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Elas se entreolharam com mistos de expressões.   

Se Nikki e Allexya realmente estivessem certas, ou se suas dúvidas se concretizassem, ela não tinha sequer coragem de se manifestar sobre o que sentia.

— Bem... — indagou Nikki — É isso que acontecesse quando não se usa proteção, baby.

Allexya a olhou com tédio e repreensão.

— Cala essa boca, garota. Temos um problema maior aqui.

Nikki revirou os olhos.

— Não, não. — protestou. — Esse "problema maior" ainda está do tamanho de uma ervilha.

— Nikki! Ainda não temos certeza de nada.

Nikki riu-se.

— O quê? Vocês duas querem ignorar os fatos?! — balbuciou, apontando para os quadris de Trish.

Allexya respirou fundo.

— Não vamos surtar. Nikki, vem comigo.

— Aonde vamos exatamente? — questionou a morena.

— À farmácia comprar um teste. — a loira respondeu.

Nikki estreitou os olhos, demostrando toda sua indignação.

— Não acredito que ainda estão duvidando de que há um mini Jacob ou uma mini Trish aí dentro.

— Depressa, Nikki! — bradou Allexya, abrindo a porta.

— Ok, ok.

As duas então partiram com o carro de Trish, que já estava apreensiva antes mesmo de saber se era verídico ou apenas um alarme falso.

No fundo, ela sabia que Nikki estava certa, os fatos estavam gritando no reflexo do espelho. Mas ao mesmo tempo, se assustava, porque algo também dizia que a relação entre Jacob e ela mudaria em algum momento.

Sendo assim ela seguiu para o quarto de hóspedes, se encaminhou para a sacada e lá permaneceu, pedindo aos céus que tudo não passasse de um equívoco.

Ela não estava pronta para ser mãe. Estava? Nunca estaria.

Sua vida e quem dela tinha consciência, sabia o quão instável ela conseguia ser, ainda mais presumindo a chegada de um serzinho vulnerável e que dependeria muito dela.

Ela não tinha sanidade para isso.

A última coisa que Trish queria era que aquele pequeno feto nascesse e crescesse sabendo de todos os seus conflitos com demônios do passado, no fim ele acabaria sofrendo.

Entretanto, existia no fundo de sua mente um alerta aceso para o fato de que Jacob pudesse vir a ser um bom pai — a forma protetora com a qual ele tratava a todos ao seu redor, demonstrava isso.

Como ele reagiria se soubesse?

Tinha uma sensação diferente, um frio na barriga não antes sentidos, aperriando-a.

Quando por fim seu carro entrou em seu campo de visão e estacionou diante de sua casa, Trish se dirigiu ao interior do quarto.

Mordendo as unhas de nervosismo.

Aquela dúvida maldita estava lhe fazendo mal.

A porta do quarto rompeu-se e por ela suas duas amigas.

— Aqui. — Allexya lhe estendeu a caixinha com o teste de gravidez, seu receio em pegar aquilo era predominante. — Não pense muito.

Com rapidez ela dirigiu-se ao banheiro daquele cômodo com o teste em mãos.

"Tudo bem, Green. Você vai saber lidar com isso." — mentalizou consigo mesma.

Ao seguir todas as instruções da caixa, ela esperou alguns segundos antes de entreabrir a porta e estender o teste para uma das amigas, mantendo-se de olhos fechados.

Allexya foi quem o pegou de suas mãos, antes mesmo dela se trancafiar no banheiro.

Os segundos seguintes e aquele silêncio foram pavorosos.

Trish permaneceu sentada no chão daquele banheiro, sem coragem alguma de sair e lidar com a resposta.

Ela então ouviu o guinchar da porta sendo aberta e por ela passar Allexya e Nikki, que permanecidas em silêncio se sentaram ao seu lado.

Pelo canto canto do olho ela enxergou nas mãos da loira o teste e seu resultado.

Uma grande angústia preencheu seu peito e em seguida soluços lhe consumiram.

Silêncio.

Haviam se passado vários minutos, talvez até horas, que as três estavam as três sentadas ali naquele chão frio, tanto era que Nikki acabou adormecendo com as costas apoiadas à banheira.

— Eu cuido dela. — Allexya sussurrou.

Trish apenas assentiu e saiu.

O quarto estava iluminado apenas pela luz tênue que emanava da porta entreaberta do banheiro, quando ela entrou.

Jacob ressonou quando a sentiu se sentar ao seu lado, acariciando seu rosto.

— Oi. — suspirou profundamente e sorriu, abrindo os olhos. — Que horas são?

— Humm... — seus olhos encararam o relógio digital próximo à cabeceira da cama. — Três da manhã.

— E o que a senhorita faz acordada?

— Estava com as meninas.

— Elas já se foram? — Jacob segurou sua mão, levando-a até sua boca, deixando um beijo casto em seu dorso.

Tão delicada, tão perfeita.

—  Estão no quarto de hóspedes.

Ela sorriu brevemente.

Imediatamente o quileute notou que algo a incomodava e tratou logo de se sentar.

— O quê houve, Green?

Trish mordeu os lábios e encarou suas mãos entrelaçadas sobre o espaço vazio entre eles na cama.

Novamente ela sentiu aquela angústia de mais cedo chegando e causando um nó em sua garganta.

— Jake... — ele esperou em silêncio, observando-a com atenção. — O que aconteceria se eu dissesse que estou grávida?











PERPÉTUA - JACOB BLACKOnde histórias criam vida. Descubra agora