Jacob desceu as escadas, apressado.
— Espero que tenha arrumado suas coisas, porque estamos voltado para Forks agora mesmo. — alertou-a.
Trish se levantou do sofá para encará-lo.
— Eu não vou. Não saio daqui enquanto você não falar direito comigo.
— Direito?! — inqueiriu Jacob. — Eu falo como eu quiser.
— Jacob, não seja infantil. — chatiou-se ela.
— A única criança aqui é você, Green, não eu. — rebateu ele.
— Tudo bem. Se quiser ir agora, vai. Eu não vou.
— Ótimo. Sam vai adorar vir buscá-la. — provocou Jacob, indo abrir a porta.
Trish andou duramente até ele, com raiva nos olhos.
— Escuta aqui, seu i... — ela não teve tempo de terminar sua frase, pois Jacob a prensou com tudo contra a porta, segurando seus braços acima de sua cabeça, incapacitando-a de se mover.
— Seu o quê, hum? — implicou Jacob. — Imbecil? Idiota? Sim, eu sou, não tenho problemas em admitir. Agora se quiser ficar, você fica.
Trish analisou a boca entreaberta dele tão próxima a sua, seu hálito se chocando contra seu rosto — desnorteando-a.
— Eu vou com você. — rendeu-se por fim.
Jacob a soltou e se afastou, esperando-a fazer o mesmo, mas ela não o fez.
Se ele estava achando que era só provocá-la, prensá-la contra a parede, excitá-la e se afastar como se estivesse tudo bem, estava muito enganado.
O Black arregalou os olhos quando Trish o puxou pela gola da camisa e repetiu a ação que ele havia feito com ela.
— Agora é minha vez. — sussurrou ela, cravando as unhas em seu abdômen.
Jacob arfou e ela sorriu vitoriosa.
— O carro já está aí fora, Green.
— E daí? — perguntou.
Jacob segurou os punhos dela e a afastou de seu corpo, mantendo contato visual.
— Não confunda as coisas, Green.
— Você gosta de mim, Jacob. — titubeou a garota.
Ele pressionou os lábios numa linha rígida.
Ela não parecia se importar tanto assim com o que ele sentia por ela ou deixava de sentir.
— Agora eu que te pergunto, Green. E daí?
Green abriu a boca para questionar, mas ele foi mais rápido em soltá-la e sair.
A garota jogou sua mochila no banco detrás e bateu a porta, ocupando o banco do passageiro ao lado de Jacob.
O quileute deu partida, ligou o som e aumentou, impedindo qualquer comunicação entre ambos.
Ela deveria meter a mão na cara dele, diante de tanta irrelevância, mas conteve-se ao respirar fundo e fechar os olhos.
🍁🪦🍁
— Que bom que chegaram. — disse Sam, assim que Trish passou por ele e deu-lhe um meio abraço.
Jacob surgiu na porta.
— Ela já está entregue, eu já vou indo nessa.
— Jacob, espera. — ditou Sam. — Temos que conversar.
Jacob assentiu e o seguiu para o lado externo da casa.
— Aconteceu alguma coisa? — perguntou Sam.
— Não, nada. — negou.
— Jacob não minta. — pediu Sam. —Conheço bem a sobrinha que tenho.
— Pergunte à ela, Sam. — empertigou-se Jacob.
— Estou perguntando a você justamente porque sei que ela não vai contar.
— Que seja. — o quileute deu de ombros. —Ela só saiu com os amigos dela, não houve nada demais.
— Tem certeza? — a insistência de Sam, deixou Jacob irritado.
— Sam, eu preciso ir para casa. — desconversou.
— Tudo bem. — concordou o Uley. — Volte para jantar conosco.
— Não, Sam.
Jacob não esperou a resposta de Sam, pois sabia que ele faria de tudo para ele ficar e jantar com eles, mas ele não estava com um pingo de vontade — apenas virou-se e foi embora.
O caminho de volta para sua casa parecia mais longe, embora apressasse os passos, não chegava.
Ele sequer notou seu pai na varanda, apenas passou direto.
Billy o seguiu, porta à dentro.
— Jake!
Rachel encarou o agito dos dois e se levantou para saber o que se passava.
— O quê houve? — perguntou, desorientada.
— Nada, me deixa. — resmungou o quileute, indo direto para seu quarto.
— Deixa que eu falo com ele, pai. — Jacob ouviu Rachel falar com Billy, enquanto enquanto se trancava em seu quarto.
O alvoroço que sua irmã criou enquanto baria na porta fez Jacob bufar e ir abrir, antes que a mesma fosse posta à baixo pela louca da Rachel.
— O quê você quer? — ele perguntou.
— Me diz você. — demandou ela, adentrando o quarto. — O quê você quer entrando em casa desse jeito?
Jacob bufou e empurrou a porta sem se importar se bateria ou não, ele não estava com ânimo.
— Rachel, eu estou muito cansado para ficar ouvindo suas ladainhas. — resmungou se jogando de bruços em sua cama.
— Tem a ver com Trish, não tem? — insistiu Rachel em saber, enquanto se sentava aos seus pés na cama.
— Não torra. — resmungou.
— Jacob Black, eu como sua irmã mais velha, exijo..
— Você não tem que exigir nada, Rachel. — guinchou ele, fazendo-a calar a boca e olhá-lo com repreensão. — Vai atrás do Paul, vai.
— Somos irmãos, seu idiota.
Jacob mudou de posição, passando a fitar o teto com desinteresse.
— Agora todo mundo me tachou de idiota. — balbuciou, aborrecido.
— Talvez porque você aja feito um?
Nem a implicância de Rachel estava sendo capaz de entretê-lo.
— Rachel, por você não...
— Me fala o que houve, Jake. — pediu a Black, determinada a não deixá-lo em paz enquanto não soubesse o que estava chateando-o daquela maneira.
— Eu vi a Green beijando o amigo dela ontem e...
A garota empertigou-se pelo que ouviu e se levantou num rompante.
— Ah, mas eu já vou resolver essa merda!

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PERPÉTUA - JACOB BLACK
Manusia SerigalaQuando o tempo demora a mostrar aquilo que você anseia em ver, a adrenalina toma conta de tudo e faz você ficar desacreditado de que algum dia vá dar certo - se dizem que o tempo cura tudo e mostra tudo, então por quê ele nunca a curou?