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— Família reunida. — gracejou Gordon ao passar pela porta.

— Ei, engraçadinho. 

Trish o interceptou com um abraço.

— Que saudade eu estava de você, maninha. 

A garota encarou a esposa do irmão e sorriu de forma esnobe.

— Olá, loi... — ela calou-se após o beliscão discreto de Gordon em sua costela.

— Obrigado por me convidar. — disse a mulher.

Trish revirou os olhos.

— Se poupe.

Parecia tudo sobre controle quando Green e Jacob os convidaram para a sala de jantar e os serviram.

Risos e gracejos altos ecoavam pela casa.

O assunto em pauta era sobre a formatura de Trish nos próximos dois dias e a razão pela qual ela não queria nada muito festivo, já que queria a presença de todos seus amigos da reserva.

Gordon a princípio contorceu o nariz, pois, quem eram aqueles selvagens? E, o que eles representavam para sua irmã?

Não faziam nem oito meses que ela estava vivendo naquela reserva e de repente, eles haviam virado sua família.

Era o cúmulo.

Mas algo dizia a ele que não se tratava somente de um jantarzinho em família, de uma reuniãozinha clichê para que ambos se familiarizassem.

Tinha algo por trás daquele teatro e ele já ia descobrir.

— Vem cá, alguém explica o que tá rolando aqui?

Todos se entreolharam com a mesma dúvida que Gordon e esperaram pelo momento em que Trish demonstrasse que falaria.

Jacob segurou a mão de seu imprinting sob a mesa, entrelaçando seus dedos.

A garota fechou os olhos por alguns segundos e respirou fundo, as palavras pareciam presas e sufocadas feito um nó em sua garganta.

— Eu estou grávida.

O silêncio gritante e desafiador apossou-se da mesa.

Um riso de decepção surgiu na face de Gordon.

— Grávida... — ele exalou.

Ambos ao redor daquela mesa sabiam que não havia apenas aquilo a ser dito por ele.

A notícia o pegou de jeito, tanto era que ele mal conseguia disfarçar seu desagrado.

Gordon se manteve em silêncio, esperando por algo dito de seu pai, mas o mesmo estava ludibriado pela notícia.

Como podiam ser estúpidos a tanto?

Sua irmã era apenas uma criança, mal havia saído das fraudas, que tinha um futuro pela frente.

Mas como sempre, ela estava sendo ela, metendo os pés pelas mãos.

O mesmo ergueu o olhar para observar Jacob e a irmã.

— Isso é bastante desagradável porque vocês nem se casaram ainda, você deveria entrar na universidade no próximo ano.

Bruce pigarreou.

— Gordon.

Ele passou a encarar sua figura paterna.

— Estou errado? — o questionou.

— Você também vai ter um filho. — comparou Bruce.

Gordon negou veemente.

— Somos diferentes, eu tenho vocação para dar uma dignidade para minha filha.

— Está dizendo que eu não... — interveio Trish.

— Olha, Green, talvez tenha sido mesmo um erro tê-la mandado para aquela reserva cheia de...

— Cuidado com a boca. — Jacob rosnou.

— Cuidado com o quê? — confrontou-o. —Não estou mentindo. Vai me dizer que você vai poder manter a vida que Trish está acostumada? O que você tem a oferecer a ela? A não ser, viver como uma selvagem.

Jacob sentiu seus músculos tensionaram naquele segundo, ele estava prestes a perder a educação.

— Gordon! — alterou-se Bruce.

Num rompante Gordon se pôs de pé.

— Esse jantar pra mim já deu! — grunhiu.

— Saiba que você enganado, Gordon. — começou Jacob. — Posso até não ter as mesmas condições que você, posso não ter um diploma descente preso à parede, o que é bem brega por sinal, aquilo é só a merda de um papel. Aposto que sou bem mais homem que você. Green sequer te convidaria para este jantar, mas para sua sorte ou talvez azar, eu insisti, porque achava que você se importaria.

O riso de escárnio brotou no homem de pé.

— Você não sabe de nada.

— E o muito que você sabe tem afetado seu raciocínio. — rebateu Black.

— Acho melhor você calar essa boca.

Assim o quileute colocou-se de pé.

— Por quê não vem calar?

A noiva de Gordon se pôs de pé, segurando-o pelo braço.

— Gordon, vamos embora.

— A voz da razão falando com você. — disse Jacob.

— Não se dirija à minha esposa! — bradou Gordon. — Você não tem essa...

— Você já estragou a noite da sua irmã, quer mais o quê? — balbuciou a companheira de Bruce, que estava calada desde o primeiro instante. — Por quê não pega sua mulher, o pingo de dignidade que lhe resta e dá o fora?!

— Bem que a mamãe dizia que vocês iam arruinar no...

Gordon sequer pôde raciocinar, sentiu apenas o líquido quente escorrer por seu rosto.

— Suma desta casa! — determinou Bruce, sendo contido por sua filha e sua esposa que verificava os nós de seus dedos avermelhados.

O bater da porta fez Trish pular de susto.

Jacob se aproximou com cautela e segurou seu rosto entre as mãos.

— Você está bem?

Ela assentiu.

— Estou. Não se preocupe.

Jacob lhe deu um beijo na testa e a puxou para um abraço.

— Eu vou dar uma volta por aí.

— Tá legal. — disse ela, dando-lhe um beijo.

Trish esperou por Jacob sair e foi até a cozinha em busca de gelo para colocar no punho do pai.

— Foi essa a educação que destes a seu filho? — Trish escutou Leila questionar, enquanto se aproximava.

— Desculpe, pai. — Trish sentou-se ao seu lado no sofá, estendendo-lhe a compressa de gelo. — Eu não sabia que ele fosse reagir assim.

— Seu irmão passou dos limites. — disse Leila, encarando-a.

Bruce sorriu, estendeu a mão livre e afastou a mecha de cabelo do rosto da filha.

— Em todo caso, estou feliz por você estar esperando um bebê, querida.









PERPÉTUA - JACOB BLACKOnde histórias criam vida. Descubra agora