CAPÍTULO 46

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           O médico, um homem com o cabelo cortado bem rente à cabeça de estatura mediana, usava óculos de grau com armação quadrada na cor preta, tinha um olhar desconfiado e olhava a todos com soberba. Já a médica era bem diferente do seu colega de profissão. 

           Uma mulher comum simples e  muito bonita, deveria ter quarenta anos, cabelos lisos e pretos. Seu olhar demonstrava medo Esther sentiu omedo em sua transpiração,mas era medo das pessoas que entraram,mas das que estavam lá dentro, dos que estavam ali na sala e dos que não podia ver. 

            Já as quatro mulheres no total encontrava-se ligada a várias máquinas e fios, três delas olhando assustadas e balbuciando coisas incompreensíveis para humanos, mas todos os lobos ouviram e entenderam .

― Vá embora, Nala. Fuja e leve seu irmão. Procure sua mãe biológica. Leve essas pessoas daqui. O Mascarenhas quando chegar vai fazer todo mundo de reféns.

Maia  foi de encontro à mulher que a olhava com os olhos lacrimejantes. A garota segurou sua mão e conversava baixinho, talvez explicando tudo. O médico ainda tentou apertar o botão de pânico que estava localizada na mesa que usavam para, quem sabe, fazer as refeições, botão este que se fosse apertado disparava o alarme geral, enquanto Ziam olhava tudo, examinando detalhadamente cada centímetro do quarto, e não passou despercebido o movimento do homem.

― Se eu fosse você, não apertaria esse botão aí. ― Ziam mostrava com a cabeça o local onde o médico tentou apertar o botão. ― Esther, o que puder ser desligado, desligue o que não puder leve junto, o major trouxe um aparelho para emergência, rápido.

― Quem são vocês? Por que estão fazendo isso? Ela não pode sair daqui, o patrão vai matar  todos nos. ― A médica falava visivelmente nervosa, sua pele branca mostrava palidez enquanto o médico permanecia calado.

Ziam cheirou o ambiente e ordenou:

― Major, prenda esse homem, ele vai ser um problema, agora a doutora não vai nos trair, só está preocupada com a família e com as pacientes. ― Depois, virando-se para a médica. ―Não se preocupe com nada, seu patrão não vai ser problema. Assim que chegar na reserva, eu trago para junto da senhora quem quiser é só dizer o nome ao meu irmão que está lá fora. Agora vá.

Os homens já estavam carregando as macas com as mulheres assustadas, Maia segurou na mão de cada uma pedindo para ficarem calmas que agora iriam para um local melhor longe do demônio sentindo no apertar dos dedos entrelaçados um fio de esperança de viver em liberdade e três delas, uma  permanecia  sedada. 

         As Mulheres viam naqueles estranhos um porto seguro, um fio de qualquer coisa para não enlouquecer de vez. As mulheres debilitadas  estavam grávidas. No braço, um cateter intravenoso ligado a uma bolsa de sangue que pingava rápido para os padrões normais.

           Esther examinava a fisionomia das mulheres, que aparentava ter, no máximo, 20 anos, todas lindas e de etnias diferentes, negras, chinesas, europeias, Os filhos na barriga de cada uma estavam consumindo todos os nutrientes do seu corpo. Todos eles ali sabiam, talvez até os médicos soubessem, que o sangue injetado na veia daquelas mulheres, era de lobo.

            Esther ficou olhando o transporte das mulheres para o furgão equipado como um hospital onde Bárbara aguardava.

            Quando todos saíram, ficando mais para trás apenas Esther e Sandy, um tiro veio do nada, silencioso como um raio e a bruxa caiu no chão, puxando sua companheira, mas não tão rápido para impedir que uma bala entrasse bem próximo ao seu coração. 

            Outro tiro se fez ouvir, e a pancada de outro corpo foi ouvido junto . Esther não se importou de saber quem tinha sido atingido com uma bala, como também não deu importância ao fato de sentir o cheiro característico de sua família, a dor que estava sentindo no mesmo local onde Sandy havia recebido uma bala de prata a deixava cega. 

🏳️‍🌈NARA SHIVA A LOBA VOL. 01 SÉRIE AS LOBAS BRUXASOnde histórias criam vida. Descubra agora