CAPÍTULO 66

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A lua surgiu, vermelha, imensa, entre as duas árvores que, no passado, foram plantadas por Esther próximo à lagoa que agora tornava o local de uma beleza exuberante com um ar de mistério e magia. As árvores fincadas no solo no mesmo alinhamento, para quem as visse de longe, tinham a aparência de um portal mágico que se erguia, imponente, em busca do firmamento. Suas grandes folhas eram multicoloridas e de frutos vermelhos, carnudos e com um coco branco escondido internamente, com sabor semelhante a castanha, dominavam a paisagem do ambiente, servindo de alimento para os milhares de pássaros que se recolhiam ao final da tarde sobre sua copa para dormir em segurança longe dos predadores.

A lagoa em si era cercada de mato, deixando-a um pouco escondida de olhos curiosos. Imensamente grande em extensão e profunda, todos a conheciam como a lagoa da Esther, evitando tomar banho no local. Havia quem afirmasse ter visto seres mágicos circulando a lagoa em noite de lua cheia. 

Desde quando Ziam comprou a reserva, aquele era o local para onde Esther costumava ir para renovar as energias e agora passou a ser a lagoa das bruxas de Salem. Foi nesse local sagrado que montaram a fogueira, cujas labaredas subiram aos céus e a madeira queimaria a noite toda e suas brasas seriam usadas para assar carnes, peixes, batatas, milho e, agora, depois de ter visto na televisão não se sabe onde, Lilith tinha pedido para comprar pedaços de queijo para assar nas brasas vivas. Sua vontade passou a ser de todos os pequenos, inclusive das gêmeas, irmãs de Nara, portanto teria muito queijo assado dessa vez.

Tais reuniões aconteciam mensalmente, junto com a chegada da primeira lua cheia do mês. Usavam esse dia para comemorações, festas e principalmente para reunir familiares e amigos em volta da fogueira para contar histórias e comungar junto à natureza.

Nara fazia os últimos ajustes junto com alguns lobos na armação e arrumação das toras de madeira de um jeito que formassem um triângulo. Parou por instantes para admirar a lua nascendo, que, naquele instante, estava uma bola de fogo ameaçando cair na lagoa.

― A lua está escandalosa hoje, não está? ― Jana, companheira de Ananya, estava linda com aquele vestido de seda vermelha curtinho, mostrando mais do que guardava de suas curvas, e com aquele sorriso aberto tão parecido com o da companheira de Nara. Mesmo que ela não fosse mãe biológica de Amkaly, as duas tinham muito em comum.

― Minha nossa, mãe! Ananya viu você vestir esse pedacinho de pano que deixa suas pernas todas de fora? ― Enquanto falava, Nara fazia gestos de cima até embaixo para enfatizar o que dizia. Jana olhou para o próprio corpo, dando um giro sobre si mesma e analisando onde estava o erro. Não encontrando, falou:

― Ela adorou. ― E riu. ― Principalmente porque, antes de vir para cá, eu fiz um strip-tease. Um não... dois. Duas vezes, eu tirei a roupa com prazer só para ela comer à vontade a loiraça aqui ― Jana explicou descaradamente. Quando parou o que estava explicando, olhou com cara de surpresa, os olhos verdes muito arregalados. ― Espera aí, a senhorita está horrorizada por eu estar seminua? Por acaso não somos lobas e andamos nuas na frente de qualquer um? Ou minha alfa e nora está se tornando hipócrita? Além de que eu estou vestida adequadamente para a caçada de hoje à noite. Ananya me falou que usaríamos as cores primárias dos raios solares na dança em frente à fogueira e esse vermelho “sou toda puta de uma única mulher” vestiu minha pele perfeitamente. — Diante de uma resposta dessas, Nara ficou sem saber o que dizer nem onde colocar as mãos, se no bolso da bermuda ou simplesmente cruzadas. Na dúvida, preferiu cruzar os braços para disfarçar o constrangimento.

🏳️‍🌈NARA SHIVA A LOBA VOL. 01 SÉRIE AS LOBAS BRUXASOnde histórias criam vida. Descubra agora