CAPÍTULO 28

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Esther começava a apresentar os primeiros sinais de cansaço depois de limpar a mente e mudar alguma coisa na cabeça do humano. Ziam sabendo que ela não demoraria muito para adormecer, a pegou no colo e a ajudou a se deitar em uma cama improvisada de sofás ali da sala mesmo. Em seguida, virou-se para seu gêmeo, que falava alguma coisa que ele não estava entendendo.

― Irmão, o cachorro foi encontrado muito mal perto do rio. Foi picado por uma cobra. A doutora Anania fez a cirurgia e retirou o olho câmera. Fez também um exame de sangue. Segundo ela, a amostra não condiz com o sangue canino, ele foi alterado geneticamente. Pediu autorização para não dar um fim no animal, ela o quer para estudos e tentar descobrir como ele foi alterado. Organizei um grupo de promessa da ciência e liberei esse grupo formado de meninos e meninas que estão estudando biologia animal para pesquisar as mudanças genéticas em animais na última década e a quem estão associadas às pesquisas. Com sorte, nós pegamos os culpados - falava de cabeça baixa, enviando mensagens em resposta às que vinha recebendo.

― Se não representar perigo para ela ou para a comunidade, tem minha autorização. Eu vou querer um caminhão de explosivos dentro do túnel, quero a gruta intacta, mas a parte da cidade vizinha jogue no chão, e faça com que apareçam muitos cilindros de gás ou oxigênio hospitalar vazios no meio da explosão e faça sua mágica de arranjar umas notificações acusando a prefeitura daquela cidade por negligência.

― Mas, pai, o senhor está esquecendo as pessoas inocentes que não podem ser prejudicadas em nada pelo erro de alguém. Como vamos tirar o povo da cidade sem levantar suspeitas? Essa deve ser a nossa prioridade.

― O que sugere? Estou aberto a opções de qualquer natureza. Aguardou Anael dar as últimas ordens a seu grupo e voltar toda a atenção ao próximo assunto, que para ele teria que ser também para ontem. Em se tratando da segurança do seu povo, Ziam era um estrategista implacável. Ele e o irmão destruíram o adversário de dentro para fora. Anael sempre foi um gênio da guerra e entendia tudo de computador. Sempre descobriram as senhas dos adversários e, em um piscar de olhos, faziam a transferência para um banco particular nos confins de LONE WOLF, na Irlanda. Os 2 passos se resumiam em trazer a sujeira do adversário para fora e jogar na mídia, desacreditando-o como pessoa diante da sociedade. Os 3 passos eram mostrar aos amigos do seu inimigo as traições feitas por ele, o que muitas vezes era de cunho econômico ou sexual, sendo este último o mais forte. Depois de tudo, deixar que eles se matassem. Então estava concluído. Ou, em último caso, deixar que se aproximasse e matar, estraçalhar, fazer a festa dos lobos, que é soltar o desafeto na floresta e fazer a caçada. Levando-o à morte.

― Mano, o pessoal dos explosivos já está em ação. Vão entrar pela gruta e, quando chegarem em Ibarama, começam a soltar os brinquedos. Tem dois cilindros industriais de gás. Esses ficaram dentro do consultório, mais precisamente na sala do nosso homem.


― Pai, eu estava pensando, e se por cima da cidade voasse um helicóptero jogando dinheiro com valores pequenos como 5 e 10 reais? E, no chão, um carro desses que parece um trio elétrico avisando da inauguração de uma loja e aquele que juntar mais cédulas ganha o direito de fazer 10 mil reais em compras do que a pessoa quiser? ― Seus olhos brilhavam na esperança de que estivesse certa.

― Jogar dinheiro minha filha? A gente é lobo não louco de pedra, dinheiro é uma coisa que não se joga. ― Tentava ver além da sugestão da filha se valeria a pena bolar semelhante ao plano.
―Mas não estou falando de dinheiro. Dinheiro, mas de dinheiro de brincadeira como esses que vem em sacos de pipocas, ou esses de banco imobiliário, quem conseguisse juntar a maior quantidade. Receberia os prêmios.
―Ela pode estar certa, enquanto o pessoal sai, confirmamos que está vazio e bummmmm explodimos tudo. ― Anael estava com as mãos acima da cabeça em forma de garra para justificar a explosão.
―Não daria certo pai, tem as crianças, os idosos, doentes e animais que não sairiam, que ideia de merda eu tive― seu tom de voz parecia o de alguém decepcionado, por isso Ziam a abraçou encorajando-a
― Achei boa, isso mostra seu raciocínio rápido e inteligência, e um líder reconhecer que errou e voltar atrás só mostra seu poder de liderança, lembre se sempre um grande alfa é aquele que sabe se curva diante de um erro, e aquele que pensa na vida dos seu povo antes da sua, o bem estar do seu povo vem sempre em primeiro lugar. Vendo o sorriso da sua filha surgir novamente no rosto, se virou para Anael e continuou.

No caminho de volta do laboratório o carro em que pai e filha viajavam conversando animadamente cruzou com outro que vinha na direção ao contrário, os faróis altos, uma velocidade acima do normal correndo como se quisesse tirar o pai da forca, vinha todo na direção de ziam para colidir não fosse ele um exímio motorista a batida seria inevitável.
Ziam puxou todo o volante para sua direita entrando na mata e freando bruscamente, pai e filha pularam do veículo, enquanto mais à frente o outro carro também parava com duas mulheres saindo de dentro, uma vinha às gargalhadas a outra mais assustada e de olhos arregalados.
― Assustei vocês? ―o sorriso de Nádia se parecia com o de uma criança travessa que quebra o brinquedo favorito do coleguinha e olha com aquela carinha de anjo e diz "foi sem querer" assim era sua mãe que correu e abraçou seu alfa os dois se atracaram num abraço.
Nara por sua vez, abraçou Amkaly que estava meio desorientada sem entender o que aconteceu se encaminhando para o jeep que estava quase todo dentro da mata.
― Sente e passe o cinto, ficou com medo? Minha mãe gosta de adrenalina, a gente sabia que era ela, por isso papai desviou a mamãe não ia desviar ela sempre vence meu velho na marra. ― Colocava seu próprio cinto, ao mesmo tempo em que verificava se o de Amkaly estava bem fixado.
―Eu não sirvo para esse excesso de adrenalina não, eu tenho um sopro patológico no meu coração. ―Passava a mão no peito enquanto falava, respirando com dificuldade.
Nara a olhou para ter certeza de que ela falava a sério ou se estava de brincadeiras, enquanto colocava o carro na estrada e buzinava para os pais que ainda estavam se beijando e com certeza iriam entrar no mato como lobos correr até um local mais resguardado e como lobos copular até o dia amanhecer ou dormirem na cabana perto do leito do rio.
Assim que voltaram a estrada sua atenção se voltou para garota e fez um passeio em sua mente buscando algum tipo de anomalia, ou doença, nada, a garota era sadia como um lobo, ainda dentro de sua mente foi mais a frente, e novamente uma pata imensa de um animal de grande porte, a expulsou de lá.
Recuou um pouco e fez um retorno e tentou entrar por outro lado, antes de chegar, a mesma pata a expulsou, ficou em pé examinando ainda dentro da mente de Amkaly, mas um vento quente a obrigou sair de lá. Ficou intrigada com tudo mas deixou para pensar nisso lá para frente. Depois estudaria esse fenômeno. O momento atual parece ser mais importante.
―Você não tem nada no coração, sua saúde é perfeita. ― Tirou os olhos da estrada só por um segundo para responder, voltando a se concentrar, pois àquela hora era normal um animal sair de um lado da floresta correndo e atravessar para outro lado, mesmo com os faróis alto dando-lhe uma visão completa de quem estivesse à sua frente, sua preocupação era com os animais pequenos espalhados no asfalto.
―Tenho sim, já nasci com esse sopro, por isso, estudei sempre em casa, não posso me expor ou fazer exercícios pesados, e porque meu pai não queria que as pessoas do meu colégio fizessem bullying comigo. Me taxando de a menininha doente. ― Estava toda voltada para Nara que dirigia concentrada. Ainda assim respondeu.
― Você esquece que posso ver dentro da sua mente? por isso que afirmo você nunca teve doença, sempre foi sadia.
―Você está insinuando que meu pai mentiu para mim a vida toda? e porque ele mentiria? com qual objetivo? Só pra você saber ele sempre me mostrava os exames, que eu fazia anualmente? ―Mesmo sabendo que Nara Shiva tinha as melhores intenções possíveis, mas era difícil acreditar no que ela estava dizendo, não fazia sentido, ele não era um exemplo de pai para ninguém, mesmo assim era difícil acreditar que viveu uma mentira, não ele não seria esse homem frio e calculista como ela estava insinuando, por outro lado elas tinham essa ligação que dava para a loba saber a verdade, e sentia dentro de si, Que Nara estava dizendo a verdade. agora o problema era em quem confiar ou acreditar?
―Alguma vez, ele entregou na sua mão esses exames, você chegou a ler pelo menos uma vez esses tais papéis? ―Nara olhou de soslaio enquanto perguntava.
―Não eu nunca li, nunca achei necessário, não tenho motivos para desconfiar.― Se perdeu em pensamentos, lembrando, das muitas vezes que o pai o mesmo homem de coração frio incapaz de um gesto de carinho a quem quer que fosse sempre achou que o motivo era por ele ser um homem ocupado demais, lembrava bem das vezes que seu pai chegou com sua pasta preta inseparável, mostrava uns papéis não dizendo ser seus exames e novamente guardava, já que ela nunca demonstrou interesse em ler, e nunca passou para as mãos da mãe, seu pai também nunca deixou a pasta esquecida, sempre guardou no cofre. Então ela nunca contestou.
― Se eu nunca fui doente porque eu sempre tomei remédio se não tenho doença? ―E se Nara estivesse certa? Afinal a vida toda sua mãe pediu para esconder as coisas, do pai, nunca confrontar ou fazer perguntas, sua mãe devia desconfiar também.
― Qual remédio você usa diariamente? ―Nara tirou os olhos da estrada por uns instantes para olhar dentro dos olhos de Amkaly.
― Verapamil. À noite, quando vou dormir. Todo bimestre, quando o meu pai vem para o fim de semana, traz meu remédio. Minha dieta é à base de frutas e legumes. Faço os exames em casa mesmo e minha mãe no hospital. Eu achava que nós duas tínhamos a mesma doença, por isso sempre fiz o que ele mandava para não agravar minha saúde e ficar com uma sobre vida, como minha mãe.

― Você ainda tem esse remédio? ― Nara abriu a porta do carro e desceu, deixando Amkaly sem entender nada quando a avistou se abaixando e pegando uma coisa redonda e preta que parecia pesada, pois Nara andava devagar, depositando na beira da estrada, onde começava a vegetação, e voltando para o carro, voltando a dirigir.

― Que bicho era aquele? - Amkaly estava curiosa.

― Uma tartaruga adulta, já com a idade avançada. Se eu não a tirasse do meio da pista, ia raiar o sol e ela continuaria do mesmo jeito.

― E como você sabia que ela ia querer ir justamente para aquele local.? E se ela quisesse ir para aquele outro lado? ― Apontava para o seu lado esquerdo, mostrando o local.

― Bem, as tartarugas geralmente deixam a cabeça virada para o lado que estão indo mesmo que estejam completamente dentro do casco para fugir de predadores. Na hora em que vão seguir destino, elas põem a cabeça no sentido que querem ir. Além do mais, daquele lado tem uma lagoa e comida farta. ― Enquanto falava, olhou para o céu, examinando e sentindo o cheiro no ar. Sabia que a chuva estava vindo rápido, mesmo que ainda tivesse estrelas, que logo iam ser cobertas com as nuvens pesadas que chegavam, mas a sua grande preocupação consistia em não saber contar para Amkaly o que tinham descoberto sobre o seu pai, dá vida secreta que ele levava. Estava tão distante em seus pensamentos...

― Para que você quer saber se eu tenho meu remédio? Eu tinha na minha mochila, que deixei cair lá no rio ― acabou confessando.

― Suas coisas, ou o que sobrou delas, foram entregues ao meu pai. Devem estar no meu quarto. Vou mandar Ananya dar uma olhada na composição da fórmula do seu remédio só para tirar uma suspeita minha, tudo bem, ― Colocava uma mecha de cabelo vermelho e rebelde atrás da sua orelha e antes que ela desse uma resposta, a mata toda ficou clara como o dia. Ao longe, ouviram uma árvore grande cair e som de asas batendo apressadas na fuga. O ribombar do trovão assustou as duas e os bichos, que corriam para se abrigar.

― 1... 2... 3... ― Nara contava, erguendo cada dedo da mão e diminuindo a velocidade. Logo um outro clarão explodiu na floresta, iluminando tudo.

― Rápido, desça do carro, suba a capota e tranque tudo. Vamos a pé. Junte minha roupa, em segundos vai cair um temporal.

Amkaly sentia na pele a mudança do tempo e ouvia os animais correndo. As plantas cantavam uma melodia única, algumas dançavam. Ela pegou as roupas e a chave do carro, montou na loba branca quando já estavam bem próximo à casa, o temporal desabou, molhando as duas, que entraram ensopadas, alagando o hall.

― Meninas, assim vocês alagam a casa toda. Vamos, passem lá para a lavanderia e peguem roupa seca que vou preparar um chocolate quente para as duas.

― Sirva só para Amkaly. Minha flor do agreste, arrume o quarto de frente para o meu e leva as coisas dela pra lá eu vou fazer umas coisas para o meu pai, mas antes da meia noite eu estou de volta. Enquanto isso, ―Virando-se para a ruiva, acrescentou― Ermelinda vai te fazer companhia. O dia foi muito estressante para você. Tome um banho, vista qualquer coisa minha ou não vista nada. ― Puxava a cadeira para a garota sentar ao mesmo tempo em que distribuía beijos em seus cabelos.

― Mas está me saindo muito assanhada, a menina. Está me saindo pior do que o pai. Anda, vá fazer o que tem que fazer para voltar logo e tome cuidado, ouvi dizer que tem um estranho.

Amkaly ria da situação das duas, com a senhora dando palmadas na bunda da patroa, que ainda estava com a bunda de fora e pulava desviando do carinho. Nara voltou a se transformar e saiu na chuva mesmo.
Na verdade estava achando tudo lindo, nunca sentiu essa intimidade em sua casa, com exceção de Sandy, única amiga da mãe e a mesma que ajudou a criá-la desde os cinco anos também era nutricionista e cozinheira da casa a mesma que burlava as regras para incluir na sua dieta carne mal passada, uma vez que era terminantemente proibida de apreciar tal iguaria, como será que estavam todos na sua casa? Ficou conversando com Ermelinda e se sentiu como se estivesse sendo mimada por uma avó que nunca teve.
Ermelinda mostrou-se ser muito amável e sábia seus olhos diziam e escondiam ao mesmo tempo todo o conhecimento por ela adquirido ao longo da vida, a ajudou procurar uma roupa para dormir e, depois do banho, e da senhora escovar seus cabelos sentiu-se relaxada. Quando deitou, Ermelinda puxou sua coberta e cobriu-a, em seguida deu boa noite e saiu deixando a porta entreaberta. Amkaly pretendia ficar acordada, mas não resistiu e dormiu.













🏳️‍🌈NARA SHIVA A LOBA VOL. 01 SÉRIE AS LOBAS BRUXASOnde histórias criam vida. Descubra agora