— Deixa que eu abro. — ela disse ao ouvir o som da campainha pela terceira vez.
Engoliu de uma só vez o shot em cima do balcão e correu quando Nikki ameaçou bater nela por isso.
Talvez as doses exageradas de margueritas estivessem fazendo efeito, pois sua visão em certo momento ficou turva, embora achasse que a razão fosse a velocidade com a qual se disparou na direção da porta.
Seu sorriso se desmanchou ao ver quem estava diante dela, um tanto quanto... apreensivo.
— Bruce? — piscou desconcertada. — Quero dizer...
Seu limpar de garganta o fez cair em si de que não viria mais nada em seguida.
Ele não ouviria aquela palavrinha mágica.
— Oi, filha. — disse, quase imperceptível. —Será que podemos conversar?
Trish cruzou os braços frente ao corpo, encarando-o.
— Por quê não me começa dizendo onde estava? — ela disse automaticamente.
Bruce franziu o cenho e pigarreou instantaneamente.
— Eu fui até a casa de seu tio Sam, eu precisava te ver.
— Eu fui até o seu apartamento e aquela idiota da sua mulher me tratou feito uma qualquer. — foi Trish quem franziu o cenho, se sentindo uma idiota, pois havia parado de ouvi-lo quando pigarreou, antes de dar-lhe a resposta — Espera, você disse que foi a Forks? Para me ver?
Ele assentiu amigavelmente.
— Sim. E como não te encontrei, acabei voltando.
— Sam lhe disse porquê eu tinha vindo para Stanford?
Ele parecia estar concentrado buscando por algo relativo à sua pergunta, pois demorou-se em sua resposta.
— Bem... na verdade quem me disse foi um garoto. Não me recordo muito bem seu nome.
Trish de imediato soube de quem poderia se tratar.
— Brady. — apontou.
— Esse mesmo. Ele é um bom garoto.
Brady não era só um bom garoto, era um amigão, um carinha incrível, que Trish adoraria tê-lo como irmão.
Mas isso, certamente, Bruce não teria como saber.
— Eu também soube que você tem um namorado... — continuou ele, receoso. — Será que eu poderia conhecê-lo?
Ela teria inúmeras razões para negar, para tocá-lo a pontapés de sua casa, entretanto, algo a fez repensar melhor.
Aquele homem ainda era seu pai e como qualquer outro ser na face da terra, merecia a segunda chance.
— Antes precisamos conversar sobre muitas coisas. — respondeu-lhe.
— Claro.
Ela então moveu-se para o lado, deixando seu acesso ao interior de sua casa, liberado.
Era estranho para ele, tanto quanto estava sendo para ela.
Como se fosse a primeira vez em que estivesse pisando naquele lugar.
Lembranças ainda eram nítidas em alguns cantos, Trish não havia mechido em absolutamente nada.
Tudo em seu devido lugar, tudo como Dilyan havia deixado antes de sua partida.
— Sente-se. — ela o apontou o sofá.
Bruce demorou-se observando aquele estofado, por quantas noites não o havia ocupado.
Por quantas vezes não foram apenas sua companhia e uma boa garrafa de uísque barato que ele obtinha.
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PERPÉTUA - JACOB BLACK
WerewolfQuando o tempo demora a mostrar aquilo que você anseia em ver, a adrenalina toma conta de tudo e faz você ficar desacreditado de que algum dia vá dar certo - se dizem que o tempo cura tudo e mostra tudo, então por quê ele nunca a curou?