CAPÍTULO 55

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― Maya, meu bem, explique isso direito para que possamos entender.

― Eu não tenho certeza. Olha, eu posso sentir a vida em qualquer coisa que tocar, se ali tiver vida, e acho que com o tempo vou poder trazer alguém que esteja fazendo a passagem quando não é o momento. Venho treinando há muito tempo com pássaros e animais pequenos. O Kessa pode sentir a morte chegando ou por perto, acreditamos que ele possa apressar a passagem de uma pessoa, a Lilith pode viajar e encontrar qualquer uma de nós Melisandre também viaja no tempo , Agatha, Winnie e Morgana, ainda não sabemos. Esther, somos todas linhagem da sua família não sei como mais somos geneticamente seus filhos e biologicamente da nossa mãe, é meio confuso mas o DNA do nosso pai foi todo modificado até chegar aonde chegamos. O homem que nos criou nem sonha quais os nossos dons, mas desconfia. A Lili disse que é pra irmos todos. ― Maya olhava para todas enquanto explicava.

―Filha, você acha que ela está pressentindo ou vendo alguma coisa que não vemos?― Jana segurou delicadamente a mão da Maya que anda buscava apoio para o que dizia, então se virou para sua mãe fechou os olhos se concentrando, depois os abriu sorrindo.

―É melhor ela mesma mostrar, Lili mostra pra mamãe ou pra tia Esther o que me mostrou agora.― a menina se virou toda para o lado da Esther que sem saber a gravidade do que ia ver abriu a mente para todas verem as mesmas imagens, Lili tocou na sua fonte e em questão de segundos todas riram cm a imagem que recebiam, todas na casa dos pais da Nara na hora exata do café da manhã com uma mesa cheia de bolos, sorvete pipoca e Ermelinda com a garota nos braços enquanto esta se lambuzava numa panela de chocolate derretido, suja até nos olhos mais com um sorriso aberto de felicidade foi impossível para todos não se contagiar com a felicidade dos garotos comendo as guloseimas preparadas só para eles.

― Então era isso que essa danadinha queria.―Esther fazia cócegas na barriga da garota que ria gritando e ficando séria na mesma hora quando Esther abria a mão antes de mesmo encostar na barriguinha ela já estava rindo.

―Amor elas são crianças sem noção do poder delas, e o que é mais gostoso do que doces para crianças― Sandy cheirava os dedinhos gordinhos de Lilith tirando-a do colo de Esther antes que a garotinha ficasse com soluços.

―Falando sério agora, isso que a Lili fez é muito poder para uma criança, e como acredito que todos tem essa magia no sangue, vou separar um horário para que todos estudem juntos em e separados quando as aulas forem sobre magia, controle da mente e teletransporte.

―Eu já vinha pensando nisso há algum tempo.― Jana falou deitando o corpo em cima do corpo de Ananya que abriu as pernas para a mulher se acomodar entre elas.

― Eu também, por isso vou criar uma turma só com os nossos filhos, Ananya e as novas bruxas, no caso, Nara e, Amkaly, Sandy, ligada a mim, e você que está ligada a Ananya.

―Mas eu não sou bruxa Esther, meus filhos são mas eu não―Ananya justificou o que achava certo.

―Aí é que você está enganada, nós temos uma ligação de alma, e eu sou bruxa, você está ligada a uma mulher que gestou uma bruxa de linhagem só isso já modificou seu sangue, além de você ter amamentado essa bruxa, faz parte da natureza você planta e colhe entende, seu leite e seu sangue foi doado com amor para uma bruxa e por agradecimento ela transforma você também, isso aconteceu com a Sandy também, está porque está ligada a mim e a todos os filhos pelo DNA. Se é pra ser bruxa, vamos ser as melhores. Os garotos também vão entrar. Se Alex quiser, vai ser bom para ele também. ― Esther passou o recado e recostou na cadeira com os braços cruzados por trás da cabeça.

― Amanhã vou na sede falar com Nádia para ficar de olho nas crianças que vão ficar na sede vamos organizar nossa ida o mais rápido possível, mas tem uma coisa que quero pedir a todas. Ninguém além de nós deve saber dos nossos dons. Todo mundo sabe sobre meus dons e ninguém me importuna, ao contrário, eles me respeitam, mas se perceberem que existem mais bruxas iguais a mim, corremos risco. O nosso povo e as outras alcateias vão se sentir ameaçadas. Foi assim que aconteceu na Idade Média.

― Esther, temos que contar ao alfa, não podemos esconder isso dele ― Ananya pediu.

― Com certeza, vamos conversar com ele e Nadia amanhã assim que chegarmos na sede. Está quase na hora das almas andarem na terra, vamos selar as entradas das casas para que ninguém possa entrar. Nara, você e Amkaly peguem o sal grosso lá em casa, tragam sálvia, arruda, manjericão, folhas de pião roxo e isolem as entradas dos fundos de todas as residências, inclusive as que estão desocupadas e sendo construídas. ― Esther levantou e, de pé, ditava as ordens como uma mestra na sala de aula. Nem percebeu o momento em que Nara saiu abraçada a sua namorada.

― Sandy, amor, vamos fechar as entradas do rio e das serras. Antes, vamos pegar nossos filhos e toda a bagagem. Você, Jana, ensina a Ananya a desenhar a cabala e os círculos. ― Depois, virou para o lado onde Maya esperava as ordens. ― Minha filha se conecte com a terra e faça com que ela erga as sementes que estão adormecidas esperando a chuva e mande que elas cubram portas, janelas e telhados enquanto estivermos fora. Faça isso da mesma forma que a Nara, sendo que você vai selar as portas da frente, em todas as casas. ― Maya já ia saindo quando ouviu um chamado, voltou e pegou Agatha dos braços da mãe, que, ao ver a irmã voltar, estica os bracinhos quase rindo. Jana fez um esforço com os dois braços para evitar a queda. Enquanto isso, a garota ria para Maya.

― Mães, acabamos de descobrir o dom da Agatha. Ela controla as plantas e vai ser curandeira, ou seja, médica igual a senhora e bruxa igual a tia Esther. ― Saiu toda serelepe conversando com a irmãzinha, que soltava gargalhadas e balbuciava palavras desconexas que só a garota entendia.

― E eu faço o quê? ― Kessa olhava firmemente para Esther, esperando ser útil em algo. Desde que chegara na reserva, por mais que mostrasse interesse, ninguém precisava dele assim como precisavam da sua irmã e ele queria ser útil para aquelas pessoas que tinha começado a amar e confiar. Sabia ser filho biológico da Ananya, a quem a irmã chamava de mãe, mas ele queria que Esther fosse sua mãe, mas tinha vergonha de dizer isso com palavras.

― Você, meu lindo, fique atento a tudo. Na hora certa, eu peço socorro. ― Esther sentia a ligação espiritual que a ligava ao garoto, mas não queria tomar a decisão. Teria que ser espontânea. Ainda não tinha certeza, mas algo dizia que aquele garoto já foi seu filho da mesma forma que soube na hora em que colocou os olhos em Ameth sentiu que ele seria seu filho, com kessa a história era de vidas passadas, em outra época, em outro plano, e tinha ceifado suas vidas precocemente e agora tinha a chance de ver seu filho outra vez a seu lado.

― Então está certo, vou ficar esperando. Por hora, vou passear na lagoa. ― Ele sorria, esfregando as mãos uma na outra, visivelmente encabulado.

― Esther, por que não deu uma tarefa a ele? É a primeira vez que ele demonstra interesse por alguma coisa ― Ananya perguntou, erguendo a cabeça e olhando para cima, pois estava agachada, riscando a mandala na frente da casa.

― Ele tem o dom de sentir a morte. Ele traz o ceifador da morte ao seu lado. Onde ele toca, pode matar sem saber. Vai ser preciso aprender a controlar o poder antes de participar de um ritual de magia, devido a força oculta no ar... Tá ficando muito bom esse desenho, vejo que a Jana tem muitos dons. ― Examinava o desenho detalhadamente, e as duas amigas sorriram, entendendo a malícia nas suas palavras.

As ervas foram colocadas em forma de uma pequena pirâmide dentro de um círculo de sal grosso na frente de cada casa habitada. No final, cada loba adulta recebeu das mãos de Esther uma adaga pequena, com isso foram orientadas a fazer um pequeno corte na palma da mão ou no braço cada uma fazia sua própria escolha deixando cair sete, deixando cair sete gotas de sangue em cima das ervas, selando a magia de proteção do portal da casa.

Ao terminarem as proteções e confirmarem que tudo estava concluído, pegaram um pano longo, passando transversalmente e na horizontal em cada criança, deixando-as vestidas numa espécie de macaquinho moderno. Amarraram as pontas do tecido de uma criança nas das outras e, assim, de duas em duas, foram atando os bebês. Ao terminar, cada uma se transformou em loba e deitaram rente ao chão, erguendo as crianças uma de cada lado. As quatro lobas com os bebês foram seguidas por quatro lobas jovens e duas senhoras, que conversavam tranquilamente na noite quente de céu estrelado. Mais à frente, cruzaram com mais dois lobos: a mãe e o irmão de A. D., que também eram bruxos e estavam morando em SALEM. Tinham ouvido a explicação de Nara e resolveram sair da casa e voltar para a sede por enquanto.

🏳️‍🌈NARA SHIVA A LOBA VOL. 01 SÉRIE AS LOBAS BRUXASOnde histórias criam vida. Descubra agora