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Jacob passeava pela imensidão, graça e conforto de Stanford — Aquela poderia vir a se tornar sua casa.

Seus pensamentos assim como seus percorriam todos os lugares, cada canto.

Ele ainda estava receoso pela ideia de pedi-la em namoro.

Tudo bem que Green não era uma pessoa fácil, mas seu passado diz muito sobre sua personalidade.

Se os deuses a trouxeram, se seus ancestrais a escolheram e puseram em seu caminho e em sua vida existia alguma razão — chegava a ser cômico pensar em duas vidas quebradas unidas.

Ela lhe fazia um bem tremendo, ele não sabia como, mas fazia.

Onde ela estaria naquele momento?
Ainda com Allexya?
Em casa?

Não seria fácil encontrá-la naquela selva de pedra e verde — Pelo sim ou pelo não, ele iria para casa esperá-la.

Jacob sabia que presente nenhum no mundo seria pário para a felicidade que ela merecia.

Se ele pudesse, mudaria o passado dela, para que assim pudesse viver em paz.

Vê-la em conflito consigo mesma tem sido doloroso, por mais que ela aparente ser forte o tempo todo, Jacob sabe que quando lhe viram as costas ela desaba.

Ninguém consegue ser forte o tempo todo, ninguém é forjado à base de aço e ferro.  

Assim que ele entrou em casa ouviu a acústica estrondosa de Iron Maiden — Heavy Metal.

Seu cérebro não conseguiu raciocinar a letra, embora reconhecesse quase que imediatamente aquela banda.

Não era seu típico de música predileta, nem estava em seu top 10 de melhores metálicas gritantes, mas não recriminava quem tinha adoração.

— Ah, Jacob! — ele ouviu Trish bradar e correr a seu encontro. — Que bom que chegou.

— Você parece bem agitada. — ele observou.

Ela apenas sorriu e começou a dançar loucamente.

— Você gosta dessa música, Jacob?

Uma fração de adversas reações faciais tomaram conta de Jacob, que se perdeu nas palavras.

— Ah... Eu... É...

— Você pode trocar se quiser. — disse ela, dando-lhe as costas e indo na direção da cozinha.

— O que você está aprontando? — perguntou ele, seguindo-a.

— Não sei você, mas estou faminta. — Ele não estava com fome até ela lembrá-lo.

— Então nuggets são suas especialidades? — Jacob não aguentou e a provocou.

Trish deu-lhe um soco no peito, mas não conteu o riso.

— Você sabe fazer melhor? — provocou-o.

Aquela risada o deixava todo bobo e era assim que ele olhava para ela naquele instante.

— Por quê você está me olhando assim? — intimidou-se ela.

— Assim como?

— Você tá com uma cara bizarra. — disse entre risos.

A proximidade transmitia uma tensão elevada.

As respirações tanto quanto ritimadas, porém entrecortantes.

Trish estava corada. Jacob amava aquele tom em suas bochechas, amava vê-la envergonhada.

Ele estendeu a mão e tocou seu rosto, carinhosamente.

— Você me deixa bizarro.

Ela negou e conteve a vontade absurda de gargalhar.

Imediatamente Jacob se arrependeu do que havia dito e franziu o cenho.

— Podemos fingir que eu não disse isso?

— Sim.

A campainha tocou eufórica.

Jacob sequer comodou-se a ir ver quem era, ele soube quem era apenas por ouvir os som das risadas do lado externo.

E quando Green abriu a porta ele teve a comprovação. — Allexya e a louca da Nikki.

Nikki abriu os braços e se jogou em cima da Uley, que cambaleou para trás.

A loira revirou os olhos e caminhou até Jacob com o bolo em mãos, com um pequeno sorriso nos lábios.

— E então, você pediu? — perguntou ela.

— Ainda não criei coragem o suficiente. — Jacob suspirou indignado com o tamanho da sua incompetência.

— Não fique esperando pela coragem, Jake.

— Eu vou pedir, só preciso de mais tempo. — ele murmurou.

— O tempo está passando, bonitinho. Você vai ficar aí parado, esperando outro chegar e tomar o seu lugar?

Allexya sabia como dar um soco de realidade em alguém, sem ao menos tocar-lhe.






















PERPÉTUA - JACOB BLACKOnde histórias criam vida. Descubra agora