06

1.8K 140 3
                                    

- Eu vi o que você fez. - disse Emily aos sussurros, assustando-a. Trish procurou por Sam e viu que ele estava ocupado demais para ouvi-las. - Mas eu não vou dizer ao Sam.

Trish se virou para olhá-la e sorriu.

- Ótimo.

- Por quê VOCÊ vai dizer a ele.

Essa mulher só podia estar de brincadeira.

- Eu só fui andar por aí. - disse Trish, tentando ganhar tempo.

Emily cruzou os braços, encarando-a.

- Com o Paul? Sério?

- Sim, por quê não? - a garota imitou-a. - O Paul é um parceiro e tanto, se quer saber.

- Você não conhece o Paul tão bem.

Desde que chegou aquele lugar, tudo que Trish mais ouvia pelos quatro cantos era que Paul não era quem ela pensava, que Paul não era isso, que Paul não era aquilo...

Dane-se, ela não ligava.

- Talvez eu te peça o relatório completo dele, mas agora não tô afim.

Emily negou.

- Relatório de quem, Trish? - Sam perguntou, aproximando-se.

A garota se virou para e sorriu.

- Do Paul. Emily está dizendo que eu não posso ser amiga dele.

- Eu não disse isso.

- Nem precisava. - disse Trish. - A forma que uma pessoa fala, mostra muita coisa.

- Quer um relatório sobre o Paul? - perguntou Sam, abraçando a esposa e beijando seu rosto. - Eu mesmo posso te dar.

Trish abanou as mãos em negação.

- Eu dispenso.

- Então vamos jantar. - disse Sam, se sentando. - O que você fez hoje?

Ela encarou Emily e se sentou.

- O quê eu poderia ter feito?

- Quer dar uma volta pela cidade amanhã? - ele perguntou. - Eu te levo.

- Não tem patrulha para fazer? - Sam negou veemente. - Tudo bem então.

Após o jantar Trish decidiu tomar banho e depois se sentar na varanda, não aguentava ficar olhando para toda a melação entre o Uley e sua esposa.

Ela se sentou nos degraus da área externa da casa e encarou o escuro.

Aquele lugar era tão silencioso, exceto pelo farfalhar das folhas, do canto dos pássaros.

Estar ali a fazia se sentir vazia. Sozinha. Isolada.

Seu celular vibrou em seu bolso, ela encarou o visor e sorriu antes de atendê-lo.

- Oi, mano.

- Green. - a voz de Gordon parecia receosa. - Como está suas férias?

- Você ainda pergunta? - inqueiriu. -
Eu não posso fazer nada. O Sam é chato pra caramba, eu não posso fazer nada que ele já vem com sete pedras na mão.

- Essa foram as condições, lembra?

A garota bufou alto.

- Como esquecer?

- E as suas porcarias? - questionou-a. -
Não está mais usando, né?

Gordon sempre desconfiado.

- O que você acha? - provocou-o.

- Trish, você prometeu que...

- Eu prometi que não deixaria ninguém saber e não que pararia de usar. - defendeu-se.

- Você não tem jeito.

- Não, não tenho. - retrucou. -Talvez agora você convença nossos pais do mesmo.

- Impossível.

- Aliás, como eles estão? - perguntou, mesmo sem se importar em qual seria a resposta.

- Como você acha?

- Eles se merecem. Me leva pra morar com você, Gordon. Por favor! - implorou. -
Eu prometo que tento me dar bem com a loira de nariz em pé.

- Vai se dar bem chamando ela assim?

- Foi mal.

- Não posso trazer você para morar aqui, Green. - a garota nem sabia porque ainda perdia seu tempo pedindo algo a ele. - Eu até tentaria, mas agora que a família está aumentando....

- Aumentando?!

- Nick está grávida! - respondeu, entusiasmado.

Green sabia que o maior sonho de seu irmão era de ser pai.

Ela tinha certeza que Gordon seria um bom pai, melhor que aquele que os dois tinham.

- E você só me fala essa porra agora?

- São tantas coisas que acabei me esquecendo.

- Porque se esquecer da irmã é sua maior qualidade. - resmungou.

- Não começa com drama, Trish.

- Espero ainda estar viva para ver a cara desse pirralho. - dramatizou.

- Pirralha.

- O quê? - perguntou, desorientada.

- O bebê... É uma menina. - ele esclareceu.

- Que seja. Tchau.

- Se cui... - ela desligou antes que ele pudesse completar a frase.

Mais uma criança, uma pobre e inocente herdeira para a família de loucos.

Na certa a pobrezinha seria impedida de conhecer a tia maluca, viciada, problemática.

Mas Trish nem ligava pra isso.

- Oi.

A garota ergueu o olhar e viu Jacob parado com as mãos nos bolsos da calça.

- Black?! O que faz aqui tão tarde?

- Quer dar uma volta? - ele perguntou. -
Você disse que gostava de ir em festas e tá rolando uma lá na praia agora.

Uh! Festa. Praia. Isso sim parecia satisfatório no momento.

- Sua noite de patrulha? - o questionou.

- Sim, guerrear em terra de mundanos. - brincou. - Então quer ir? Pensei que pudesse te fazer bem.

- Pensou certo. - indagou, pulando de pé.
- Eu já volto.

Trish entrou em casa a plenos pulmões, buscando por Sam.

- Sam! - gritou. - Sam!

- O quê foi? - perguntou ele, surgindo no topo da escada.

- O Black tá aí fora e me chamou para dar uma volta.

- Sim, eu sei. - disse ele, descendo até ela. - Foi eu quem pediu isso a ele. Você precisa sair e se divertir um pouco.

- Com seguranças, claro. - zombou zombou, revirando os olhos.

- Se não quiser ir...

- É lógico que eu vou! - indagou, entusiasmada. - Tchau.

- Divirta-se.

















PERPÉTUA - JACOB BLACKOnde histórias criam vida. Descubra agora