A sobrinha de Sam Uley — Green Trish Uley O'Brien, de 17 anos — se meteu em mais uma confusão com as Teen Líderes da escola secundária de Stanford e seus pais decidiram dar-lhe como castigo um ano de férias prolongadas da civilização, mandando-a para a reserva La Push nos confins de Washington.
Gordon — irmão mais velho de Green, ficara responsável por levá-la até a casa do tio nessa tal reserva, em Forks.
— Papai e mamãe enlouqueceram, se acham que me mandando para aquele confins congelante me fariam andar na linha, se enganaram. — resmungou a garota baguçando os cabelos, rebeldes.
— Você é uma pirralha esnobe, Trish.
— Se disser isso mais uma vez vai ficar sem os dentes. — ameaçou ela, ligando o aparelho de som.
— Morro de medo de você. — zombou Gordon, diminuindo o volume do som.
— Só espero que o Sam e essa nova mulherzinha dele não banquem os rabugentos comigo, porque acabo com a marra deles em dois tempos.
— Você tem que se comportar, se ainda quiser ver suas amiguinhas algum dia na vida.
— Vai se ferrar, Gordon! — a garota ainda estava zangada com o fato de ter que ir viver com um tio que não via desde seus sete anos de idade, em um lugar com oscilações climáticas. Ela apostava que todos que viviam ali não passavam de pessoas da época das cavernas.
— Um ano passa rápido, você nem vai notar. — argumentou Gordon, atento à estrada.
— Se bem que Sam disse que tinha alguns garotos nas redondezas onde ele mora...
— Não se meta em encrencas, Trish. — aconselhou Gordon, sabendo o quão instável a irmã tendia a ser quando se tratava de garotos.
— Não deveria me pedir isso, maninho. — disse ela, acendendo um cigarro.
— Não fume essa porra aqui! — bradou ele tomando a carteira de cigarro das mãos dela e jogando pela janela. — Sabe muito bem que a Nicole detesta o cheiro e essa merda fica impregnado no carro inteiro.
— Dane-se! Eu não ligo. Me ajuda a ficar relaxada.
— Vê se não fica usando essas merdas na casa do Sam. — disse ele se referindo aos cigarros de maconha que Trish costumava fumar.
Ela foi presa uma vez com drogas no carro e passou duas noites encarcerada. Outra vez ela foi internada e precisaram submetê-la ao coma induzido, pois teve uma overdose pelo uso de intorpecente.
— Relaxa. Por mais que eu precise delas para ficar pianinho, não vou dar bandeira. — Trish ocultou a parte em que trazia duas cápsulas de MD dentro da sua necessaire e um saquinho do pó mágico.
Não era segredo para ninguém a rebeldia de Trish. Tudo começou a ganhar proporção quando ela tinha apenas treze anos de idade, as amizades levaram-na para o mau-caminho.
Seus pais tentaram de tudo, inclusive interná-la em uma clínica de reabilitação, mas a garota fugia todas as vezes.
Ela não queria ajuda, não precisava de ajuda. Ninguém a entedia, então ninguém podia ajudar ou julgar.
Ouvir seus pais discutindo todas as noites por conta de uma traição de seu pai, sempre fora o estopim para ela se trancafiar no quarto e acender um baseado, se afastando cada vez mais deles.
Sua família só tinha o título de perfeita, mas quando ninguém estava vendo, tudo era um inferno.
Gordon era o perfeitinho - enquanto ela era a ovelha negra - garoto centrado nos estudos, formado em engenharia, engomadinho. Ele está casado há dois anos com Nicole Tylerman, a pediatra loira e gostosa metida.
Trish fingia ir à escola todos os dias, mas as aulas eram sempre chatas, entediantes demais, nada do que ela já não tinha visto.
Na companhia de suas duas melhores amigas — Allexya e Nikki — Green ia para a casa do capitão do time de futebol americano que organizava festas ou como eles mesmos denominavam ceitas — Brendon Walter, de 19 anos, o playboy mais cobiçado por todas as garotas da escola, principalmente pela capitã das Teen Líderes — Kylie Morrone.
Era sempre assim que ela fazia para se distrair, usando e abusando — da companhia de garotos bonitões e populares, sem dizer mesquinhos e canalhas — do uso de álcool e drogas.
A coisa mais crazy que ela já se submeteu a fazer em uma dessas várias ceitas, foi um menáge — o qual nunca se recordou por completo.
Seus pais nunca se importaram verdadeiramente com nada do que ela viesse a fazer ou não. Seu pai era um advogado que fodia todos os dias a piranha da secretária. E sua mãe era uma corretora de imóveis, que transava com os maridos das clientes, para descontar a raiva da traição e atitude de merda do marido — ou seja, dois abutres imundos, que provavelmente teriam mais chances de ir para o inferno do que ela.
Sua consciência sempre lhe fora fiel: Dane-se! Ninguém nunca está ligando para o que você faz. A vida é curta demais, para viver com medo de arriscar."
VOCÊ ESTÁ LENDO
PERPÉTUA - JACOB BLACK
WerewolfQuando o tempo demora a mostrar aquilo que você anseia em ver, a adrenalina toma conta de tudo e faz você ficar desacreditado de que algum dia vá dar certo - se dizem que o tempo cura tudo e mostra tudo, então por quê ele nunca a curou?