XVIII

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Neithan

Tudo aconteceu muito rápido, eu, Antony, Dylan e Ed nos entreolhamos perplexos assim que a garota fugiu. Sim, ela entrou em pânico e agora está trancada nesse bendito quarto.

Tá, talvez eu tenha errado em omitir quem eu sou, e se colocarmos o histórico do meu passado na mesa, Lorenzo deve ter a amedrontado para que tenha repulsa e muito medo de mim. A tranquilidade que habitava os olhos dela enquanto "cuidava" do machucado que eu mesmo fiz com a lâmina enquanto ela preparava os medicamentos, sumiu por completo a partir do momento em que meu nome foi anunciado no cômodo.

— Sua rapozinha está com medo, não acha? — Dylan pergunta e eu o encaro.

— Quem mandou vocês chegarem agora? — Pergunto entre dentes.

— Vamos ser sinceros, Neithan. — Antony fala chamando minha atenção — Você não é o homem mais dócil desse mundo, e ela provavelmente sabe disso.

— Você mesmo disse que o tio dela é louco da cabeça. É só juntar dois mais dois.

— As duas ienas terminaram? — Pergunto não esperando resposta.

— Acho que deve dar um tempo a ela, senhor. — Ed fala assim que os meus irmãos bufam irritados.

— Nem pensar, ela vai sair desse quarto por bem ou por mal.

Falo irritado e avanço na direção à qual ela correu com as crianças. Vejo a porta trancada e tento me controlar para não ter um ataque de fúria. Essa garota está testando os limites da minha paciência, eu a procurei e encontrei, ela acha mesmo que irei deixar ela fugir assim tão fácil?

— Anna, abre a porta! — Falo pausadamente tentando não gritar.

— Essa garota está tão fudida, dios mio — Dylan fala atrás de mim.

Não ouço resposta alguma, nem mesmo uma respiração. Bufo irritado e fecho os olhos controlando minha irá, mas tudo parece só a aumentar mais. Chuto a porta com uma força moderada e a mesma se abre rápidamente batendo na parede e voltando lentamente, a mantenho aberta com a minha mão e olho o quarto com a pouca iluminação da janela no teto.

Adrento o quarto fitando cada ponto onde ela poça estar e fecho a porta para os três fofoqueiros lá fora não darem fé. Caminho pelo quarto com a mão nos bolsos da calça e vejo o armário onde possívelmente ela está, me sento sobre a cama que fica de frente para o mesmo e engulo a raiva e a vontade de à tirar dali pelos cabelos.

— O que ele te contou? — Pergunto fazendo pouco caso.

Nada me é respondido. coloco as mãos sobre minha coxa e respiro fundo, mas quem essa merda funcionava, mentil.

— Eu não tenho um histórico muito paciente, florzinha. Sugiro que saia dai logo.

Explico. É mil vezes melhor que ela saia por conta própria, já que se eu a tirar, não será de uma maneia muito amigável e meu temperamento não será mais tão facilmente controlado por mim mesmo. Nada me é respondido novamente e eu rosno irritado.

— Certo, se não sai por bem, vai sair por mal. Vou procurar os dois pequenos, talvez você se importe com eles, não?

Avanço em direção a porta, e ouço um pequeno ranger da porta do armário. Cesso meus passos parado ainda de costas e ouço a respiração ofegante dela vir do outro lado do quarto, sorrio convencido vendo que consegui o que queria e me viro lentamente encontrando a pequena do outro lado do quarto.

Fito ela por enteira e os olhos vermelhos anunciam que ela havia chorado, os cabelos estavam um pouco sobre a pele alva e os lábios dela apesar de entreabertos, tremiam olhando para mim. Rio nasalmente sem humor e coloco minhas mãos sobre os bolsos da calça.

La famiglia Lucchese - Neithan.Onde histórias criam vida. Descubra agora