08

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— Trish, vamos?

— Aonde? — ela resmungou sob o edredom.

— Darmos uma volta na cidade. — Sam respondeu.

Ela odiava ser acordada.

Na certa não se passavam das sete e Sam já chegava falando pelos cotovelos. Onde estava a harmonia daquele lugar?

Trish se sentou na cama, esfregando os olhos.

— Sam, será que a gente pode conversar antes. Quero te contar uma coisa.

Sam tentava conter o riso.

Ela sabia que ele estava rindo dela com cabelos desgrenhados, cara amassada.

— Pode dizer.

Ela mordeu os lábios, pensando na melhor maneira de dizer.

— Eu... — titubeou. — Eu desobeci você e fui a Port Angeles.

Sam não expressou nenhuma reação. Isso já era um bom sinal.

— Eu sei.

— Sabe?! — inqueiriu, desconfiada.

Na certa Emily havia dado com a língua nos dentes, ela sabia que aquela mulher não conseguia manter...

— Não existem segredos por aqui. — argumentou Sam, cortando sua linha de raciocínio.

— Me lembrarei disso. — indagou ela, saindo da cama. — Eu vou me trocar e a gente já poder ir.

                      🍁🪦🍁

— O quê você achou do Jacob? — perguntou Sam, deixando-a ultrajada.

Ela olhou desconfiada para ele, que continuava atento à estrada.

— Por quê está me perguntando isso?

— Curiosidade. — o sorriso do quileute não convenceu Trish de que era somente curiosidade. — Se não quiser, não responde.

Ela olhou pela janela, as pequenas casas passando ao redor deles, famílias felizes deveriam viver ali, uma pontada de inveja revirou em seu peito.

— Ele é... diferente. — sussurrou.

Diferente?

Sim. É tudo que eu posso dizer. Eu gosto de estar com ele, mas não gosto do que a garota fez com ele. Aposto que o cara com quem ela fugiu deveria ter um pau enorme, ter uma foda muito de outro mundo, ou o Black ter um defeito dos infernos que eu desconheço, porque não faz o menor sentido o que ela fez.

Sam riu pelo disparate da sobrinha, mas de certo modo ela tinha razão.

— Existem desejos que levam uma pessoa a tomar iniciativas e fazer escolhas que nem todos se agradam.

— Que nem a que você tomou em relação a Leah, não é? — inqueiriu ela, encarando-o. — Foi mal, eu não quis dizer isso.

Sam suspirou e apertou os dedos contra o volante.

— A Leah era especial para mim... — sussurrou. — Tínhamos planos e sonhos de construirmos uma grande família... Mas, nós não escolhemos por quem nosso coração se apaixona.

— Isso é uma merda em todos os sentidos. Mas a Leah parece bem sem você.

— Ela está melhor sem mim.

O carro parou e assim de certa forma o alívio pairou sobre tio e sobrinha.

— Eu vou abastecer, vai na frente e compra o que quiser. — disse Sam, estendendo duzentos dólares para ela.

PERPÉTUA - JACOB BLACKOnde histórias criam vida. Descubra agora