26

1.3K 111 1
                                        

Jacob desceu as escadas, apressado.

— Espero que tenha arrumado suas coisas, porque estamos voltado para Forks agora mesmo. — alertou-a.

Trish se levantou do sofá para encará-lo.

— Eu não vou. Não saio daqui enquanto você não falar direito comigo.

Direito?! — inqueiriu Jacob. — Eu falo como eu quiser.

— Jacob, não seja infantil. — chatiou-se ela.

— A única criança aqui é você, Green, não eu. — rebateu ele.

— Tudo bem. Se quiser ir agora, vai. Eu não vou.

— Ótimo. Sam vai adorar vir buscá-la. — provocou Jacob, indo abrir a porta.

Trish andou duramente até ele, com raiva nos olhos.

— Escuta aqui, seu i... — ela não teve tempo de terminar sua frase, pois Jacob a prensou com tudo contra a porta, segurando seus braços acima de sua cabeça, incapacitando-a de se mover.

— Seu o quê, hum? — implicou Jacob. — Imbecil? Idiota? Sim, eu sou, não tenho problemas em admitir. Agora se quiser ficar, você fica.

Trish analisou a boca entreaberta dele tão próxima a sua, seu hálito se chocando contra seu rosto — desnorteando-a.

— Eu vou com você. — rendeu-se por fim.

Jacob a soltou e se afastou, esperando-a fazer o mesmo, mas ela não o fez.

Se ele estava achando que era só provocá-la, prensá-la contra a parede, excitá-la e se afastar como se estivesse tudo bem, estava muito enganado.

O Black arregalou os olhos quando Trish o puxou pela gola da camisa e repetiu a ação que ele havia feito com ela.

— Agora é minha vez. — sussurrou ela, cravando as unhas em seu abdômen.

Jacob arfou e ela sorriu vitoriosa.

— O carro já está aí fora, Green.

— E daí? — perguntou.

Jacob segurou os punhos dela e a afastou de seu corpo, mantendo contato visual.

— Não confunda as coisas, Green.

— Você gosta de mim, Jacob. — titubeou a garota.

Ele pressionou os lábios numa linha rígida.

Ela não parecia se importar tanto assim com o que ele sentia por ela ou deixava de sentir.

— Agora eu que te pergunto, Green. E daí?

Green abriu a boca para questionar, mas ele foi mais rápido em soltá-la e sair.

A garota jogou sua mochila no banco detrás e bateu a porta, ocupando o banco do passageiro ao lado de Jacob.

O quileute deu partida, ligou o som e aumentou, impedindo qualquer comunicação entre ambos.

Ela deveria meter a mão na cara dele, diante de tanta irrelevância, mas conteve-se ao respirar fundo e fechar os olhos.

                               🍁🪦🍁

— Que bom que chegaram. — disse Sam, assim que Trish passou por ele e deu-lhe um meio abraço.

Jacob surgiu na porta.

— Ela já está entregue, eu já vou indo nessa.

— Jacob, espera. — ditou Sam. — Temos que conversar.

Jacob assentiu e o seguiu para o lado externo da casa.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntou Sam.

— Não, nada. — negou.

— Jacob não minta. — pediu Sam. —Conheço bem a sobrinha que tenho.

— Pergunte à ela, Sam. — empertigou-se Jacob.

— Estou perguntando a você justamente porque sei que ela não vai contar.

— Que seja. — o quileute deu de ombros. —Ela só saiu com os amigos dela, não houve nada demais.

— Tem certeza? — a insistência de Sam, deixou Jacob irritado.

— Sam, eu preciso ir para casa. — desconversou.

— Tudo bem. — concordou o Uley. — Volte para jantar conosco.

— Não, Sam.

Jacob não esperou a resposta de Sam, pois sabia que ele faria de tudo para ele ficar e jantar com eles, mas ele não estava com um pingo de vontade — apenas virou-se e foi embora.

O caminho de volta para sua casa parecia mais longe, embora apressasse os passos, não chegava.

Ele sequer notou seu pai na varanda, apenas passou direto.

  Billy o seguiu, porta à dentro.

— Jake!

Rachel encarou o agito dos dois e se levantou para saber o que se passava.

— O quê houve? — perguntou, desorientada.

— Nada, me deixa. — resmungou o quileute, indo direto para seu quarto.

— Deixa que eu falo com ele, pai. — Jacob ouviu Rachel falar com Billy, enquanto enquanto se trancava em seu quarto.

O alvoroço que sua irmã criou enquanto baria na porta fez Jacob bufar e ir abrir, antes que a mesma fosse posta à baixo pela louca da Rachel.

— O quê você quer? — ele perguntou.

— Me diz você. — demandou ela, adentrando o quarto. — O quê você quer entrando em casa desse jeito?

Jacob bufou e empurrou a porta sem se importar se bateria ou não, ele não estava com ânimo.

— Rachel, eu estou muito cansado para ficar ouvindo suas ladainhas. — resmungou se jogando de bruços em sua cama.

— Tem a ver com Trish, não tem? — insistiu Rachel em saber, enquanto se sentava aos seus pés na cama.

— Não torra. — resmungou.

— Jacob Black, eu como sua irmã mais velha, exijo..

— Você não tem que exigir nada, Rachel. — guinchou ele, fazendo-a calar a boca e olhá-lo com repreensão. — Vai atrás do Paul, vai.

— Somos irmãos, seu idiota.

Jacob mudou de posição, passando a fitar o teto com desinteresse.

— Agora todo mundo me tachou de idiota. — balbuciou, aborrecido.

— Talvez porque você aja feito um?

Nem a implicância de Rachel estava sendo capaz de entretê-lo.

— Rachel, por você não...

— Me fala o que houve, Jake. — pediu a Black, determinada a não deixá-lo em paz enquanto não soubesse o que estava chateando-o daquela maneira.

— Eu vi a Green beijando o amigo dela ontem e...

A garota empertigou-se pelo que ouviu e se levantou num rompante.

— Ah, mas eu já vou resolver essa merda!


PERPÉTUA - JACOB BLACKOnde histórias criam vida. Descubra agora