CAPÍTULO 59

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            Nara orientava os homens sobre onde deveriam ser colocadas as toras de madeira e empilhadas em forma de triângulo com cada pedaço sobrepondo o outro, sem passar ou sobrar nada. Todas deveriam ter o mesmo comprimento. A fogueira estava marcada para ser acesa na primeira noite de lua.

― Seria bom se junto com o tal doutor Rui  a corja dos cretinos que queriam nos dopar,  nós  já tivéssemos pego o Mascarenhas. Já imaginou todos eles juntos? Eu não duvidaria nada se ele tentasse escapar, tornando nossa caçada mais emocionante. —Esther sorria imaginando a cena.

― Tem um porém. ― Nara encarou a madrinha, examinando seu semblante para quando ouvisse o que tinha para dizer. ― Eu entendo que a senhora queira participar da caçada ao Mascarenhas, é o que eu quero também por tudo que fez à minha namorada. Mas caçar ele é um privilégio que só cabe a Amkaly, Ananya, Jana, Maya e Kessa, que sofreram todo tipo de abuso nas mãos do safado.—Nara percebeu quando o sorriso morreu nos lábios da futura alfa dando lugar à ira.

― Eu sei, mas eu senti a dor da minha parabatai quando chegou de volta da França toda quebrada. Fui eu que fiquei noites e mais noites acordada ouvindo ela gritar, sem poder fazer nada para amenizar a dor. Eu tenho tanto direito quanto elas. ― Esther alterou meio tom da voz sempre muito calma. Nara sabia, com isso, o quanto ela estava chateada.

― Por isso mesmo, por ela ter sido brutalmente estuprada e ter sido tirado dela o direito de ser feliz, é que ela mesma deve fazer isso, e as outras também. Eu e a senhora vamos ficar bem sentadas próximo a fogueira, esperando elas trazerem os pedaços que arrancaram e jogarem no fogo para queimar até virar pó. Se não tem cadáver, não tem crime. ― Nara olhou de lado com aquele sorriso que fazia os desafetos se mijarem de medo, piscou o olho e Esther gargalhou alto, chamando a atenção das pessoas por perto.

― Está bem, não concordo mas aceito, mas tem que ser feito do nosso jeito.―Esther Sugeriu

― Explique, sou toda ouvidos. ―Nara pediu

― Nós temos três prisioneiros e, se tudo der certo, serão quatro. Vamos soltar um a um. Já imaginou eles assistindo cada um sendo caçado e morto por uma loba, em seguida serem arrastados aos pedaços e jogados na fogueira? ― Esther ria, com Ameth em seus braços. Em seguida, colocou o garoto de olho prateado no chão, porque ele tentava dar os primeiros passos.
           —Eu gosto da ideia. Será feito dessa maneira.E outra, falei com o Meneses, ele mandou uma ficha completa do desgracado, o canalha não sai de casa, porém tem um entra e sai diário de políticos que foram prejudicados e perderam muito dinheiro.
—com certeza esses políticos devem estar pressionando, exigindo tudo que perderam, gente assim vive pela ganância, eles não aceitam perder.― Esther interrompeu.
— Anael falou que  ele já perdeu o restante da fortuna indenizando os acionistas e sócios, perdeu o hospital, os dois laboratórios, os imóveis, terrenos, jóias e os vários meios de transportes. Anael transferiu para Amkaly e Jana.
—Mesmo assim, eu só vou sossegar quando ele estiver aqui dentro sendo caçado ― Esther falou, de olho em Ameth, que tentava tirar um pedaço de pau da pilha na fogueira, Nara acompanhou o olhar também preocupada, de todas as crianças ela tinha um carinho todo especial por Ameth e Lilith.

― Eu tive uns pressentimentos na passagem da noite para o amanhecer. Amanhã, depois do meio-dia, eu vou para a casa da praia. Algo me diz que ele vai tentar fugir. Não quero que conte para Sandy, ela vai ficar preocupada e querer ir junto, e é melhor deixar ela longe dos olhos daquele desgraçado.—Esther falava tão baixo que nem mesmo o vento teve a ousadia de carregar suas palavras.

― É melhor não deixar ela de fora. Se ela descobrir que estamos escondendo algo, vai ser um inferno. Como eu vou com a senhora, vamos contar a verdade. Elas vão entender.

🏳️‍🌈NARA SHIVA A LOBA VOL. 01 SÉRIE AS LOBAS BRUXASOnde histórias criam vida. Descubra agora