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— Que lance foi esse? — questionou, embabascada. — Lobisomens, frios...

— Histórias de nossos antepassados. — Jacob respondeu. — Ou seja, lendas.

— Lendas. — ela repetiu, enclausurada.

— Quer ir para casa?

— Sam disse que eu posso ficar mais um pouco.

Jacob assentiu e a deixou sozinha por alguns instantes.

Trish convenceu ao Black de que retornaria para casa sozinha, mesmo ele duvidando de que seria uma boa ideia deixá-la ir.

Ela decidiu voltar andando e sozinha porque queria ficar um momento consigo mesma, com seus demônios internos.

Ela ouvia os farfalhar das folhas com o vento, o canto dos pássaros e os galhos secos serem quebrados por seus pés.

Até que um calafrio ao ouvir um uivo a poucos quilômetros de onde estava, percorreu sua espinha numa frequência alarmante.

Era só um coiote.

Ela não era mais uma garotinha amedrontada que corria para se esconder debaixo da cama.

Até que rosnados rasgantes ecoaram a seu redor, semelhantes a animais se enfrentando.

Eles não iriam atacá-la.

Ela estava segura. Seus pais não a mandariam para um lugar perigoso, não é?
Mas se tirar pelo fato da preocupação de seus pais ser a nível zero...

O som de galhos quebrando e os rosnados  cada vez mais perto a fizeram gritar.

Suas pernas bambearem e seus batimentos aceleraram.

Não era hora de morrer. Mas quem seria o corajoso de dizer isso a seu algoz?

O vulto de um animal maior que um cavalo passou a seu redor com passadas bruscas e violentas, fazendo-a estremecer e começar a correr na direção oposta.

Maldita era da hora que se desfez da companhia de Jacob.
Se ele estava tão disposto a levá-la, era justamente para evitar transtornos como aquele.

Trish entrou em casa, desesperada, trancando a porta atrás de si.

— Sam! — gritou, ofegante. — Sam!

Ela ouviu Sam descer a escada, alarmado.

— O quê foi?

— O que aconteceu com aquele "não existem segredos por aqui"?! — inqueiriu num rompante.

— Do que está...

— Não se faça de desentendido. — o cortou. — Eu liguei os fatos. Eu vi aquele animal medonho correndo na floresta.

Ela estremeceu só de recordar do perigo que correu minutos antes.

Sam suspirou, derrotado.

— Trish, está na hora de você saber. Você iria descobrir de qualquer forma.

Ela o seguiu até a cozinha.

— Não adianta inventar pretextos, Sam. Eu liguei bem os fatos. — disse, bebendo água. — E essa coisa aí de patrulha, de não sei mais o quê, nada disso me convém.

— E você está certa. — Sam puxou uma cadeira e se sentou.

— Vai, me conta. — ditou.

— Mas antes preciso saber se vai guardar segredo sobre isso?

Trish passou por ele e se sentou, absorta.

— Você ainda pergunta?! — inqueiriu, incrédula. — Se eu contar o quê eu vi para alguém, vão me trancafiar numa cela fria e me dar tratamento de eletrochoque.

PERPÉTUA - JACOB BLACKOnde histórias criam vida. Descubra agora