Jogos de Azar (Fanfic Ruggarol)

Lágrimas de sangue (65)

Pov Jorge:
(Eu me apaixonei. Quando Carolina me fez aquela proposta eu soube que a amava, pois ela era a única pessoa que me faria vencer o medo que eu tinha de Débora. Depois de tudo que eu já havia sofrido em suas mãos impiedosas, depois da fome, do frio, dos abusos físicos e psicológicos, as manipulações e agressões...depois de toda humilhação e medo eu realmente seria capaz de enfrentá-la? Fazer tudo isso? Por amor? Sim.)

-Eu aceito. Por vc.

(Carolina já havia me falado que era completamente apaixonada por um Algustín que era namorado dela antes de tudo acontecer, eu nunca me apaixonei antes...mas assim que vi aqueles olhos brilhantes e aquele sorriso hipnótico eu soube que a amava e estaria disposto a tudo por ela.)

Lina: -Obrigada Jorge, você é o melhor amigo que eu poderia ter! Quando saímos daqui eu prometo te apresentar todas as minhas amigas mais gatas kkkkkk

(Amigo. O melhor que ela poderia querer, como amigo. E então ela sorria, com aqueles olhos lindos e brilhantes e aquele rosto iluminado em meio ao caos. Aquela esperança infindável no olhar, ela sorria. E eu? Um tolo apaixonado, sorri de volta como se não estivesse chorando por dentro ao pensar que libertaria meu único amor, para que ela corresse de volta para os braços de outro e confessasse seu amor a ele diante de meus olhos apaixonados e vazios.) "Amar é colocar a necessidade do outro acima das suas"

Pov Karol:
(Estou a dias repassando cada momento da minha vida até aqui e me perguntando em qual parte do caminho eu me perdi...talvez me entregando tão "facilmente" a Ruggero sem ao menos pensar bem antes, e pensar que com os outros que tentaram antes dele foi tão mais fácil dizer "Não." E pensar que eu jurei não me apaixonar.)

(Minha mente está a mil, venho pensando em como minha vida virou de cabeça pra baixo. Eu perdi tantas pessoas, quem eu amava, quem eu nem cheguei a conhecer, quem eu achava que me amava...mas o pior de tudo foi perder a mim mesma, não sei quem eu sou ou o que devo fazer, estou perdida...nesse momento não me resta mais esperanças. Aquela sensação de vazio dentro de mim quando eu senti que Ruggero estava em perigo passou e me sinto mais aliviada como se tivesse sido apenas um susto, mas ainda não me sinto totalmente bem.)

(Sinto falta dele. Não sei o que faria se o visse novamente, nem sei se um dia vou ter essa oportunidade de novo e pra ser sincera isso dói. Mesmo sabendo que ele não dá a mínima pra mim e que eu fui só um Jogo eu não consigo deixar de pensar em como ele pode estar e em como eu me senti aquela noite...foi como se uma parte de mim tivesse morrido.) Eu fui só o jogo de azar pra vc?

...

-Esse plano é horrível Carolina.
(Digo abraçando meus joelhos e desviando o olhar, ela sabe que eu chorei a noite toda, até me sinto culpada por não a ter deixado dormir mas ainda assim não consigo deixar de esconder meus olhos enormes e meu rosto vermelho. Confesso que invejo a esperança que ela tem. Gostaria de ter também.)

Lina: - É um plano ótimo ok? Vaaai Karol. Só preciso que escreva ok? Vc é melhor nisso.
(Digo implorando e a mesma me olha curiosa. Estou preocupada com ela...Eu sei o que pensa "Nossa mas vcs se odiavam até poucos dias." Mas ela me confortou quando eu precisei, só acho que devo o mesmo a ela. Só isso.)

- Como assim?
(Pergunto curiosa fazendo contato visual pela primeira vez.)

- Ah qual é eu vejo suas notas em literatura e produções de texto. Vc escreve bem. Por favor Karol, é nossa única chance.
(Pergunto com meus olhos cheios e ela suspira. Rendição.)

-Ok. Jorge...
(Digo o olhando.)

-Me consegue uma folha de caderno e uma caneta?
(Ele assente e sai.)

(Ele tem sido incrivelmente bom conosco, acho até que sente algo pela Carolina mais um apaixonado iludido. Nós sabemos que ela só tem olhos pro Algustín. Mas quem sabe isso não mude, eles tem estado mais próximos e acho que ambos possam se ajudar.)

Jorge: - Aqui chica
(Digo com um sotaque mexicano e ela sorri de canto, entrego o papel e a caneta e a mesma assente em agradecimento. Ela logo começa a escrever.)

(Karol tem sido muito minha amiga, acho que ela já se tocou até do que eu sinto por Carolina, mas ela vive fazendo a sonsa quando me pega admirando Carol enquanto ela dorme. Temos conversado bastante, e que barra. As vezes pensamos que só nós temos problemas...até conversamos com uma mãe que perdeu um filho sem ao menos ter tido a chance de conhecê-lo e ao mesmo tempo ter descoberto que seu grande amor a tinha enganado esse tempo todo e como se já não bastasse descobre que sua família não é o que vc imaginava.) Todos nós temos nossos demônios.

...
(Carta criptográfica)

Bazar do Pedro

- S uco O rgânico S em polpa
- C anela A massada S em A roma
- R omã, O vinho S álvia A mido
- M ilho E special do XICO
- E strato de to M ate
- 3 D oses de I invicto d A S enhora DÉBORA.

C OMPRAR URGENTE
Bazar perto do muro na trilha pra BR 101

...

Karol: - Acabei. Tá criptografada espero que eles entendam, não pude falar muito ou ia ficar mais confuso então só disse o essencial.
(Digo entregando a eles e os mesmos começam a analisar atentamente.)

Lina: - Se fosse pra escrever uma lista louca de compras eu escreveria sua tonta.
(Digo sem entender por que diabos essa garota escreveu esse monte de loucura. Acho que o desespero está afetando os poucos neurônios que ela ainda tem.)

Jorge: - Não sabe o que é criptográfia Carol?
(Pergunto rindo enquanto Carol tapa a boca para não rir também.)

Lina: - Crip quem? Que isso? Uma faculdade ou algo parecido?
(Pergunto confusa, a maior parte das aulas de literatura e produções de texto eu dormia ou lia fanfic. Que saudade do Google agora.)

- Não posso pesquisar a songa monga pegou nossos telefones lembra?!
(Digo já sem paciência vendo os dois coringando.)

-Está em código, leia pelas letras maiusculas.

-Ataaaa. Mas pra que isso mesmo.
(Pergunto vendo Carol levar a mão a testa em negação.)

- Para que se nos pegarem não nos descubram né.
(Digo de forma óbvia e ela assente.)

Jorge: -Karol...posso falar com você rapidinho...
(A chamo e Carolina fica tentando decifrar a carta de forma cômica enquanto Carol vem para perto da grade mais afastada e me olha com uma enorme interrogação em seus olhos.)

-Então...
(Hesito.)

-Pode me dizer qualquer coisa Jorge...
(Digo tocando seu braço e o tranquilizando. Ele suspira e prossegue.)

-Será que quando saírmos daqui....você poderia...
(Digo envergonhado. Merda sei que estou como um pimentão.)

-Poderia?...
(Ele pressiona os olhos e fecha suas mãos em punhos e então solta...)

- Me ensinar a escrever.
(Digo em disparada e ela me olha surpresa. Não é que eu não saiba escrever absolutamente nada mas eu não pude ir a escola, aprendi tudo com a vida, com a rua e principalmente com a dor.)

-Claro que ensino, era só isso? Achou o que? Que eu ia te bater? Kkkkk fala sério.
(Minha primeira risada sincera saiu após perceber que Jorge estava com vergonha. Ele me contou um pouco de sua história e eu contei a ele um pouco da minha, será uma honra pra mim ajudá-lo.)

-Obrigado Karol...significa muito pra mim...
(Digo com os olhos transbordando. Minha primeira amiga de verdade.)

- Amanhã a noite você leva a carta então?
(Pergunto mudando de assunto, estou farta de chorar.)

- Sim levo.
(Digo me afastando e indo conversar com Carolina.)

Karol: - Como será que está meu príncipe?...
(Pergunto a mim mesma e então me pego lembrando de tudo que passamos...)

...
Autora: Com Ruggero e Pedro...

Aguardem novas emoções😉

Se liga olha quem tá de voltaaa kkkkk quem é vivo sempre aparece né, um beeeijoo!