O filme não parecia tão atrativo quanto estava no anúncio em cartaz, mas só pelo simples fato de Collin e Brady não terem idade suficiente para estarem assistindo ao mesmo que eles, fez Trish sorrir ao céus e agradecer aos deuses.
Mas o que ela queria mesmo era sair dali e olhando para Jacob tinha certeza do mesmo.
Abandonar o filme ao meio seria desperdício e tempo jogado fora, além da grana que tinham gasto para estar ali.
Entretanto, o balde de pipoca e refrigerante tinham acabado — boa deixa para sair dali.
Trish repensou a ideia de se levantar e ir comprar mais, já que o filme estava nas cenas finais.
Jacob segurou sua mão e beijou os nós de seus dedos, ao perceber o quão ansiosa estava.
— Eu nunca mais quero ir ao cinema. — ela sussurrou, deitando a cabeça em seu ombro.
Jacob sorriu, assentindo.
O foco de Trish passou a ser outro a partir dali, focada apenas em encontrar os casais ali presentes, alguns entendiados assim como ela, outros focados apenas em cochichos, outros em se beijar.
Pegação.
Era isso que as pessoas faziam no escurinho do cinema.
Uma náusea repentina ao encarar a telona e avistar sangue em uma das cenas, Trish prendeu a respiração e cobriu a boca rapidamente.
— Ei, tá tudo bem. — Jacob a assegurou. —
É só sangue.A pressão em sua cabeça foi tremenda só de ouvir a palavra, seus olhos vacilaram e não conseguiam mais se prender ao filme.
— Eu já volto. — ela disse, antes de se levantar e sair às pressas dali.
Trish passou horas dentro daquela cabine, abraçada ao sanitário, tentando se recompor.
Que merda estava acontecendo com ela, era sua única pergunta.
Ao ouvir burburinhos no banheiro, ela tratou logo de ajeitar sua roupa e dar descarga.
Respirou fundo e saiu da cabine.
Encarando seu reflexo no espelho, se desconheceu.
Estava pálida e suando frio.
Ela então se dirigiu até a pia e jogou água no rosto, aliviando-se logo após.
Aos poucos sua cor foi voltando ao normal e a vertigem passando.
— Precisa de ajuda? — Trish encarou a mulher de pé ao seu lado, suas expressões faciais não lhe eram estranhas.
Seus olhos eram de um verde intenso, lábios marcantes sob aquele batom carmim, cabelos negros longos e ondulados.
— Está tão pálida.
— Estou bem. — disse Trish, desprendendo seu olhar do rosto da mulher e se encarando no espelho mais uma vez.
— Tem certeza? Eu posso levá-la ao hosp...
— Eu já disse. — interrompeu-a. — Estou bem, obrigada.
Trish então saiu do banheiro, deixando a desconhecida para trás.
Ela só queria ir para casa naquele momento, mas não queria ser inconveniente e chamar Jacob.
Seu estado não era dos melhores.
Seu corpo só clamava por cama.
Ao avistar uma escadaria próximo de onde estava, ela se encaminhou até lá e se sentou.
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PERPÉTUA - JACOB BLACK
Manusia SerigalaQuando o tempo demora a mostrar aquilo que você anseia em ver, a adrenalina toma conta de tudo e faz você ficar desacreditado de que algum dia vá dar certo - se dizem que o tempo cura tudo e mostra tudo, então por quê ele nunca a curou?