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Trish encarou suas costas largas e nuas à sua frente, mil barbáries passou por sua mente em frações de segundos, em como aquela costa ficariam bem com alguns arranhões.

— No que tanto pensa? — Jacob se virou bruscamente pegando-a inerte.

Ela sacudiu a cabeça, voltando a si.

— Em nada. — desconversou.

— Você tá com uma cara bizarra. — zombou Jacob.

— Engraçadinho.

— A seu dispor. — ironizou e se sentou na cama dela.

O clima entre os dois sempre fora leve, descontraído, mas ao passar do tempo as coisas tomaram outra proporção.

De repente não era mais ela quem dominava seus pensamentos, era sua mente quem a dominava.

A tensão passou de suportável a impertinente.

— Jake, posso fazer uma pergunta?

— Já fez.

Jacob estava impossível — se achando a última bolacha do pacote que ela não teve paciência de abrir e rasgou.

— O quê você sente por mim? — indagou ela, bruscamente.

Jacob travou o maxilar e titubeou por alguns instantes antes de responder.

— O quê? É pegadinha isso, né? Paul e Rachel estão escondidos detrás da porta ouvindo tudo, não é? — o brilho de esperança nos olhos dele para que aquilo fosse apenas uma brincadeira boba, se esvairiu.

Trish andou na direção dele, ficando cara a cara.

— Estou falando sério. E além do mais que mal tem? É só uma pergunta simples.

Simples para ela que apenas ouviria a resposta, se ela ao menos imaginasse o tamanho do nó que se formou na garganta dele, não perguntaria mais nada.

— Você sabe o que eu sinto, não me faça dizer em voz alta. — pediu Jacob, como se sua vida dependesse daquilo.

— Não, eu não sei. — insistiu a Uley.

— Para de graça, Green.

Jacob precisou quebrar o contato visual porque a tensão corporal era absurda, Trish o agradeceu mentalmente por isso.

— É tão ruim assim que você não possa dizer?

Ele não entendia o porquê de toda essa insistência, mas se ela queria uma resposta ele daria quantas ela quisesse.

— Como quer que eu diga que eu amo você, quando você não é capaz de sentir o mesmo? — confrontou-a, olhando nos olhos.

— E quem disse que não? — replicou ela, mantendo o contato visual.

Aquela brincadeira ainda tinha muito para ir longe, não foi à toa que Jacob fraquejou e se afastou, buscando tempo e oxigênio.

— Green, se for brincadeira, é melhor parar.

— Não estou brincando, Black. E até hoje não sei porquê não tivemos nada.

— Por quê decidimos assim? — respondeu óbvio.

— E que tal decidirmos de outra forma agora? — ponderou Trish, sorrindo.

— Green, você tá chapada?

— Tô bem sóbria. — retrucou ela já com impaciência. — Você não acredita que eu posso sentir o mesmo que você?

— Não é isso, é só que eu já estava me acostumando a ser o seu melhor am... — Trish não deu-lhe tempo de resposta, apenas o beijou, Jacob hesitou por um segundo antes de correspondê-la.

O que estava acontecendo era que ela se cansou de vê-lo sendo seu melhor amigo, queria experimentar outra coisa.

— Uau! — disse ele, ofegante.

— Uau mesmo.

Aquele com certeza havia sido seu primeiro beijo, pelo menos o primeiro que envolvesse um sentimento tão grande.

— Acho melhor a gente ir antes que dêem por nossa falta. — disse Trish, saindo puxando-o pela mão até o andar de baixo.

Jacob podia sentir seu rosto queimar.

— Onde estavam? — questionou Paul, olhando-o desconfiado.

— Não é da sua conta. — disse Jacob.

— A qual é, vão negar que estavam se pegando?

— Sossega o rabo aí, Cameron, porque ninguém falou com você. — esbravejou a Uley, se sentando.

Sam entrou na casa momentos depois, permanecendo de pé ao lado de Jacob.

— Green, temos que ir a Stanford. — informou.

— Fazer o quê?

— Você precisa assinar alguns papéis e tomar posse do que sua mãe deixou para você.

A garota riu com frustração. Tudo que Dilyan tinha era de seu pai, ela não tinha nada — até onde Trish sabia.

— Duvido muito que tenha... — titubeou.

— Veremos isso amanhã. — prosseguiu Sam.

— Está bem. — ela assentiu mesmo achando inusitado. — Você vem com a gente, Jacob?

— Sim.






PERPÉTUA - JACOB BLACKOnde histórias criam vida. Descubra agora