4 - Dear John.

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Quer saber? Já que o meu pai não tem coragem de olhar na minha cara e admitir que apesar de ele estar certo ou não ele me abandonou, eu também vou abandonar ele, e agora!  Peguei minha bolsa e coloquei várias peças de roupa, eu vou... Não vou fazer nada.

— Que saco. — Para variar aqui está a Emily covarde, que não tem coragem para nada e tem a imaginação fértil. Minha mãe sempre me disse que eu tinha que parar de sonhar tão alto, porque a queda para mim seria realmente alta, e como um dos meus autores preferidos, Stephan King disse, primeiro vem ás lagrimas, depois as mentiras e logo a seguir ás balas. E aconteceu exatamente isso com o meu pai, ele vai acabar por mentir até que chegue á um ponto que eu não aguente mais.

Desci as escadas indo para o quintal, onde tinha uma piscina e um canto com grama com mesas, tenho que admitir que era lindo. Ainda mais com essa luz da lua...

— Lindo não é?

— John eu... Me desculpe por aquilo antes.

— Tudo bem, eu também odiaria o cara que roubou meu pai de mim. — Ele sorri sem graça e se senta ao meu lado.

— Eu... Eu não te odeio agora. Já te odiei por 7 anos, acho que chega. — Rio sem graça.

— Gosta de cachorros? — Ele muda completamente de assunto, o que me faz até mesmo sorrir.

— Está pensando em me comprar? Porque se usar cachorros vai conseguir, ainda mais filhotes!

— Eu estava pensando já com o Steve, mas nunca aconteceu, acho que agora pode ser perfeito... Para você e pro Louis.

— O Louis... — Me irrito só de pensar nele, que deve estar no quarto assim como o meu pai agora.

— Ele é um bom menino, mas ele passou pela mesma coisa que você, ele tem a mãe e os irmãos em Doncaster, mas vive comigo por causa dos amigos que acabou conhecendo nas férias... No fundo, vocês são iguais.

— Posso te garantir que eu e o Louis não temos absolutamente nada de igual.

— Os dois foram tirados das famílias, digamos assim... Caso esteja interessada em saber, o seu pai... Bem, seu pai foi o meu primeiro homem, e assim como você, o Louis o culpou durante 4 anos por tudo, mas com o tempo se acostumou e viu que não dava para controlar o que sentimos, só que no fundo sei que ele sente vergonha do pai que ele. — Ele fala brincando com a grama e eu acabo tendo um arrepio por todo o meu corpo.

— Não diga isso... Quer dizer, eu acho você fantástico. Meu pai me disse que você é o diretor de uma empresa de transações, apesar de fingir que não estava escutando ele, achei demais. Você tem um grande potencial!

— Ele pode parecer idiota... E apesar de trazer uma garota aqui cada noite, ele é uma boa pessoa. Só mostra a sua rebeldia dessa maneira, mais cedo ou mais tarde ele vai notar que precisa mudar.

— Espero que seja mais cedo.

— Eu também, antes que ele engravide uma menina. — Ele tenta falar com ânimo e eu concordo.

— Por que não proíbe ele? De fazer essas coisas? Se ele ás faz é porque você e meu pai dão essa liberdade a ele.

— Porque ele não escuta, ele vai jogar na minha cara que virei gay e que sou um estúpido.

— Você não é estúpido, só é estranho ver você com o meu pai.

— Obrigada querida... E você? Faltam poucos meses pro fim das aulas e a faculdade, já pensou em algo?

— A minha vida está uma verdadeira confusão , prefiro não pensar agora, mas certamente irei mandar para as faculdades um currículo ... Aqui da volta eu acho.

Say Something (Em correção)Onde histórias criam vida. Descubra agora