PERPÉTUA - JACOB BLACK

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— Por quê não falaram sobre o retorno deles?

— Achávamos que sua reação pudesse ser outra.

— Não faria sentido, Sam. Ela deixou as coisas bem claras quando partiu e ela já nem é mais a mesma.

Sam estarrecido apenas assentiu.

Jacob tinha toda razão, ele foi o mais vitimado e o que mais sofreu com tudo que houve.

Vê-lo dando a volta por cima de cabeça erguida, fez Sam acreditar que sua sobrinha tinha uma pontinha de culpa nisso.

— Eu temi por Green, quando soube que eles haviam voltado. — disse Sam. — Sabe como ela é avulsa e está sempre andando por aí sem ninguém do lado...

Jacob estremeceu só de pensar no pior acontecendo com sua garota.

— Era sobre isso que eu queria falar, Sam. Todos sabem que a Green passou a ser o meu ponto fraco, então antes que algo possa acontecer com ela, eu prefiro dar o fora daqui.

— Partir com ela é sem dúvidas a melhor de todas as opções.

— O problema vai ser dizer isso à ela. Green se apegou de tal forma aos rapazes e a reserva...

— Você tem razão. Se preferir, eu posso falar com ela sobre isso.

— Não, Sam. Essa obrigação é minha, afinal, tudo tem a ver comigo.

— Como quiser. — Sam tocou o ombro de Jacob, amigavelmente, se levantando na sequência. — Confio em você, Jacob.

O Black apenas moveu a cabeça positivamente e o canto de sua boca se repuxou num pequeno e singelo sorriso, enquanto ele observava o chacoalhar das ondas.

Ali, parado, sentado sobre aquele tronco de árvore morta e com musgos, observando de forma melancólica a praia deserta, Jacob pensava em sua vida até então.

Nunca se imaginou amando alguém depois de Bella, mas cá estava ele, incontrolavelmente apaixonado por uma garota intensa, cheia de fases como a lua.

Desesperadamente seu coração aumentava uma batida, tudo bem, era algo sem sentido, um sentimento quase o deixando como um idiota, mas que ele não trocaria por nenhuma outra coisa no mundo.

Seu imprinting tinha o poder de tê-lo nas mãos ou aos seus pés, a hora que bem quisesse e nem sabia disso.

Green era a garota ideal para ele.

Seus ancestrais acertaram em cheio, bem na mosca.

Sem mais nem menos ele sorriu de forma boba consigo mesmo, quando sentiu duas mãos pequenas e dedos finos taparem-lhe os olhos.

— Você só tem uma chance. — aquilo parecia mais o sussurro de um anjo em seu ouvido.

— Não sei, talvez seja a dona do meu coração. — ele respondeu.

A risada de Trish soou como um melodia em seus ouvidos, Jacob observou a forma com a qual seus olhos ficavam extremamente pequenos e orientais quando ela sorria.

— Tão linda. — ele disse, trazendo-a para seu colo.

Ele deslizou os nós dos dedos pela extremidade de seu rosto, adorando-a.

— Você está parecendo um bobo, Black.

Jacob negou, sorrindo.

— Se estar perdidamente apaixonado por você é parecer um bobo, então...

Ela envolveu seus braços ao redor dele e enterrou o rosto na curva de se pescoço, abraçando-o.

Sentindo algo molhá-lo, Jacob tentou trazer o rosto dela para seu campo de vista, mas ela o impediu.

— Por quê está chorando, linda?

— Porque eu sou uma idiota. — choramingou.

Jacob riu.

— Green, pare com isso. — ele pediu, prontamente. — Temos que conversar.

— Tá vendo? — ela indagou, livrando-se do seu abraço, o olhando aborrecida. — Você vai dizer que se cansou de mim e que quer que eu vá embora.

O Black a olhou estupefato.

— O quê? De onde você tirou essa ideia?

— Eu sei.

Como uma criança birrenta de quatro anos, ela voltou a esconder o rosto em seu pescoço.

— Olhe pra mim.  — ela não moveu nenhum músculo, apenas murmurou um medonho "uh-hm". — Green, estou pedindo pra você olhar para mim.

— Eu não consigo.

— Você tá agindo igual a uma criança. — aos poucos ela foi se afastando, até seus olhos se encontrarem.  — Tá. Agora me fala por quê disse aquelas coisas?

— Porque é a verdade. — a Uley respondeu, chateada. — Eu sei que ela voltou. Eu os vi. É agora que você diz que está tudo acabado entre a gente e que é melhor eu ir embora.

Jacob gargalhou.

— Não ria!

— Desculpe, linda. Mas isso é tolice. Eu estou com você, eu vou ficar com você, eu quero ficar com você. Não acredita em mim?

— Eu não sei, Jake, ela é tão bonita e...

— Não mais que você. Olha, Green, ela ter voltado não muda o que sinto por você, não muda o que há entre nós dois.

Às vezes chegava a parecer que Green não acreditava em suas palavras, como se ela se recusasse a ver os sinais, a ver suas atitudes.

— Promete? — murmurou.

— Você não precisa da minha promessa quando tem meu coração.