2 - New Reality.

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O que aquele ser insignificante fazia na minha frente? ou melhor...

— O que alguém como você faz na minha humilde residência? Pensei que estivesse feliz vivendo a sua vida insignificante com o seu novo amor adolescente. – Não sei de onde saiu toda essa coragem, e o olhar do meu pai parecia cansado, não só cansado, mas também de alguém frustrado.

— Precisamos conversar. – Falou, e eu revirei os olhos.

— Ah, depois de 7 anos quer conversar? Bem, vamos conversar então! – Falei irônica. — Como está sendo a sua vida de gay? Como foi largar a sua família que sempre te amou e te apoiou, por um ninguém?

— Emily! – Minha tia me repreende e eu rio para ela.

— Filha, você vem comigo. – Nessa hora a única coisa que eu consegui fazer foi rir.

— Sabe, não acredito que cruzou o oceano para vir ao Brasil, e me contar uma piada de muito mal gosto. DEPOIS DA MINHA MÃE MORRER! DEPOIS DA MULHER QUE VOCÊ ABANDONOU MORRER, SEU COVARDE! – Falei nervosa indo para mais perto dele, pronta para acertar a cara dele, no entanto um braço me puxa.

— Me solta Bruna. – Falo tentando parecer calma, e respiro fundo.

— Eu vim para o enterro e para te levar comigo filha... Você não vai ficar sozinha. – Ele se aproximou de mim, e eu dei dois passos para trás.

— A partir do momento que você me abandonou, você perdeu o direito de me chamar de filha. – Senti meus olhos marejarem. — E não tente parecer uma boa pessoa, porque todos que estão aqui sabem o quanto você é patético. – Cuspi as palavras na cara dele, eu tenho tanta coisa para jogar na cara dele, mas estou me controlando, odeio partir para a violência, no entanto com esse babaca na minha frente, as coisas parecem muito mais fáceis.

— Faça suas malas, vamos daqui a 3 horas, eu lamento que tenha que ser dessa maneira. – Ele disse com a voz um pouco mais alta do que anteriormente.

— Acha mesmo que eu vou? Você não tem o direito! Eu não mexo o meu pé daqui. – Cruzei os braços.

— Querida, a escolha não é sua... – Minha tia fala calmamente, porque ela estava se metendo?

— Você sabia disso você? Como... Você? – Olho para a Bruna que estava com lágrimas nos olhos, e com minha mala na sua mão.

— Quer que eu vá embora? – Falo olhando para ela sem acreditar.

— Eu sou o seu responsável legal, até você atingir a maioridade. – falou.

— VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE ME ARRASTAR PARA AQUELE INFERNO COM VOCÊ! – Gritei, parecendo uma garota mais do que mimada mesmo, só lamento.

— Já falei que a escolha não é sua... – Eu estava juntando as peças na minha cabeça.

— Deve estar feliz que ela morreu não é? VOCÊ NUNCA SEQUER AMOU ELA! – Minhas bochechas pareciam estar queimando e não tinham mais lágrimas para soltar, a raiva me consumiu naquele instante.

— É claro que eu... – Interrompi ele.

— Não, eu não quero e não vou escutar, quer que eu vá morar com você? Eu vou! Mas não quero que você olhe nos meus olhos ou dirija á palavra a mim, não depois de tudo. – Respirei fundo tentando me acalmar.

— Filha. – Eu estava carregando isso comigo á 7 anos, e finalmente tenho a oportunidade de jogar isso a cara dele e fazer ele sofrer assim como o mesmo fez comigo.

— VOCÊ ACHA QUE PODIA SIMPLESMENTE CHEGAR AQUI QUE FICARIA TUDO BEM? 7 ANOS! OS PIORES 7 ANOS DA MINHA VIDA! QUE DIREITO... QUE DIREITO VOCÊ ACHA QUE TINHA PARA IR EMBORA, SEM NEM SEQUER SE DESPEDIR? VOCÊ DIZIA QUE EU ERA A SUA MENININHA E ME AMAVA... EU TENHO TIDO PESADELOS QUASE TODAS AS NOITES COM VOCÊ!

Say Something (Em correção)Onde histórias criam vida. Descubra agora