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  — Ai, eu nem acredito que a gente está indo para La Push. — disse Nikki saltitante no banco detrás. — Parece até mentira.

Brandon bufou alto.

— Não sei por que está tão eufórica, não deve ter nada de mais lá. — resmungou, entediado.

— Eu não diria isso se fosse você. — comentou Trish.

— Ainda continuo sem interesse. — disse ele dando de ombros. — Estamos deixando de participar da maior festança de formatura da história, para ir sabe onde? A merda de um pântano.

— Então pra que veio seu idiota? — chiou Jacob com sua simpatia.

Aquele loiro filha de uma mãe estava sempre empatando alguma coisa, sempre de mal humor.

Jacob ainda se perguntava porquê diabos elas ainda se davam ao trabalho de convidá-lo para algo.

— Não enche.

— Ele não vive sem a gente, tá na cara. — comentou Allexya.

— Não, queridinha. — prostergou Nikki, olhando-a e sorrindo de soslaio. — Você sabe bem sem quem ele não vive.

A loira revirou os olhos.

— Ah, cala a boca.

— Que tal todo mundo fechar a matraca e só abrir quando chegarmos lá? — novamente o Black interveio. — E Brandon, a próxima vez que você chamar a reserva de pântano, sua família o dará como desaparecido.

Trish sorriu.

O loiro estendeu e mostrou-lhe o celular.

— Eu gravei isso bem aqui seu retardado, se algo me acontecer durante esses dias...

— É bom que tenha algo em sua defesa. — implicou Jacob, sorrindo de canto.

— Relaxa, Brandon. — disse Trish. — O máximo que pode te acontecer é levar algumas picadas de insetos.

— Ou... mordidas de animais selvagens.

— Vocês são patéticos. — o garoto resmungou, se jogando contra o encosto do banco.

E assim o silêncio tomou conta do veículo, exceto pelo sussurro balbúrdiado que saia dos lábios de Nikki, que parecia estar cantarolando alguma canção.

Duas paradas, entre, Portland e Port Angeles para que Trish pudesse alimentar seus dragões esfomeados e de bexigas soltas.

Eram quase duas da manhã quando por fim chegaram a Forks, se deparando com uma tempestade incessante no caminho.

Os únicos que mantinha-se ativos dentro daquele carro eram Jacob, pois estava ele ao volante e Allexya, essa que se queixava a todo instante da chuva, temendo um acidente, e, por vias de fato, em seu achismo, tentando manter o quileute de olhos bem abertos à estrada.

  Embora a loira se oferecesse para trocarem de lugar, Jacob dizia que estava tudo sob controle. Minutos depois estavam diante de sua casa.

Black desligou o motor e os faróis, encarou o escuro ao redor. Sabia ele que Sam e seus discípulos pudessem estar em ronda nesse exato momento e lá no fundo ele sentia falta de correr pela mata úmida e densa durante uma noite como aquela, rolar ribanceira abaixo em uma briga com Paul.

Ele iria poder voltar a fazer isso muito em breve e um micro sorriso estendeu-se pelo canto de seus lábios.

— Chegamos? — Allexya perguntou, tentando enxergar algo além do breu.

— Sim.

A loira sacudiu Brandon e Nikki para que acordassem e assim que obteve êxito, saltou para fora do carro.

— Mas que... — naquele instante Brandon esculhambou até a sétima geração da família de Jacob. Lá estava ele com os pés soterrados numa poça de lama. —  Você sabe quanto custou esses tênis, seu idiota?!

Jacob sorriu e arqueou uma sobrancelha com desdém.

— Bom, acho que não valem de muita coisa agora.

O garoto continuou a resmungar ofensas contra o Black.

— Cale a boca, Brandon. — ditou Allexya, enquanto seguia Trish e Jacob na direção na casinhola. — Nada que água, sabão e uma boa escova não possam resolver.

O ranger da porta despertou para a entrada de estranhos.

De princípio os três jovens da cidade estranharam horrendamente o fator principal, que era, a porta estar destrancada.

Quem, em plena condições mentais, morando em um fim de mundo como aquele, rodeado por uma floresta absurdamente assustadora, provavelmente repleta de animais selvagens e sabia-se lá Deus mais o quê, deixaria a porta de sua propriedade a mercê de qualquer invasor.

— Quem está aí?

A voz de trovão de Billy ressoou pela casa.

— É o Jake, e.... alguns amigos.

Ao calar de Jacob, as luzes acenderam.

Lá estava Billy no meio da sala, em sua cadeira de rodas.

O Black encarou o filho por poucos segundos, e tampouco a garota familiar que segurava em sua mão.

E aqueles três estranhos? Quem eram? E o que raios faziam em sua casa?

— Por quê não se deu ao trabalho de ligar, dizendo que viria e traria alguns... amigos? — questionou Billy, passivamente. — E sem mencionar o quão tarde está.

— Foi algo de última hora.

— Bom, eu não sei como vai fazer para hospedá-los aqui em nossa casa, porque...

Allexya e Nikki notaram o quão desconfortável o Sr. Black parecia estar e tentaram amenizar o clima.

— Bom, aquele sofá parece bem confortável para mim. — disse a morena, conseguindo um sorriso de Billy.

— Brandon não se importa de dormir no carpete.

— O quê? Por quê eu tenho que... — queixava-se ele, antes de levar um beliscão na costela. — Que seja.

— Olha, Billy... — começou Trish, sabendo o quão descontente o pai de Jacob estava com tudo aquilo. — Eu prometo que amanhã de manhã nós vamos para a casa do Sam e não vamos mais incomodar.

— Eu não sei quem é esse Sam, mas algo me diz que se formos para lá eu não preciso dormir num carpete.

Billy apertou os braços de suas cadeiras, encarando aquele garoto à sua frente de tal forma que poderia matá-lo sem pestanejar.

— Você quer calar essa vala que chama de boca? — bradou Nikki.

— Rachel por alguma razão não está em casa, as meninas podem ficar com o quarto dela por esta noite. — disse Billy dando-lhes às costas.

— Eu disse que não era uma boa ideia ter...

Jacob soltou-se de Trish e virou-se para Brandon.

— Eu juro que se você terminar essa frase ou qualquer outra, eu te parto a cara. — o ameaçou. — E eu não vou falar duas vezes

PERPÉTUA - JACOB BLACKOnde histórias criam vida. Descubra agora