiração dele em meu rosto, a mão dele continua desenhando circulos em minhas costas e eu me mantenho com os olhos abertos ainda assustada.

Ed demorou um pouco depois que saíamos da casa, ele voltou, bateu o porta malas e seguimos viagem para casa. Eu senti meu corpo respirar de verdade assim que o carro passou pelos portões, como se aqui realmente fosse minha casa.

Seguro na camida preta de botões de Neithan e o mesmo arruma o paletó dele em meu corpo mais uma vez antes de sairmos do carro. Me prendo ao pescoço dele sentindo o perfume reconfortante ao passo que os músculos dele me acomodam como uma boa cama.

Passamos pela porta da frente e logo lua surgiu com um semblante preocupado. Dos lábios de Neithan só saiu a palavra "banho" antes de subirmos a escadaria.

— N-não... — Sussuro assim que ele tenta me soltar encima da cama.

— Florzinha — Ele indaga e eu o seguro com força.

— Por favor... não me deixa aqui... — falo com o meu rosto em seu ombro.

— Não vou deixar você, está bem? — ele fala calmo e beija meu rosto — vou ficar aqui. Lua vai arrumar o seu banho para você descansar.

Neithan se senta na cama comigo em seu colo e eu continuo abraçada nele.

— Eu não quero...

— Tomar banho? — ele me puxa o olhar e o mesmo franze o cenho —Você precisa, está toda melada de açúcar, deve estar incomodando.

— Não está... — Sussuro.

Estava um pouco, o tecido está dando coceira por estar grudado em mim. Mas pensar em ficar sozinha no banheiro, essa idéia me assustava como se eu tivesse a idade de Antonela nesse momento.

— Anna. — ele ergue o meu rosto — Se não tirar isso, você vai acordar e terá um formigueiro montado encima de você. 

Ele força um sorriso e eu o olho atenta. Ele estava se esforçando, era nítido, engulo em seco e baixo o olhar para minhas mãos que seguravam a gola da camisa dele.

Sinto minhas bochechas esquentaram assim que Neithan me puxa calmamente e beija minha bochecha com cuidado. Ele parecia segurar um cristal em suas mãos.

Foco meus olhos nos olhos azuis e o mesmo acaricia o meu rosto de modo lento e calmo. A sensação era calmante e relaxante. Neithan era ótimo em fazer carinho, apesar das mãos mostruosamente grandes.

Neithan

Lua sai do quarto em total silêncio e fecha a porta com cuidado, — Ed já deveria ter contado — A mesma me lança um olhar calmo antes de sair totalmente e eu olho para a pequena com a cabeça apoiada em meu peito. Nunca pensei que pensaria isso, mas gosto de ter à quem proteger em vez de ferir. 

Me levanto com ela em meu colo e caminho até o banheiro vendo fumaça quase imperceptíveis sairem da água com bolhas. As pernas dela soltam meu tronco e eu me afasto a vendo me olhar atentamente.

— Vou esperar você lá fora, ok? — Pergunto e os olhos de filhotinho se intensificam — Estarei aqui no quarto, se quiser posso deixar a porta entreaberta.

— Não quero ficar sozinha... — ela sussura e abraça o próprio corpo.

— Posso chamar lua então... o que acha? — Pergunto contendo a vontade de me prontificar a ficar.

La famiglia Lucchese - Neithan.Onde histórias criam vida. Descubra agora