Impossível não lembrar do nosso amor |FlaGui- oneshots

Apartamento No Leblon ||

*uma versão que estava guardada no meu bloco de notas, e que eu resolvi postar.*

Flávia on

Não vou mentir, dói.
É claro que dói.

Dói ver ele sair daqui depois de algumas horas deixando apenas as lembranças.

Será que realmente vale a pena?

Será que eu nunca vou ser boa o suficiente para ele?

Se ele diz que me ama, por que ainda está casado com aquela mulher que ele jura que não ama mais?

Será que não sou boa o suficiente para ser reconhecida como mulher dele?

Meus pensamentos são interrompidos até o momento em que o som da campainha chega aos meus ouvidos.

Seco as lágrimas que insistem em cair, e vou atender a porta.

Era ele.

-Estava morrendo de saudades meu amor.— Guilherme disse enquanto vinha na minha direção para me beijar, porém me esquivei.

-O que foi flávia?— Guilherme Indagou.

-Entra. Precisamos conversar.— Disse de uma vez só.

-O que aconteceu? Você estava chorando? Eu fiz algo de errado?— Ele indagava.

-Não guilherme, quem errou fui eu.— respondi.

-Como assim flávia? Eu não estou entendendo nada.— Guilherme perguntou confuso

-Guilherme, eu cansei. Cansei de ser a outra. Cansei de ser o seu brinquedinho. Cansei de tudo.— Disse.

-Flávia eu...— Guilherme começou, mas eu o interrompi.

-Toma, esse apartamento não é meu, assim como você também não é.— Disse entregando a chave e indo em direção ao quarto para pegar minha mala.

-FLÁVIA TEM COMO VOCÊ ME ESCUTAR? — Guilherme praticamente gritou, mas ignorei.

-Olha, tudo o que você me deu está ali, não quero nada seu.— Disse apontando para a cama que estava com as joias e roupas que ele havia me dado.

-VOCÊ VAI ME ESCUTAR QURENDO OU NÃO!— Guilherme praticamente gritou e segurou meu braço quando estava prestes a sair do apartamento.

-ESCUTAR O QUE GUILHERME? ESCUTAR VOCÊ DIZENDO QUE NÃO É FÁCIL SE SEPARAR DEPOIS DE VINTE ANOS DE CASAMENTO?— Foi a minha vez de gritar.

-Flávia, senta aqui por favor.— Ele pediu num tom mais calmo.

-Fala guilherme, fala qual é a sua justificativa dessa vez.— Disse enquanto me sentava no sofá e o encarava.

-Você sabe que eu te amo, e que se eu perder você eu morro flávia. Você tem toda a razão de estar chateada comigo, eu sei que essa situação não é certa.
Eu não posso, e nem vou continuar com o meu casamento, agora mesmo vou ligar pro meu advogado e pedir para dar entrada nos papéis.— Guilherme disse enquanto pegava o celular.

Senti meu corpo todo tremer, mas não podia fraquejar, afinal, não é a primeira vez que ele liga para o advogado.

-Faz o que você quiser guilherme, eu estou indo embora.— Disse enquanto me levantava do sofá e indo em direção a porta.

-PORRA FLÁVIA! VOCÊ NÃO PODE IR EMBORA.—O tom de voz de guilherme estava alterado novamente.

Novamente meu corpo tremeu, e dessa vez senti as minhas pernas vacilarem.

-Flávia senta aqui, eu vou buscar um copo d'água— Guilherme disse enquanto me ajudava a sentar no sofá.

-Toma. Vai te ajudar.—Ele disse me entregando o copo.

-Obrigada.— agradeci depois que havia terminado de tomar a água.

-Olha para mim flávia, vamos conversar por favor.— Guilherme pediu enquanto se ajoelhava diante a mim.

-Eu sei que você não tem motivos para acreditar em mim agora, mas eu juro que o meu amor por você é verdadeiro. Você é a pessoa que eu mais amo nesse mundo e eu não quero te perder, eu não posso te perder. Você está certa, você não pode ser a outra, me sinto um lixo por ter te colocado nessa situação flávia.
Dessa vez eu juro que vou pedir o divórcio. — Guilherme disse.

Não tinha palavras naquele momento, num impulso acabei puxando ele para um beijo, e como de costume, nos amamos loucamente naquele sofá.

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2 semanas haviam se passado desde aquele dia, e como eu já imaginava, guilherme mentiu para mim novamente.

Ele não pediu o divórcio.

Só que dessa vez ele me apareceu com a notícia de que será pai novamente.

Então era isso? ele estava comigo e com ela ao mesmo tempo?

Como pude ter sido tão burra assim?

Dessa vez fui embora sem dar justificativa alguma.

Joguei meu chip fora, e fui para um lugar novo para recomeçar a minha vida.

O meu bebê não merece saber que o pai dele não passa de um adúltero egoísta.

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Eu posso ter errado  nessa história, mas ele errou muito mais.

Não vou mentir, todos os dias me lembro de cada segundo que eu vivi ao lado dele naquele maltido Apartamento no Leblon, é uma das poucas coisas que me mantém viva, afinal, cada um se mata o suficiente para se sentir vivo.