CAPÍTULO 74 A DANÇA

107 22 83
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


A. D. e Elinaldo depositaram no chão de terra batida dois sacos, um contendo 30 quilos de folhas secas de eucalipto misturado a alecrim, arruda, alfavaca, manjericão, e um outro de 10 quilos contendo alfazema e patchuli. Todas as folhas foram jogadas na fogueira e a língua do fogo dançou, sinuosa como uma dama apaixonada que se levanta e esconde parte do corpo na fresta da porta para ver o amante chegando de uma longa viagem. Dançou no alto com a brisa, que passou e salpicou fagulhas. Dava para ouvir os estalos de folhas secas queimando de longe. O aroma subia com a brisa em uma dança exótica. Um círculo foi riscado com pentagramas, um para cada bruxa e na cor do vestido usado por ela.

Jana chegou com seu vestido de seda vermelho rubi, uma grinalda de rosas também vermelhas e, nas mãos, uma vela acesa dentro de um cálice feito de organza vermelho transparente.

Ananya usava um vestido branco todo transparente na parte da frente e, na parte das costas, um detalhe em V absurdamente grande, chegando bem próximo à cavidade que separa as duas bandas da bunda. O vestido terminava na altura do joelho e, na parte do fim do quadril e início da coxa, começava uma fenda que se abria a cada passo dado por ela, permitindo que as pessoas usassem a imaginação, pois a abertura mostrava quase tudo. A vela que ela carregava nas mãos envolta no cálice branco, também acesa, completava o look.

Esther foi de lilás, com um vestido simples, mas muito elegante, combinando com o preto de Sandy, este último salpicado de estrelas douradas na barra e com mangas bufantes nos braços. As velas combinavam com suas cores.

Ananya foi de vestido amarelo ouro curtinho e justinho no corpo, já o de Nara era verde, também simples e justo no corpo.

Quando cada uma ocupou seu pentagrama, começaram a oração simples de agradecimento à natureza enquanto se banhavam no perfume das ervas que explodiram em cheiros diversos que se espalharam no ar. Quando as chamas baixaram, elas jogaram suas velas para realmente acender a fogueira por completo.

A mata silenciou, o vento passou ligeiro e pairou em cima da lagoa, observando tudo. Até a lua se escondeu atrás de uma nuvem espessa, deixando só uma pontinha que nada clareava, mas que via tudo enquanto a matilha de lobas dava os primeiros passos, silenciosa e selvagem, e as lobas saíam de vários locais entre as árvores para se reunir no centro, ao redor de um homem nu, somente com uma venda nos olhos e as mãos amarradas para trás. Muito nervoso, ele tentava a todo custo desatar o nó que prendia seus pulsos. Nara ficou onde estava, sentindo o fedor dos hormônios que dele eram  liberados. Seu nariz franziu, querendo tampar as narinas para afastar o mau cheiro.

Nara Shiva limpou a mente e afastou a imagem do homem a sua frente para se concentrar na matilha que estava impaciente. Ao seu lado direito, uma loba de olhos bicolores e dentes arreganhados, ainda em um silêncio mortal, de cabeça abaixada e pernas fincadas na terra na posição de corrida; do seu lado esquerdo, uma loba vermelha de olhos amarelo-laranjas, mortalmente silenciosa, na mesma posição da anterior e pronta para sair em disparada. Essa seria a primeira caçada de Amkaly e Nara sentia o quanto ela estava nervosa. Nara pulou, assustada, quando Amkaly respondeu direto pela ligação.

🏳️‍🌈NARA SHIVA A LOBA VOL. 01 SÉRIE AS LOBAS BRUXASOnde histórias criam vida. Descubra agora